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Mostrando postagens de julho, 2020

AFONSO

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Celebramos a memória de S. Afonso Maria de Ligório.  Esse Santo admirável, Doutor da Igreja, grande mestre das almas teve uma longa vida e trouxe para os cristãos grandes ensinamentos. Não sendo possível compendiá-los todos, gostaria de meditar alguns. 1. Necessidade de sair do mundo. Para S. Afonso uma alma não pode progredir se ainda está ligada aos divertimentos e espetáculos mundanos. Quando na juventude ia por obrigação social ao teatro, ao começarem os espetáculos, Afonso tirava os óculos de modo que nada conseguia ver, para que não acontecesse de que algo pudesse despertar em sua cândida alma qualquer sentimento indevido. 2. Necessidade de conhecer a doutrina. S. Afonso sempre teve uma alma missionária e causava-lhe grande penar que muita gente desconhecesse os mais rudimentares fundamentos da fé. Santo Afonso compreendia a necessidade de ensinar ao povo - ricos e pobres - as verdades de nossa santa doutrina, para que conhecendo-as possam amar verdadeiramente. Especialmente os c

LADO

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Imagine-se numa guerra entre dois reinos. De repente, um soldado, que você não sabe de que reino é, lhe pergunta: "De que lado você está?" Qual seria a sua resposta? Certamente você teria que escolher um dos dois reinos, um dos dois senhores, e afirmar sua posição. Se você dissesse algo do tipo "paz e amor", o soldado entenderia que você está do lado do inimigo, porque, numa guerra, não existe uma terceira posição. Agora que imaginamos essa cena, precisamos compreender que ela é real, que é a nossa vida. O Espírito Santo diz através do Santo Jó que a vida do homem sobre a terra é uma guerra, uma luta. Muitas vezes entendemos isso no sentido de uma busca por sobrevivência unicamente no sentido material: trabalho, salário, coisas que aumentam o preço, doenças, remédios - que também aumentam de preço - fila para o ônibus, para o táxi, para o pão, para o médico... Sim, a vida é uma luta. Mas há uma guerra, que abarca toda a nossa existência, e na qual precisamos decidir

PARTIU

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No Santo Evangelho de hoje, após contar várias parábolas, Jesus parte do lugar em que estava.  Algo comum nos Evangelhos é vermos o Senhor como um pregador itinerante que não se detém em parte alguma nem em alguma circunstância. O Senhor se põe acima dos lugares, dos sucessos ou fracassos que acontecem durante a sua pregação.  O inicial sucesso não o prende, nem o fracasso ou os riscos o afastam. Itinerante. Peregrino. Não deveria ser essa a nossa condição? Mas esses três mesmos elementos: lugar, sucesso e fracasso costumam ser tão importantes em nossas considerações... Atamo-nos a lugares: aquela paróquia, aquele grupo, aquela pastoral ou movimento, quando o Senhor nos quer dar, ou melhor, nos deu uma missão universal. Se nós fôssemos os Apóstolos não teríamos saído de Jerusalém... e encontraríamos uma ladainha de razões para justificar a nossa inércia. Desse modo, a figura de um S. Paulo que chega num lugar, evangeliza, funda a comunidade e vai para outro lugar se torna para nós quas

ÁGUA

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Celebramos hoje a memória de Santa Marta, hospedeira do Senhor. Talvez sua imagem não nos seja tão familiar, e consequentemente o ensino que a imagem traz nos pode ser desconhecido. O que, tradicionalmente, nos traz a imagem de Santa Marta? Uma caldeirinha, um hissopo (aquele instrumento que serve para aspergir água benta) e um dragão. Conta-se que a primeira grande perseguição que sofreram os cristãos foi ainda mais violenta contra aqueles que foram mais próximos de Nosso Senhor, obrigando-os a deixar a Terra Santa. Assim aconteceu com os Apóstolos, à exceção de São Tiago Maior que foi decapitado e cujo corpo foi transladado até a Espanha que tinha evangelizado. Mas também os amigos do Senhor foram perseguidos, especialmente os seus três hospedeiros: Marta, Maria e Lázaro. A Providência os levou à terras que hoje são a França e os três irmãos anunciaram lá o Evangelho de Nosso Senhor. Certa vez, Santa Marta passava por um povoado constantemente atacado por um dragão. Ao deparar

