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Mostrando postagens de janeiro, 2020

RICO

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Pouco depois de seu nascimento, Francesco Forgione, futuro S. Pio de Pietrelcina, foi visto por uma senhora que, como diziam, via o futuro. Ao ver o neném, ela sentenciou: "Pelas suas mãos passarão rios e rios de dinheiro, mas ele continuará sempre pobre." Algo semelhante se podia dizer de S. João Bosco. Nascido pobre, foi com muito custo aceito ao Seminário. Naquela época era comum dizer que se fazia carreira eclesiástica (ainda hoje, muitos pensam assim), assim, ser padre era, de certo modo, um investimento. Pagava-se geralmente o Seminário durante anos, mas dependendo dos cargos que se conseguiria após a Ordenação o retorno seria muito maior. Assim, aconteceu com Don (como se chamam os padres seculares na Itália) Bosco. Mal saiu do seminário recebeu várias propostas de trabalhos pastorais, onde sempre se falava de uma gorda remuneração. Ser capelão ali, vice-pároco acolá, preceptor dos filhos de algum nobre... Mas, ao mesmo tempo recebeu uma outra proposta de uma sen

MEDIDA

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Quando se fala em religião, vêm logo à nossa mente a expressão latina "Re-ligare", religar, religar os homens a Deus. Todavia, o Deus Trinitário, faz uma "ligação trifásica", uma religião onde na religação entre os homens e Deus, perpassa também a religação das pessoas entre si. Não só numa ligação "paz e amor", mas uma ligação muitas vezes dura, como Nosso Senhor disse no Evangelho de hoje: com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos. A misericórdia de Deus sobre nós, passa pela nossa misericórdia entre nós. Se somos exatos na medida, assim será o Senhor; se somos generosos na medida, assim será o Senhor. Na religião cristã há uma predominância do outro, como instrumento e sacramento de Deus. A caridade, e somente ela,  é capaz de aumentar e fazer transbordar o rio de graças que Deus deseja nos conceder diariamente. Por isso a caridade não pode nos ser um feito, mas um estado de vida. Não podemos nos limitar a fazer caridades, mas a s

QUEM?

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Quem é Deus? Quando um adulto nos pergunta isso, imediatamente certos conceitos invadem nossa cabeça e organizamos um discurso claro e objetivo para falar sobre Deus. Mas quando uma criança pergunta isso... Geralmente cada resposta que conseguimos dar se transforma em mais três ou quatro perguntas, e de repente, podemos dizer: "Bem, por hoje vamos dar um tempinho nesse assunto. Mas vamos rezar: "Ave, Maria..." Às vezes com o passar dos anos, unido à monotonia das respostas, essa santa curiosidade cessa. Hoje, desde cedo as crianças aprendem mais rápido a usar o Youtube  do que o Rosário... Mas há uns 700 anos havia silêncio, não era muito necessário buscá-lo, como nós hoje precisamos fugir para conseguirmos algumas migalhas de silêncio... havia religião e homens verdadeiramente religiosos.  Tomás, filho de nobres, é entregue aos monges da Santíssima Abadia de Monte-Cassino, de onde S. Bento fez fulgurar sobre o mundo a sua venerável Regra. A idéia originár

ESPÍRITO SANTO

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Nosso Senhor no Santo Evangelho de hoje falou-nos do pecado contra o Espírito Santo, o qual não têm perdão. A inexistência do perdão para esse pecado, que é capaz de tornar a pessoa réu de um pecado eterno, não se trata de uma deficiência da misericórdia divina, mas da falta de abertura do fiel à graça do perdão. Geralmente se fala do pecado contra o Espírito Santo como presunção e desespero. O que é verdade; mas há outros, que são, como que, derivados deles: concretamente são mais quatro: negar a verdade conhecida como tal, inveja da graça concedida a outros, obstinação no pecado e impenitência final. Quando anunciou o Concílio Vaticano II, São João XXIII pedia que fosse um novo pentecostes na vida da Igreja, e foi. E é. Só que algumas pessoas não entenderam isso. Basicamente poderíamos dividir essas pessoas em dois grupos: aquelas que querem que tudo seja como antes - como se não houvesse acontecido o Concílio. E aqueles que querem que tudo seja tão  diferente, como se tiv

