MÉDICO

No Santo Evangelho de hoje, Nosso Senhor exorta aos fariseus que quem é são não tem necessidade de médico, mas os doentes.
Quem seriam os sãos? Quem poderia pôr-se fora dos cuidados daquele que traz em si a cura de todos os males?
Diante dos poderes mundanos a manifestação de qualquer fraqueza é mal-vista, é sinal de que não se têm aquela imortalidade que muitos julgam possuir. Há até certas personalidades que depois de certa idade ou ao descobrirem determinadas doenças resolvem não mais aparecer em público, para não "desapontarem" o seu público.
Mas no Reino de Jesus a fraqueza, a fragilidade são motivos de mais cuidado e de mais amor. Torna grande. O reconhecer-se doente de Jesus não é sinal de pena, mas de misericórdia. O coração de Deus paterno e materno se dobra reverente diante da alma fraca, pecadora e doente. Dobra-se até recolhê-la, até estreitar no peito e curar assumindo a fraqueza, a doença, a morte.
Queridos amigos, não tenhamos vergonha de nossas fraquezas, somos adoradores do Deus que se fez pequeno como criança, pequeno como imigrante, pequeno como cidadão de Nazaré - de onde não saía coisa boa - , pequeno como carpinteiro, pequeno como pregador itinerante, pequeno como odiado pelos grandes, pequeno como preso como um criminoso, pequeno como condenado por um juiz injusto, pequeno como crucificado entre ladrões, pequeno sendo sepultado numa sepultura emprestada, pequeno, ainda que Ressuscitado, sendo confundido não com pessoas poderosas, mas como um jardineiro e um peregrino desinformado...
Porque ainda teimamos em fingir que somos grandes?

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