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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

MÃE

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Introdução: pelas dificuldades que enfrentei para publicar esse artigo, suponho o quanto o demônio está descontente, e por isso, o considero o mais importante de todos. Queridos amigos, a Virgem Maria é nossa Mãe. Por isso, não podemos imaginar que Ela está nos céus sem se preocupar conosco, seus filhos que estamos nesse vale de lágrimas.Não faltam na Igreja testemunhos de aparições da Virgem Maria, mesmo antes de sua Assunção aos Céus, como quando quis confortar São Tiago na evangelização da Espanha. E também muitas vezes a Virgem serviu-Se de suas próprias imagens para comunicar graças extraordinárias à humanidade.Mas, sinto dentro mim, uma obrigação, uma força que me faz levar ao conhecimento de vocês algumas mensagens da Virgem Maria.É evidente que, por incapacidade minha não poderei dar mais do que algumas breves informações, por isso, suplico de coração a vocês que busquem conhecer mais essas mensagens da Santíssima Virgem. Nossa Senhora do Bom Sucesso de Quito:  “Quanto a

VERGONHA

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No Santo Evangelho, Nosso Senhor fala daqueles que "se envergonharem dele diante dessa geração adúltera e pecadora". Não podemos deixar de perceber a atualidade dessas palavras. Em nosso tempo, tudo que deveria ser vergonha, tornou-se mérito. É belo andar praticamente sem roupa. É honroso ter todo tipo de vivência sexual. É bonito incitar os outros ao pecado. É lindo linchar a honra das pessoas. Esses são os grandes valores da sociedade moderna. Já dissera S. Paulo: a glória deles está no que é vergonhoso. E diante disso, nós acabamos por ter vergonha do Senhor e de suas palavras. Num restaurante quem xinga e se embebeda não têm vergonha, mas nós temos vergonha de rezar. Quem vai para um ambiente de pecado conta vantajosamente isso para os outros, mas temos vergonha de dizer que fomos à Missa. Certa vez, um jovem, filho espiritual de S. Pio de Pietrelcina, estava com seus amigos que não tinham muita vivência religiosa. E, passeando com eles, passou diante de uma

PEDRO

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No Santo Evangelho ouvimos, na versão de Marcos, a profissão de fé do Apóstolo Pedro. Num primeiro momento pode parecer-nos estranho que não haja nenhuma fala de Jesus após a proclamação de Pedro. Mas que apareça o Senhor reprovando o Apóstolo, chegando ao ponto de chamá-lo de Satanás. Como já dissemos outras vezes, Marcos era filho de uma das mulheres que acompanhavam o Senhor na sua Missão, e provavelmente tinha uma propriedade no Horto das Oliveiras, o que explicaria o fato de termos ali (e só Marcos o menciona) um jovem que não era do grupo apostólico e que foge nu, quando o Senhor é preso. Talvez estivesse ali para abrir a propriedade... Marcos então conheceu o Senhor, mas talvez não o suficiente para escrever o Evangelho. Tendo sido rejeitado por Paulo por causa de seus medos, é acolhido por Pedro e com ele vai para Roma. É ali que nasce o Evangelho de Marcos. Marcos no seu Evangelho transcreve a pregação oral de Pedro, ouvida na Cidade Eterna, e preocupa-se, por causa d

POVOADO

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O Evangelho de S. Marcos, mais antigo dos Evangelhos e que ele escreve ouvindo a pregação de Pedro, traz aquele frescor, e também aqueles enigmas que surgem naturalmente do encontro entre o céu e a terra. No texto de hoje, Jesus ordena ao cego curado em duas etapas que não entrasse no povoado. A cura em duas etapas do cego pode ser entendida como o fato de que o Senhor por vezes, na maior parte das vezes, age aos poucos em nós. Não tanto porque ele deseje fazer assim, mas porque nossa abertura à graça nem sempre é plena num primeiro momento. A conversão é um "tratamento", não é um "boom", uma mágica. Geralmente há aquele primeiro momento, mais forte, mais marcante. Mas que é só o início, ou o momento em que "oficialmente" abrimos as portas ao Redentor. E quanto à ordem de não entrar no povoado? Aquele que se encontra com Cristo, não volta pelo mesmo caminho. Não volta à mesma vida. Tal como os magos retornam por outro caminho, assim Jesus