LUZ

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Não sou muito simpático à ideia de que as missas tenham um tema. Quando você vê os textos eucológicos, eucarísticos e bíblicos fica difícil considerar apenas um tema... Mas, por vezes, percebemos a repetição, certamente intencional de uma ou outra palavra. Na Eucaristia desse Domingo, começamos com um chamado ao louvor ao Senhor na Antífona de Entrada.  Mas como se louva adequadamente a Deus, como pode ser louvado aquele que Se basta a Si mesmo? Como honrar e dar graças aquele que é a própria Graça? Sendo luz. A primeira leitura, o salmo, o Evangelho e a Antífona da Comunhão falam diretamente sobre a luz, a luz que brilha nas trevas e que alegra o povo pobre que vive na escuridão.  Mas o que é ser luz? Iluminar e perder. Iluminar, todos compreendemos. Perder... geralmente não queremos compreender... Toda luz se consome. Desde a vela ou lamparina a óleo, até as lâmpadas que enquanto possuem certos elementos químicos brilham, até que eles acabem e... ela também.

CONFUSOS

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Uma das opções das leituras da Missa de hoje, Festa da Conversão S. Paulo, diz que ele deixava confusos os judeus quando, após sua conversão, começou a afirmar que Jesus é o Messias. Confusão. A grande companheira da vida de S. Paulo foi a confusão. Confusão com os judeus, por causa de Jesus. Confusão com os cristãos vindos do judaísmo, por causa dos vindos do paganismo. Confusão com os cristãos vindos do paganismo, por não abandonarem completamente a idolatria. Confusão com os que o rejeitavam, porque isso levava à rejeição do próprio Evangelho. Confusão com os que "gostavam demais" dele, a ponto de quererem oferecer sacrifício à sua pessoa, considerando-o um deus. Confusão com os gregos, porque proclamava a ressurreição. Confusão com os romanos, porque proclamava que só Jesus é o Senhor. Confusão com os apóstolos, por causa da compreensão limitada de alguns acerca da salvação. Confusão com os super-apóstolos que gostavam de ir nas comunidades que Paulo já tinha

ALCIONE

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Como seria bom se todos os cristãos vivenciassem os ensinamentos da Alcione. " Sou doce, dengosa, polida, fiel como um cão Sou capaz de te dar Minha vida..." Não.  Não era à essa que eu me referia... Mas à uma ave que os gregos consideravam portadora de boas notícias, e na qual S. Francisco de Sales, cuja memória hoje celebramos encontrava como uma inspiração para todos os cristãos.  S. Francisco de Sales fala da Alcione como uma ave que se alimenta dos peixes do mar, e, que por isso, precisa habitar perto dele. Então, de acordo com o nosso Santo, as alciones fazem o seu ninho nas paredes dos grandes rochedos junto ao mar. Mas, semelhante ao nosso João-de-Barro, ela é uma arquiteta maravilhosa... constrói o seu ninho de tal forma que nas cheias do mar, as ondas batem nos rochedos, mas a água não penetra no ninho da alcione, ele é aberto apenas para o céu. Nos ninhos das alciones não entra a água do mar, mas entra a luz do sol. Comentando esse fato da naturez

SAUL

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Alguns profissionais de psicologia e psiquiatria quando olham para esta figura bíblica tentam explicar suas atitudes sempre destemperadas como algum transtorno de bipolaridade ou algo do tipo, eu não sou perito... Mas realmente chama atenção os seus rompantes, especialmente com Davi. Ora quer matá-lo, ora jura que não vai matá-lo, ora, chama-o de cão, ora de filho... Quer ser fiel a Deus mas, às custas de jeitinhos. Por que sacrificar seus próprios animais se havia tanta coisa que poderia servir para sacrifício nos rebanhos dos inimigos vencidos? Sejamos fiéis, mas não tanto... Na verdade, Saul é o retrato de cada um de nós. Quem de nós não sente em si duas forças? Uma para cima e outra para baixo? Quem não sabe que deve amar, quando só sente ódio? Dois princípios, duas forças, ou como dizia Santo Inácio de Loyola, duas bandeiras... Duas bandeiras que se opõem uma à outra, mas nós acabamos servindo uma e outra... Certa vez vi na internet uma frase que brincava assim: "

