LUZ


Não sou muito simpático à ideia de que as missas tenham um tema. Quando você vê os textos eucológicos, eucarísticos e bíblicos fica difícil considerar apenas um tema...
Mas, por vezes, percebemos a repetição, certamente intencional de uma ou outra palavra. Na Eucaristia desse Domingo, começamos com um chamado ao louvor ao Senhor na Antífona de Entrada. 
Mas como se louva adequadamente a Deus, como pode ser louvado aquele que Se basta a Si mesmo?
Como honrar e dar graças aquele que é a própria Graça?
Sendo luz.
A primeira leitura, o salmo, o Evangelho e a Antífona da Comunhão falam diretamente sobre a luz, a luz que brilha nas trevas e que alegra o povo pobre que vive na escuridão. 
Mas o que é ser luz?
Iluminar e perder.
Iluminar, todos compreendemos.
Perder... geralmente não queremos compreender...
Toda luz se consome. Desde a vela ou lamparina a óleo, até as lâmpadas que enquanto possuem certos elementos químicos brilham, até que eles acabem e... ela também.
Não há luz sem perda, sem oferta, sem sacrifício.
Alguém precisa perder algo para iluminar.
O Senhor é minha luz, dizíamos no salmo. Sim, o Senhor é luz porque despojou-se de tudo, no dizer paulino, esvaziou-se por amor a nós, para ser nossa luz. O Cristo crucificado, em seus últimos momentos era como aquele restinho de vela que teima em ficar acesa, mas um leve vento a faz terminar.
Só é luz quem sabe perder.
"Perder" tempo com a família; "Perder" dinheiro com os pobres; "Perder"nossos dons na vida da Igreja; perder...
No dicionário de Jesus iluminar é sinônimo de perder.
Isso se aplica a cada um de nós como também a Igreja como um todo.
A Igreja quanto mais perde, mais evangelizadora se torna.
Quanto mais a Igreja se despe dos poderes mundanos, e o desejo de associar-se a eles, mais livre a Igreja está para dizer o que ninguém quer ouvir, e assim é luz.
Queridos amigos, iluminemos. Sejamos luz|! Lâmpadas acesas em suas últimas potências, sem nos preocuparmos com o preço.

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