AINDA

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No Evangelho de ontem, S. Marcos disse que Jesus deu um suspiro profundo, por causa do atrevimento dos escribas e mestres da Lei que pediam d'Ele um sinal, como se, até então, Jesus ainda não tivesse operado inúmeros milagres. E Jesus diz que não. Essa atitude de Jesus para com aqueles que se opunham a Ele era por saber que tinham o coração endurecido e fechado para o seu amor. Por mais milagres que vissem, não creriam, ou diriam que a fonte do poder de Jesus era o demônio. Jesus sabe que para quem crê nenhum milagre é necessário, e que, para quem não crê nenhum milagre é suficiente. Hoje, a paciência do Senhor é novamente testada, agora pelos seus discípulos. Jesus fala do fermento dos fariseus e de Herodes, ou seja, o modo de agir e pensar deles que pode exercer sobre os discípulos certa influência, e misturar-se com o que recebem de bom do Senhor, e estragar tudo. Pensemos numa massa de pão, belíssima, perfumada, saborosa, perfeita, mas que recebe um fermento podre, em pouc

CARISMA

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Hoje, indo para um compromisso, passei por um padre vestido com sua batina. Um amigo que estava a meu lado no carro disse: "Esse aí nasceu para ser padre!". E de fato, pelo que sei é um bom padre aquele rapaz. Ao ouvir essa frase do meu amigo pensei na velha tensão existente na Igreja entre o carisma e a hierarquia.  Carisma, são os dons concedidos por Deus para a sua Igreja, concretamente naquela comunidade, ou mesmo em benefício da Igreja inteira. Porém nem sempre há o fundamental complemento entra essas duas realidades. Porque, com o passar dos séculos a hierarquia se sobrepôs sobre o carisma. Pensemos nas gerações sub-apostólicas, nelas, as comunidades inteiras eram capazes de reconhecer os carismas e de distribuí-los para o bem da comunidade, dentre os carismas se reconheciam os carismas de liderança, através de dons espirituais e qualidades humanas reconhecidas no fiel. E assim a Igreja se manteve durante séculos. Se tornaram lendárias as aclamações para pr

EU

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"Eu porém vos digo..." Essas palavras do Senhor, que talvez não nos chamem atenção, devem ter caído como uma bomba, por duas razões principais.  A primeira é de que o Senhor está no monte, tal como Moisés. Só que Moisés não publica uma lei sua, ele transmite a Lei de Deus. Mas Jesus, ao contrário, não recebe uma lei de outro, mas promulga, por própria autoridade uma nova Lei. Ao dizer, "Eu, porém, vos digo", Nosso Senhor se mostra mais do que Moisés, e, se Moisés era o amigo de Deus, com quem falava face a face; Nosso Senhor se apresenta como, mais do que amigo, Filho, imagem de Deus, própria face de Deus. A segunda razão é que a Nova Lei instituída por Cristo conduz ainda mais à perfeição. Jesus não é apenas um novo rabino que acrescenta suas interpretações à Lei, introduzindo novas leis. Jesus aprofunda a própria essência da Lei. Na Lei de Moisés, é proibido matar; na dos fariseus, então se limita a quantidade de chibatas que se pode dar a alguém para q