NOME

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Na primeira leitura da Missa de hoje, Golias, o filisteu, sai ao encontro de Davi insultando-o e insultando ao Senhor Deus de Israel. A grandeza de Golias, sua força, suas armas o faziam considerar -se mais do que Davi, mais do que Deus que escolheu a Davi. Se Davi não era maior que o filisteu, Deus era. Por isso, Davi pode dizer que se o filisteu ia a seu encontro com escudo e espada, Davi estava apoiado apenas no nome do Senhor. Davi armou-se apenas com cinco pedras e com elas venceu. E a espada do filisteu serviu para concluir sua própria morte. Queridos amigos, quando não temos nossa força no nome de Senhor, mas nas seguranças desse mundo, serão elas mesmas a nos destruírem. Em nome do Senhor! Que seja essa a nossa força, o nosso escudo. Que criemos o costume, de sempre e antes de tudo, consagrarmos ao nome do Senhor, nossa força, tudo o que fizermos. A modo de conclusão, chamo a atenção para as cinco pedras que Davi recolhe em sua bolsa para defender-se. Na li

CORDEIRINHA

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A Seqüência Pascal traz a afirmação: "O Cordeiro redimiu as ovelhas". Jesus é o Cordeiro de Deus, como afirmou S. João Batista e também como insiste em vários detalhes do seu Evangelho o Evangelista S. João. Todos nós também somo ovelhas do Senhor. Mas a alguns cabe a honra imensa de serem promovidos à cordeiros. Na natureza, entre quem entende do assunto, de modo geral se fala de ovelha também para os carneiros e para os cordeiros, mas o certo seria dizer que carneiro é o macho, ovelha é a fêmea e cordeiro é o filhotinho. Mas, na pecuária do Reino, temos uma liberdade maior de classificação: todo batizado é ovelha do Senhor, e o Senhor é o Cordeiro de Deus. Porém, no seu gosto imenso de partilhar, Jesus também partilha esse seu ser cordeiro com algumas das suas ovelhas. Na pecuária do Reino, ovelha é quem é cuidada e cordeiro é quem se faz pequeno, tão pequeno ao ponto de poder ser esmagado, como Jesus foi esmagado. Os mártires vivem esse mistério eucarístico do

SECUNDARIOS

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Celebramos hoje a festa de S. Sebastião, mártir. A Igreja o apresenta como defensor dos cristãos, seria ele o soldado a recolher o corpinho dilacerado de S. Tarcísio e que teria em muitas outras ocasiões defendido e protegido os cristãos, seus irmãos. Fala-se muito hoje em resiliência, essa palavra personifica-se no mártir que deixou as fileiras do César para alistar-se nas de Deus. Seu olhar sofredor mas confiante, as flechas que traspassam seu corpo... resiliente. Sabemos, porém que ele não morreu ali. Os soldados não o deixaram morto, mas o deixaram sangrando perfurado de flechas para que dolorosamente sua vida se esvaísse. E foram embora. Nesse ínterim chega uma atriz coadjuvante nesse teatro da vida: Irene. Foi para recolher o corpo. Trouxe porém um moribundo. Cuidou dele. Em certo sentido, devolveu-lhe a vida. Essa mulher encarna tantas obras de misericórdia: tentou sepultar um morto, mas cuidou de um enfermo, acolheu um estrangeiro, vestiu um nu, suportou as fra

