CHAMADOS

Por duas vezes S. Paulo na Epístola da Missa de hoje falou de chamado.
Ele é o chamado por Deus a ser Apóstolo.
E os santos da Igreja de Corinto são os chamados a ser Santos.
A grande certeza de S. Paulo é que o Apostolado não foi uma conquista sua, algo que lhe fosse devido, um mérito. Exatamente o contrário: o Apostolado foi para ele mais do que um dom, quase uma contradição daquele Deus que ensina que o grande é o pequeno e o que rei é o servo. 
Na lista dos eventuais candidatos a Apóstolos segundo a nossa lógica, S. Paulo não apareceria nem no verso da última página e a lápis... Mas na lista de Deus ele foi o primeiro, porque ele compreenderia que a evangelização não era mérito, era angústia, era necessidade, era fome e sede.
Mas pensemos agora no segundo chamado que encontra-se precedido e seguido pela palavra "santos". É curioso que Paulo diga que os santos são chamados a ser santos. Aqui compreendemos que a santidade era o estado comum de quem se tornava cristão, ao ponto de que antes mesmo de surgir o  nome cristão, os seguidores de Cristo eram chamados de santos. 
Mas, não se podia ignorar a tensão existente entre aquela santidade que era a separação do mundo, inerente ao tornar-se cristão, da santidade enquanto perfeição e atributo divino que Deus deseja compartilhar com os seus filhos como um pai ou uma mãe gosta de ver seus traços nos filhos.
Assim, a santidade é dom recebido e conquista a se alcançar, ao mesmo tempo.
Queridos amigos, já somos santos. 
Mas ainda não...
Já somos filhos de Deus, mas os seus traços em nós vão aparecendo com o tempo, alguns surgem quase que naturalmente, outros são frutos de lutas, algumas irão ser companheiras de toda a nossa vida. Mas já somos, já vencemos, porque o Cristo venceu.
Acolhamos o dom da santidade e correspondamos ao chamado-desafio de ser santo a cada dia. No pequeno e no grande, no muito e no pouco, no fácil e no dífícil, no que sozinho não conseguimos, mas com Deus conseguiremos.

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