JOIO

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Imagem de Nosso Senhor da Paciência Quando ouvimos a Parábola do Joio e do Trigo, o Senhor chama a atenção para a pressa dos ceifeiros que querem logo separar o joio do trigo, mas o dono do campo não os permite, a não ser depois que ambos cresçam. Para que ao arrancar o joio não acabem por arrancar o trigo. Diante disso, muitos podemos pensar que os dois sejam semelhantes, mas na verdade não é esse o caso, até mesmo porque se assim o fosse, o risco de arrancar o trigo continuaria. Porém, a pressa dos ceifeiros não era sem propósito porque, na verdade, o joio que não é tão semelhante ao trigo,  favorece a reprodução de pragas que podem fazer mal ao trigo. O crescer juntos não é algo pacífico, mas o trigo necessitará ter "paciência" para sofrer os males que o joio lhe traz. É desse modo, queridos amigos, que chama-nos ao Senhor à paciência. Não há paciência sem um mal que nos aflija. E, na maior parte das vezes, esses males nos vêm dos outros que, sem querer ou de

GRANDE

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Constantemente no Santo Evangelho Nosso Senhor refere-se ao Reino de Deus. Esse reino pode ser compreendido de três modos: o próprio Cristo, a sua Igreja, a sua presença em nossas almas. Assim em cada parábola nós podemos compreender qual ou quais significados tem o Reino de Deus. Nas parábolas que o Senhor nos dirige no Evangelho de hoje, podemos compreender de modo inequívoco a Santa Igreja que começa pequena como uma semente, ou como as medidas de fermento, mas que se estende por todo o mundo, que cresce até que todos possam abrigar-se nela. Mas também, como num exame de consciência, precisamos nos perguntar diante do Senhor, qual tem sido o tamanho de nossas almas, de nossos corações. Diante do amor de Deus sem limites e de sua Igreja Católica, por isso mesmo sem delimitações, os fiéis não podem estreitar seus corações. Ao contrário, cada um de nós deve poder afirmar com o Salmista: "Tu dilataste o meu coração!". Um coração grande que, imagem viva da Igreja à qual

OMNIA

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A segunda leitura da Missa de hoje nos trouxe essa grande afirmação de S. Paulo: tudo é para o bem dos que amam a Deus! Que realidade maravilhosa! Deus que não deseja o mal, mas o permite; permite-o com a única razão de que tirará dele um bem maior. Ou ainda, como diz o Espírito Santo: "as tribulações do tempo presente nem merecem ser comparadas com a glória que nos aguarda!" Porém isso é uma realidade da nossa fé. Não é algo imediato, quase que matemático, de modo que de todos os males que me sobrevierem, evidentemente eu reconhecerei os bens que deles Deus tirou. Nossa vida não se resume a esse intervalo entre inspirar pela primeira vez e respirar pela última, muitos bens nós veremos do céu, ou lá os veremos com os olhos de Deus, e poderemos dizer, como aprendi de um Santo: "Graças, ó Deus, por todos os teus benefícios, mesmo os que não reconhecemos!" Alguém contou uma história: Um camponês encontrou um cavalo selvagem e o conseguiu trazer para seu

HINO A SANTIAGO

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Santo Adalid, Patrón de las Españas,                   Santo Paladino, Patrono das Espanhas, Amigo del Señor;                                                   Amigo do Senhor; defiende a tus discípulos queridos,                       Defende a teus discípulos queridos, protege a tu nación.                                               Protege a tua nação. Las armas victoriosas del cristiano                       As armas vitoriosas do cristão venimos a templar                                                 viemos fortalecer en el sagrado y encendido fuego                          no sagrado e ardente fogo de tu devoto altar.                                                  do teu devoto altar. Firme y segura                                                      Firme e segura como aquella Columna                                         como aquela coluna que te entregó la Madre de Jesús                        que te entregou a Mãe de Jesus será en España                           

