PÚLPITO

Quando visitamos Igrejas antigas é comum vermos púlpitos. Púlpitos são como que "camarotes" de onde antigamente os padres pregavam. Tinham uma dupla função, fazer com que os padres, numa época onde não se tinham microfones, pudessem ser melhor ouvidos e para lembrar aos fiéis que os padres estavam ali não para falar das coisas da terra, mas do céu; por isso era elevado do solo.
Não sou perito, talvez esteja mais pra paciente... mas o que é um louco? O louco é aquele que considera uma realidade de um modo totalmente diversa do que o resto do mundo considera.
Por exemplo, um dom Quixote, que onde todos vêem moinhos de vento, vê gigantes em batalha...
Sempre houve uma estreita ligação entre loucura e ser cristão.
Todo cristão precisa ter um pouco de louco. Porque a nossa salvação é a Cruz e a Cruz é loucura, como recorda S. Paulo.
Assim, o cristão-santo-louco Paulo Miki, quando viu a sua cruz erguida para ser morto, não a viu como um instrumento de tortura, mas como o púlpito mais honroso que tivera na vida. Dali, proclamou o Senhorio de Jesus, sua fidelidade à Igreja, ao Sacerdócio Católico, o perdão a seus algozes.
Sim, ele e seus 25 companheiros, inclusive uma criança chamada Antônio, foram presos à cruz e depois mortos com dois golpes de espada. Mas se para Paulo era um púlpito, para Antônio era um coro, ali, cantava o Salmo: Louvai, louvai o nome do Senhor. E assim, aqueles que eram parte das primeiras gerações de cristãos do Japão, estavam todos crucificados, mas cada um, enxergando na sua cruz um presente de Deus.
Cruz=presente.
O dia em que compreendermos isso, tudo estará solucionado. Porque teremos ensantecido, ou enlouquecido. Como preferirem.

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