CHAMADOS

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Por duas vezes S. Paulo na Epístola da Missa de hoje falou de chamado. Ele é o chamado por Deus a ser Apóstolo. E os santos da Igreja de Corinto são os chamados a ser Santos. A grande certeza de S. Paulo é que o Apostolado não foi uma conquista sua, algo que lhe fosse devido, um mérito. Exatamente o contrário: o Apostolado foi para ele mais do que um dom, quase uma contradição daquele Deus que ensina que o grande é o pequeno e o que rei é o servo.  Na lista dos eventuais candidatos a Apóstolos segundo a nossa lógica, S. Paulo não apareceria nem no verso da última página e a lápis... Mas na lista de Deus ele foi o primeiro, porque ele compreenderia que a evangelização não era mérito, era angústia, era necessidade, era fome e sede. Mas pensemos agora no segundo chamado que encontra-se precedido e seguido pela palavra "santos". É curioso que Paulo diga que os santos são chamados a ser santos. Aqui compreendemos que a santidade era o estado comum de quem se tornava c

MÉDICO

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No Santo Evangelho de hoje, Nosso Senhor exorta aos fariseus que quem é são não tem necessidade de médico, mas os doentes. Quem seriam os sãos? Quem poderia pôr-se fora dos cuidados daquele que traz em si a cura de todos os males? Diante dos poderes mundanos a manifestação de qualquer fraqueza é mal-vista, é sinal de que não se têm aquela imortalidade que muitos julgam possuir. Há até certas personalidades que depois de certa idade ou ao descobrirem determinadas doenças resolvem não mais aparecer em público, para não "desapontarem" o seu público. Mas no Reino de Jesus a fraqueza, a fragilidade são motivos de mais cuidado e de mais amor. Torna grande. O reconhecer-se doente de Jesus não é sinal de pena, mas de misericórdia. O coração de Deus paterno e materno se dobra reverente diante da alma fraca, pecadora e doente. Dobra-se até recolhê-la, até estreitar no peito e curar assumindo a fraqueza, a doença, a morte. Queridos amigos, não tenhamos vergonha de nossas fraquezas

IGUAIS

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Bem-aventurado Pe. Donizette, exemplo de sacerdote brasileiro Na primeira leitura da Missa de hoje nós vimos como o povo exige de Samuel que dê a eles um rei. Samuel tenta explicar ao povo que ter um rei, traria muitos prejuízos ao povo, servidão, tributos, etc... Mas o povo quer um rei. Deus diz a Samuel que faça a vontade do povo, porque não era Samuel que estava sendo rejeitado, mas Deus mesmo. Mas qual era a motivação do povo em pedir um rei? Ser como todo mundo. O povo age como criança: "todo mundo tem um rei, todos os povos tem rei, nós queremos também!" Mas não era Deus o Rei de Israel? Claro! Deus não cuidava do seu povo? Certamente! Mas o povo quer ser como todo mundo, ter um rei, não como Deus, mas um homem, como os outros povos. Essa é a tentação que a Igreja se confrontará até o fim dos seus dias: ser igual a todo mundo. Quando a Igreja se torna igual a tudo que há no mundo, ela se descobre desnecessária. Quando a Igreja se põe a seguir modas que s

PESSOALMENTE

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Antão... Se virarmos para alguém e dissermos: "Antão", muito provavelmente a pessoa nos responderá: "Antão o quê?"... Santo Antão não é um santo muito conhecido pela maior parte do povo. Poucos saberiam, por exemplo, que Santo Antônio, o Santo mais popular do mundo, escolheu o nome de Antonio em homenagem a Santo Antão, padroeiro do conventinho franciscano no qual foi acolhido quando deixou os agostinianos, que, na verdade é o mesmo nome, como Tomé e Tomás... Santo Antão é um grande santo da nossa Igreja é o Pai de todos os monges por ser um dos primeiros a compreender a solidão no deserto como local de uma dupla aventura: a luta contra os demônios (não só os demônios mesmo, mas também nossas más inclinações...) e o encontro com Deus. Depois de sua morte, um outro santo, amigo e admirador de Antão, Santo Atanásio, escreveu a sua vida. Nela, ao contar os momentos decisivos da vida de Antão, Santo Atanásio usa uma palavra muito significativa: pessoalmente. Atan