PORTADOR

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A Santa Liturgia de hoje nos propõe a recordação de dois Santos que, de início, pode fazer com que o nosso coração se sinta dividido, pois ambos certamente nos são muito caros, mas se refletirmos um pouco, os celebraremos sob uma única invocação: portador de Cristo. Esse é o significado do nome Cristóvão. Cristóvão em grego pode ser entendido como aquele que leva o Cristo. Mas não um apenas "levar em si", um carregar, mas um "levar para", praticamente "um enviar" para alguém, um levar até alguém. Assim, aquele gigante que conduz o Divino Infante através de um rio, é em si mesmo, uma imagem da autêntica vida cristã: trazemos o Cristo sobre nós, atravessando as dificuldades do rio da vida, mas O trazemos não apenas em benefício próprio, senão que O trazemos para dar-Lhe aos demais. Assim, o gigante Cristóvão o foi não apenas no corpo, mas na alma e no coração. Coração grande que vai além de si mesmo, de suas próprias necessidades, para socorrer os demai

DESISTE

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"Ele desiste." Ao comentar sobre a semente caída em terreno pedregoso, Nosso Senhor, o explica como aquele que tendo ouvido a palavra de Deus, chega a alegrar-se, mas sendo uma pessoa inconstante, diante das dificuldades desiste. O problema da inconstância não são tanto os altos e baixos, mas a decisão de ficar nos baixos da vida, a desistência. Caros amigos, a desistência é uma das grandes tentações que temos, porque há uma luta muito renhida fora e, ainda mais violenta dentre de nós. A busca de viver sobrenaturalmente encontra demasiadas resistências em nossa natureza decaída e ferida pelo pecado. A desistência, por vezes, manifesta-se até como uma falsa "coerência", uma vez que não consigo vencer esse pecado, é melhor aceitar que sou assim e pronto. Não! O Senhor deseja-nos a luta, ainda que muitas vezes - e Ele o sabe - sejamos mais derrotados que vencedores. Enquanto nós desejamos a vitória, Deus que também a deseja e a concederá, se alegra com o simples

VER

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No Santo Evangelho de hoje Nosso Senhor refere-se à alegria que deveria estar no coração dos discípulos por verem e ouvirem o que tantos santos e justos desejaram ver e ouvir, mas não viram nem ouviram. Por outro lado, nem todos tinham essa compreensão, ao contrário. Muitos dos contemporâneos do Senhor não quiseram nem ver nem ouvi-l'O, fechando seus corações. Aqui aplica-se de forma tão acertada o ditado de que o pior cego é o que não quer ver. Não quiseram ver o Senhor. Não quiseram aceita-l'O nem a Salvação que oferecia a mãos cheias. Fecharam-se em sua cegueira, e, não podendo negar o poder do Senhor, preferiam atribuí-lo a satanás. Queridos amigos, o Arcebispo Fulton Sheen, comentando a Natividade de Nosso Senhor, ensina que só dois tipos de pessoas foram capazes de reconhecer a chegada de Jesus: os que nada sabiam, e os que sabiam que não sabiam tudo. Assim também hoje, quem supõe tudo saber, nada de Cristo encontrará porque a "posse d'Ele" será s