MILAGRE

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Segundo os grandes Doutores da Igreja, como, por exemplo Santo Tomás, todos os milagres do Senhor convergem para um único ponto: a Eucaristia. Assim ao multiplicar os pães, ao acalmar a tempestade, ao curar os doentes e expulsar os demônios, o Senhor está mostrando o poder que têm sobre todas as coisas, para que os discípulos acreditem em Sua Palavra quando fizer um milagre que não se percebe: ao tomar um pão e falar de Seu Corpo e ao apresentar um cálice de vinho, e disser que é Seu Sangue. Assim os "milagres visíveis", preparam o coração e o intelecto dos discípulos - também você e eu - para o "milagre invisível da Eucaristia". Mas o que está no coração da Eucaristia, senão a mudança, e a mudança interior. O que muda na Eucaristia é a substância, permanecendo as aparências. Assim o Senhor também nos ensina que (embora nossa substância não mude nunca!) as principais mudanças que Ele espera de nós são aquelas interiores. De nós, cada um, pessoalmente, mas ta

VALENTIM

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Feliz dia de São Valentim! Provavelmente isso não nos signifique muito. Talvez nos lembremos daquele episódio do Chaves, onde fica a dúvida se Valentim se escreve com b de bola ou v de vaca (como em espanhol o b e o v se confundem)... Mas em muitos lugares do mundo hoje é dia dos namorados. No Brasil, esse dia é 12 de junho, e não é porque é véspera de S. Antônio, mas porque os comerciantes julgavam o mês de junho muito "parado". Mas quem é São Valentim? Bem, ocorre com ele o mesmo que com S. Bárbara, S. Cristóvão... se sabe muito, mas por outro lado, não se encontra muita base no que se sabe, há a possibilidade até de que tenha dois santos com esse nome, um Bispo e outro Padre... Na tradição da Igreja ele foi um padre que quando os casamentos foram proibidos pelo Imperador Romano, continuou casando os cristãos. E porque o Imperador proibiu os casamentos? Porque os recém casados não iam para o serviço militar, e os soldados casados, enquanto combatiam tinham a preoc

PERSEVERAR

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Os grandes homens retratados no Antigo Testamento são, cada um a seu modo, um pouco do que existe em cada ser humano. Muitos deles fazem o caminho de conversão rumo à Deus, mas também há quem faça o caminho contrário: Salomão. Salomão é aquele que cresce na santidade rumo a Deus, é quem têm a graça de construir o Templo do Senhor, é aquele que pede de Deus apenas a Sabedoria. Mas, no fim da vida, deixa-se corromper. E imola sacrifícios a outros deuses, aos quais constrói santuários. Falta a Salomão a perseverança. Nós temos a ideia de que perseverança é sempre a mesma coisa. Mas a perseverança é aquela que força que nos faz mudar para ser sempre o mesmo. Nenhum de nós é hoje o que foi ontem. Ou crescemos, ou decrescemos. Penso que uma imagem que pode nos ajudar a compreender é a escada rolante que desce, e nós, estamos ali querendo subir. Se pararmos, descemos. E se queremos subir, é preciso ir contra... Isso é perseverar. Tal como Salomão, os anos de fidelidade, de crescime

MULTIDÃO

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Na vida de Jesus nem sempre a multidão foi um apoio. Mas certamente a multidão estava mais unida a Ele do que os mestres da Lei, fariseus e sacerdotes. É na multidão, muitas vezes, que Jesus encontra a acolhida mais sincera para os seus ensinamentos, e são elas que são capazes de comover o Coração de Mestre, por vagarem como ovelhas sem pastor. Há momentos de tensão, quando alguém da multidão (incluindo os Apóstolos) querem tomar Jesus para si. Querem fazer dele um privilégio próprio, e por isso, afastam as crianças ou mandam o cego parar de gritar. Nessas horas, Jesus os repreende ou vai na contra-mão de quem agiu assim, sempre com sua atitude habitual de acolhimento e de ternura. Mas multidão é multidão... E às vezes o gosto pelo mais forte, a aversão pela derrota e o medo do sofrimento e da morte, também corrompem a multidão que passa do Hosana ao Crucifica com uma facilidade que assusta. Mas a multidão também sabe bater no peito e pedir perdão e pedir o Batismo em Pentecostes