QUERER

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Você já viu o encontro de um rio com o mar? Eu já. Durante alguns anos, quase todo dia... O mar é mais forte, é maior, é mais poderoso... Mas não é ele quem invade o rio, mas o rio que invade o mar. Como são belos esses encontros dos rios com o mar! Infinitamente mais belos são o encontro de dois "quereres" o nosso é o de Deus. O nosso querer é como do rio, fraquinho... O de Deus é fortíssimo, mas não nos invade, espera, permite, deseja que o nosso querer se lance no dele. Isso vimos no Evangelho de hoje: o leproso queria ser curado, e Jesus queria curá-lo. Quando o querer nosso se encontra com o de Deus é o milagre, é a graça, é a bênção. Quando o querer de Deus se encontra com o nosso é a santidade, a perseverança, a paz, ainda que na tribulação. Queridos amigos que belo é contemplar esses encontros num Paulo, num Francisco, numa Dulce dos Pobres... que conheçamos essa beleza em nossa vida.

SUCESSO

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O Evangelho de S. Marcos nos mostra um sucesso inicial na missão de Jesus. São curas, exorcismos, libertações, multiplicações, e, por mais que o Senhor ordene segredo, as notícias correm. E as pessoas também. Correm para junto de Jesus pois quem de nós não precisa de libertação? Jesus tenta manter a sua rotina. Como o povo lhe consome o tempo do dia, Jesus consagra ao Pai o tempo da noite, e passa a noite em oração. Certamente naquela noite de oração Jesus percebe uma necessidade urgente para sua missão: sair. Aquele que saiu do Pai, não pode fixar-se num único lugar só porque tudo está dando certo. "Todos te procuram!", dizem os Apóstolos. "Vamos a outros povoados. " Diz Jesus. Jesus vence a pior coisa que pode acontecer a um cristão: o sucesso. O sucesso é um grande perigo para o cristão, porque o sucesso acomoda. Faz com que tenhamos "nosso"público, e a missão que deveria ser para todos e sempre nova se torna como que a propriedade de um grupo,

ISSO

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O que você é? Como você responde essa pergunta? Às vezes pensamos primeiro na profissão, mas há algo mais profundo. A nossa vida embora tenha muitas facetas tem um algo, um "isso" capaz de definir a nossa vida. É esse isso que chama a atenção do povo quando Jesus revela a razão do seu ser: redentor, libertador. Também é o mestre que ensina, o taumaturgo que realiza milagres, o profeta que aponta caminho para Deus, é tudo isso. Mas quando o povo vê o embate entre Jesus e os demônios, não podem esconder a admiração: "O que é isso?" perguntam. Isso é o Redentor. Isso é o Libertador. Isso é o Reino de Deus que chegou expulsando os reinos do mal. É isso! A missão do Senhor é uma missão de libertação primeiramente espiritual, por isso a libertação das almas do poder do demônio ou do pecado é a missão primordial da Igreja. À medida em que as pessoas se abrem à essa libertação, outras libertações secundárias, mas também importantes acontecem. Quando se faz presente

NORMAL

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Quando Nosso Senhor chama os primeiros discípulos, há uma coisa que chama a nossa atenção: a normalidade. Poderíamos pensar numa tripla normalidade: Nosso Senhor vai no lugar normal deles. O chamado dos primeiros discípulos não se deu numa atmosfera mística, num lugar especialíssimo. É no lugar de seu quotidiano trabalho que o Senhor os alcança e lhes faz o convite. O convite também é normal: ir atrás dele. Não é um convite para fazer o extraordinário ou para aprender muitas coisas difíceis. Nosso Senhor lhes convida apenas a ir atrás d'Ele. É seguindo Jesus e colocando nossos passos nos passos d'Ele que se torna discípulo fiel. Por fim a normalidade do ofício: pescadores de homens. Nosso Senhor faz com os discípulos entendam cinquenta por cento da sua missão. De pescar eles entendem. Talvez de homens ainda não, mas entenderão, é só colocar os pés nos passos do Senhor. Queridos amigos, essa normalidade, "normalmente" se repete em nossa vida. Nosso Senhor vêm ao

