CHAGAS

Você está no meio de uma tempestade.
Raios, ventos, chuva...
Ah, você também está numa floresta: serpentes, escorpião, onça... (leões e tigres, se você gosta da África...)
Antes que eu esqueça, tem também alguns ladrões e assassinos que estão à sua procura.
E então, você encontra uma gruta, aberta, vazia e segura.
O que você faz?
Eu me jogaria nessa gruta e daria um jeito de pôr algo na entrada para que nada nem ninguém me encontrasse ou me tirasse de lá.
Os salmos tantas vezes recordam o Senhor como nosso rochedo. 
Dizer que o Senhor é o rochedo, significa a sua força, a sua proteção sobre nós.
E o Senhor, nosso rochedo, foi ferido.
Abriram nesse rochedo cinco fendas, cinco grutas. Para que nós nas tempestades e perseguições da vida tivéssemos lugar para nos abrigar.
Hoje, desde o século XVIII, Portugal celebra como festa as Cinco Chagas do Senhor. Na época, o Brasil era colônia, portanto se estendia também até aqui o decreto do Papa que instituía a Festa com seus belíssimos textos.
Queridos amigos, geralmente nós pensamos nas chagas do Senhor para recordar as suas dores. E essa meditação nos fará muito bem. São Pio dizia que uma alma verdadeiramente cristã não fica um dia sem meditar a Paixão de Cristo.
Mas não nos esqueçamos que essas mesmas chagas são também abrigo para nossas almas. No seu lado aberto, em suas mãos, em seus pés o Senhor oferece para nós abrigo e descanso. Ali nada de mal entra, de lá ninguém nos pode retirar. Fora dali, só insegurança e toda espécie de maldade.
Concluamos nossa reflexão com a oração coleta:
Deus de infinita misericórdia, que por meio do vosso Filho Unigênito, pregado na Cruz, quisestes salvar todos os homens, concedei-nos que, venerando na terra as suas Santas Chagas, mereçamos gozar no Céu o fruto redentor do seu Sangue.  Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

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