ESVAZIAIS

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No Evangelho de hoje, Nosso Senhor chama a atenção dos fariseus que esvaziam a Palavra de Deus com as suas tradições, algumas delas opondo-se claramente aos próprios mandamentos de Deus. A Igreja sempre distinguiu Tradição de tradições. Tradição é o que conjuntamente com a Palavra de Deus escrita nos revela a Palavra de Deus. Tradições (com t minúsculo) são costumes, por vezes muito arraigados na Igreja, mas que são mutáveis, e mesmo revogáveis com o tempo. Há sempre o risco de queremos domesticar a Palavra de Deus, tirar aquilo que ela têm de novo, desafiador e esvaziar a Palavra. Às vezes precisamos esquecer os dois mil anos que nos separam daqueles primeiros ouvintes de Cristo, e deixar que palavras como perdão, entregar a vida, misericórdia, "eu porém vos digo"... caiam em nossos ouvidos com o mesmo frescor que caíram no ouvido daquela geração. Essas palavras para nós, muitas vezes, já chegam domesticadas, adestradas... e sem frescor, sem novidade, sem força. Já no

PODER

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Quando você pensa em poder, o que lhe vêm à mente? E numa mentalidade eclesial, o que vêm? A verdade é que dificilmente encontramos uma relação direta entre poder e amor. Aliás, geralmente no pensamento e, ainda mais na prática, essas duas realidades são divergentes. Apesar de todos as instruções dadas por Jesus, poder e amor, poder e serviço, poder e diminuir-se, parece que ainda não se tornaram sinônimos, a não ser em eloquentes discursos vazios de atitudes. S. Gregório Magno é o primeiro a escrever uma biografia de S. Bento, na qual mencionará a existência de sua irmã, Escolástica. No mesmo capítulo em que ele a menciona, narrará a sua morte. Não é tanto o que se conhece de sua vida, e S. Gregório refere-se apenas a um fato, que certamente serve para definir toda a sua existência. Gregório fala de um encontro (que viria a ser último) entre Bento e Escolástica, que também abraçara a vida monástica. Esse encontro dá-se numa pequeno espaço que ficava entre os mosteiros ond

OFERENDAS

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Há um pressuposto na doutrina da Igreja: todo ser humano nasce com o coração voltado para Deus. Há no coração humano um desejo de Deus. Nem todos tiveram contato com a mensagem de Jesus, e dos que tiveram nem todos a compreenderam, mas ainda esses continuam buscando Alguém que possa preencher seus corações. Mas o que todos compreendem é que diante do que é divino, há a necessidade de fazer uma oferta, não se pode ir de mãos vazias ao encontro do divino. Assim o vemos em todas as religiões e em todas as culturas. Mesmo uma das religiões mais populares de hoje chamada "Shopping Center" traz esse contexto de oferta: compra-se, paga-se, consume-se para aplacar o ídolo das vitrines. No cristianismo há fortemente essa idéia da oferenda, mas qual seria a diferença em relação às outras religiões? Nas outras religiões há duas realidades em torno da oferenda: primeiro, a oferenda é destinada a divindade, segundo, ela é distinta daquele que oferece. Na religião pregada por Je

FREI JAQUELINE

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Ok, eu sei que preciso explicar um pouco. O nome Tiago é a forma aportuguesada do nome Iacobus que é forma latinizada do nome Jacob. Em Francês, o equivalente de Thiago seria Jacques. Nós não temos Tiaga (parabenizo todos os pais por não serem criativos a esse ponto), mas temos Jacqueline, que é forma feminina francesa de Jacques. Em italiano, o nome Tiago seria Giácomo, e Giácoma, a sua forma feminina. E há uma Beata com esse nome. Li num martirológio que hoje seria seu dia. Depois não encontrei mais nada... Por fim, julguei que poderia nos fazer bem pensar nessa santa mulher, que chamaremos de Jacqueline. Penso que temos três grandes mulheres na vida de S. Francisco, com cada uma S. Francisco desenvolve uma característica do amor. Sua mãe, Clara e Jacqueline. Para com sua mãe, Francisco estabelece a relação de amor filial ao extremo. Não se fala tanto nessa grande mulher que foi a mãe de S. Francisco, mas quando S. Francisco diz que seus frades deviam comportar-se