BATISMO

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Celebrando o Batismo do Senhor somos chamados também a recordar o nosso Batismo. Cristo não foi batizado para santificar-Se, mas para santificar através das águas do Jordão as águas do mundo inteiro para que elas concebessem a força de gerar para a vida eterna aqueles que seriam feitos filhos no Filho. A água é um símbolo de vida, mas também de morte. Sem água não vivemos. Porém uma enchente, ou um naufrágio... Assim, queridos amigos no Batismo nascemos e morremos. Nascemos para a vida eterna, mas morremos para esse mundo. Morremos com Cristo para n'Ele termos a Vida, vida escondida com Cristo, vida que o mundo não é capaz de conhecer, ao contrário, despreza. Pelo Batismo, somos inseridos em Cristo, de modo que nos tornamos um só n'Ele. Ao ponto de o Pai reconhecer em nossa face a face de Cristo, se não a desfiguramos pelo pecado. O Batismo, unindo-nos à Cristo nos torna sacerdotes, profetas e reis. Somos povo sacerdotal que pode e deve unir ao Sacrifício de Cristo

AMIGO

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No Santo Evangelho de hoje, diante de uma pergunta que poderia dar lugar à inveja ou à tristeza (que andam sempre juntas), São João Batista nos apresenta um modo de estar com Nosso Senhor que deve ser vivido por todos nós: amigos. João se auto-define aqui não mais como voz clamante, mas como o discreto amigo, que está ao lado do Noivo e partilha da sua alegria. A noiva é noiva do Noivo, mas o amigo do Noivo se alegra com a alegria do noivo ao encontrar-se com a noiva. Queridos amigos, todos nós somos esses amigos do Noivo. O Noivo é sempre Cristo. E devemos ser instrumentos para que haja o encontro dele com a sua noiva, ou seja, com a alma de cada fiel. Somos instrumentos, somos amigos do noivo, não somos o noivo. Nós precisamos possibilitar o encontro de cada pessoa com Cristo, e sabermos deixar que após esse encontro Amado e amada trilhem seu próprio caminho. A direção espiritual, a pregação, o sacerdócio não podem ser o centro, mas instrumentos do encontro, não podem monopoli

ENTREGAVA

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O Santo Evangelho não se limita em dizer que Jesus simplesmente rezava. Geralmente em torno da oração do Senhor há sempre algo que dê uma idéia de superlativo, no caso de hoje S. Lucas diz que Nosso Senhor "se entregava" à oração. A oração não seria para Nosso Senhor um mero cumprimento de dever, uma obrigação... N'Ele a oração se torna uma necessidade vital, um desejo constante de encontrar-Se com o Pai. Embora, em momento algum Nosso Senhor deixou de gozar da visão beatífica. Esteve sempre unido ao Pai e ao Espirito como Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, mas na sua Humanidade busca a oração como encontro com Aquele que de quem jamais se apartava. Entregava-se à oração. Bento XVI recorda a oração como uma arte. Os artistas geralmente já têm uma predisposição para determinada arte, a qual se desenvolve com o passar do tempo, geralmente com o auxílio de mestres, até que possa chegar a uma arte madura e perfeita. Desse modo, todo ser humano já nasce com o

CARNAVAL

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Aproxima-se o Carnaval e vamos percebendo todo aquele clima que o Carnaval provoca. Conta-se que um oriental, há muitas décadas, passou alguns meses no Rio de Janeiro, escrevendo à sua família sobre o Carnaval, ele teria dito: "durante três dias, todos ficam loucos. Depois voltam ao normal". Afinal de contas, qual a origem do carnaval? A resposta mais precisa é: quem sabe? Há muitas explicações sobre o Carnaval e sua origem, e todas têm algum fundamento. Mas creio que, para nós o que interessa mais é sobre ser lícito ou não participar do Carnaval. Primeiro, é bom deixar claro que Carnaval não é pecado. Não é! Pecado é a nudez, a sensualidade, o adultério ou a sua incitação. Pecado é a gula, o destempero na comida e na bebida, dirigir alcoolizado. Pecado é ensinar as crianças a serem imorais, sensuais, imoderadas... Esses e muitos outros são os pecados. Talvez nem sambar seja pecado. Eu não entendo de dança, mas vejo pouca diferença entre o samba e u