CHAGAS

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Você está no meio de uma tempestade. Raios, ventos, chuva... Ah, você também está numa floresta: serpentes, escorpião, onça... (leões e tigres, se você gosta da África...) Antes que eu esqueça, tem também alguns ladrões e assassinos que estão à sua procura. E então, você encontra uma gruta, aberta, vazia e segura. O que você faz? Eu me jogaria nessa gruta e daria um jeito de pôr algo na entrada para que nada nem ninguém me encontrasse ou me tirasse de lá. Os salmos tantas vezes recordam o Senhor como nosso rochedo.  Dizer que o Senhor é o rochedo, significa a sua força, a sua proteção sobre nós. E o Senhor, nosso rochedo, foi ferido. Abriram nesse rochedo cinco fendas, cinco grutas. Para que nós nas tempestades e perseguições da vida tivéssemos lugar para nos abrigar. Hoje, desde o século XVIII, Portugal celebra como festa as Cinco Chagas do Senhor. Na época, o Brasil era colônia, portanto se estendia também até aqui o decreto do Papa que instituía a Festa com

PÚLPITO

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Quando visitamos Igrejas antigas é comum vermos púlpitos. Púlpitos são como que "camarotes" de onde antigamente os padres pregavam. Tinham uma dupla função, fazer com que os padres, numa época onde não se tinham microfones, pudessem ser melhor ouvidos e para lembrar aos fiéis que os padres estavam ali não para falar das coisas da terra, mas do céu; por isso era elevado do solo. Não sou perito, talvez esteja mais pra paciente... mas o que é um louco? O louco é aquele que considera uma realidade de um modo totalmente diversa do que o resto do mundo considera. Por exemplo, um dom Quixote, que onde todos vêem moinhos de vento, vê gigantes em batalha... Sempre houve uma estreita ligação entre loucura e ser cristão. Todo cristão precisa ter um pouco de louco. Porque a nossa salvação é a Cruz e a Cruz é loucura, como recorda S. Paulo. Assim, o cristão-santo-louco Paulo Miki, quando viu a sua cruz erguida para ser morto, não a viu como um instrumento de tortura, mas como

FRÁGIL

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"Vossa misericórdia sustenta a fragilidade, e nos faz testemunhas de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso". Assim diz a Santa Liturgia no Prefácio dos Mártires. A fragilidade humana, não é a inexorável morte... Mas a luta contra ela. Lutamos constantes contra a morte. É o desejo de permanecer vivo que move o ser humano, o protege, o faz avançar cada vez mais nas sendas da ciência e do bem-viver. É a luta para ficar vivo que desde os tempos remotos faz a humanidade caminhar. O mártir é aquele que pela graça divina, consegue andar no caminho contrário. É aquele que não deseja a morte, ou até a deseja, como estrada para o Cristo Senhor. Em certo sentido, a Igreja venera com mais devoção aqueles mártires mais frágeis, especialmente crianças e adolescentes que, numa idade em que é comum terem medo de escuro, enfrentam a morte. E vencem. Não vencem a morte, permanecendo vivos. Vencem a morte, morrendo pelo Imortal. Assim é essa santa jovem cuja memória hoje cel

ABSALÃO

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Ninguém nasce perfeito, pronto, acabado. Vamos crescendo e sempre tendo diante de nós os dois caminhos de que fala o Salmo Primeiro. Davi não nasceu pronto. Nasceu escolhido. Mas não nasceu pronto. E assim eu e você. Todos nascemos escolhidos para o céu. Mas talvez ainda não estejamos prontos para ele. E porque? Porque entre os dois caminhos há ligações que nos fazem ter um pé aqui e outro lá. O nosso problema não é sermos muito pecadores, mas não sermos muito santos. Davi foi crescendo. E "decrescendo"... O mesmo Davi que não mata o Saul que queria sua morte, manda à morte Urias que não lhe queria mal algum... Crescendo e decrescendo. Mas voltando a crescer. E a figura de Absalão mostra a altura moral e espiritual de Davi. Absalão, cujo nome quer dizer, Meu Pai é Paz, tirou toda a paz de seu pai, tentando usurpar o trono. E Davi prefere fugir a combater seu filho. No caminho Semei, da Família de Saul, prorrompe em maldições contra Davi, mas Davi consegue ver a

HUMANIDADE

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São Brás, cuja memória hoje celebramos era um Bispo do Oriente. A liturgia oriental da Igreja, talvez mais do que a do Ocidente, a nossa, têm um grande apreço pelos símbolos, e considerando que são várias liturgias, tanto mais riqueza de símbolos encontramos. Por exemplo, junto do altar (que fica oculto atrás de uma parede de ícones) fica um pequeno fogão para ferver água. Quando o sacerdote mistura ao vinho a água é essa água fervente que usa, uma vez que o que recebemos na comunhão não é o sangue frio de um morto, mas o Sangue quente, vivo do Ressuscitado. E assim tantas tradições, tantas liturgias, tantos símbolos. Nós temos o costume de geralmente usar sempre um número par de velas, lembrando os dois Testamentos que iluminam a Igreja com a Palavra de Deus. Já os orientais usam muitas velas, mas há cinco principais. Essas cinco dividem-se em dois castiçais, três num e duas noutro. As três velas trançadas entre si no primeiro castiçal lembram o dogma da Santíssima Trindade; e

LUZ

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Como falar do inefável? Como representar o que nem com os olhos conseguimos compreender? A piedade cristã sempre identificou Cristo como o Sol. Ele é o "Sol nascente que nos veio visitar" como recordou Zacarias em seu cântico. Cristo é o Sol no sentido de que nos é difícil olhá-lo de frente, tal a sua grandeza, poder e majestade. Mas ao mesmo tempo, vivemos nele, com a sua luz, seu calor e com a vida que tudo isso gera. Ele é o Sol de justiça. Quando entra em contato com a cultura pagã que adorava o sol, foi fácil para os primeiros cristãos falarem de um sol que nunca se tramonta, que queima, mas sem destruir. Assim, de certo modo, o sol começa a "perseguir" o Cristo, onde está Cristo, aí está o sol, em sua cabeça, é a auréola que vemos nas primeiras representações do Redentor. Mas, à medida em que crescia na Igreja a compreensão sobre o papel da Virgem-Mãe do Salvador, também ela é associada à luz. Mas não à uma luz tão forte como o sol, mas à luzes menores

PERECENDO

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O Salmo 121 proclama que "não dorme, nem cochila aquele que é o guarda de Israel!". Sim. O Senhor não dorme. Dormir é uma necessidade humana, por causa do nosso corpo que necessita de algum tempo para restaurar suas forças. Por isso, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade só dormiu por assumir a nossa natureza humana e com ela um corpo que lhe possibilitasse morrer verdadeiramente por nós. Mas ao assumir a condição humana, Cristo não deixou de ser Deus e de ser, portanto, o Senhor da natureza. A sua presença física, visível e com um rosto humano entre nós seria passageira. Mas a presença gerada pela pessoa dos sofredores, pela sua Palavra, pela vida de comunidade e, máxime, pela Eucaristia, essas durarão até o fim do mundo. Ali, na tempestade, Cristo dormia. Mas não deviam os discípulos saber que aquele que viam dormir, jamais dormia em seus próprios corações e que, por isso, eles mesmos não tinham o que temer, pois ter a fé, que gera a presença de Deus em nós é ter em