MARIA

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Queridos amigos como seria o modo de Nosso Senhor tratar as pessoas? Ainda que não houvesse caridade maior, não teremos nesse mundo como saber. Muitos santos dão-nos uma idéia do "jeito" de Nosso Senhor e através disso converteram tantas almas. Um advogado ateu afirmava peremptoriamente que "Dom Bosco parecia Nosso Senhor"; um oficial anti-clerical converteu-se ao pedir que Santa Bernadete Soubirous sorrisse como a Santíssima Virgem; e um jornalista agnóstico dizia "ter visto Deus num homem" ao regressar de uma visita ao Santo Cura de Ars. Mas não é mal que busquemos imaginar o modo como Nosso Senhor falava, andava, agia, ao contrário pode nos fazer muito bem. Especialmente quando consideramos o Evangelho da festa hodierna. Toda liturgia hoje estava já cheia de uma alegria pascal, e o Santo Evangelho colocou-nos na manhã do Domingo de Páscoa, junto à Madalena buscando "aquele que nosso coração ama" e por quem estamos "feridos de amor&

ANJOS

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A existência dos Anjos é uma verdade da nossa fé católica. Cremos que Deus criou espíritos perfeitos, dotados de inteligência e vontade e que o servem e louvam sem cessar. Parte desses anjos revoltou-se contra Deus e foram expulsos do Paraíso por S. Miguel, mas os demais - que foram maioria - , confirmados em graça, permaneceram fiéis a Deus. Desses anjos fiéis, Deus destinou alguns coros para que estivessem disposto a servir aos homens, guardando-os e protegendo-os de modo comum (pelas nações, instituições) ou particular, nesse caso, os chamamos de Anjo da Guarda. Cada ser humano recebe de Deus um anjo que será seu exclusivo guardião, protegendo-o dos males espirituais e físicos, intercedendo por ele junto a Deus e dando-lhe boas orientações e conselhos em seu interior. Se pelo fato de ter criado os Anjos Deus já mereceria o nosso louvor, quanto mais ao destiná-los ao nosso serviço! Os Anjos Custódios não são uma historinha para crianças, mas precisam ser uma devoção rija, firm

JULGAMENTO

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Há coisas que nos marcam. Pessoalmente tenho marcada em mim a lembrança de um confessionário. Já usei como confessor e penitente vários confessionários, mas um que, concretamente nunca usei nem como um nem como outro, mas o vi servindo de guarda-mantimentos (sim, infelizmente) me marcou. Aparentemente não tinha nada de mais: madeira, porta, genuflexório etc... mas na grade que fica na altura da face do penitente e dos ouvidos do confessor é que estava a diferença desse confessionário para os outros. Ali estava escrito na madeira, em cada quadrante na cruz: morte, juízo, inferno, paraíso. Não teria como ser mais direto. Essas quatro realidades últimas do homem, por isso mesmo chamadas de novíssimos (últimos, em latim) eram ali recordadas ao penitente e ao confessor. Para que aquela confissão de modo imediato e também toda a vida do fiel, fossem pautadas nessa meditação. De fato, diz o Espírito Santo que se lembramos constantemente de nossos novíssimos não pecaremos. Porque nada

MUNDO

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"O campo é o mundo", assim explica Nosso Salvador a parábola do joio e do trigo. A expressão "mundo" aqui têm o seu significado mais imediato, sem as nuances teológicas que lhe imprimirá, por exemplo, S. João. O mundo enquanto a totalidade das pessoas, o mundo é o nosso campo de sementeira. O mundo. Que grandiosidade de coração nos pede o Senhor. Que braços escancarados necessitamos ter! O mundo! E lá foram os Apóstolos. As perseguições que a Igreja sofria nos primeiros tempos eram consideradas numa "mentalidade eucarística" como uma pancada dada num saco de farinha que só faz espalhar ainda mais os grãos. Assim, quanto mais perseguida tanto mais crescia. O mundo! Que pretensões tão tacanhas são as nossas resumindo-nos apenas a um país ou continente... O mundo! E se o Senhor manda é porque podemos. Os Apóstolos com muito menos meios que nós puderam. Hoje é a nossa vez de recristianizar o mundo que outrora esteve aos pés de Cristo Rei. Para is

BARATO

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Quando ideologias e não mais a verdade guiam o ser humano, não se é mais possível conhecer a história, porque ela nos é passada de acordo com um prisma que favorece os interesses de quem domina a ideologia. Assim, milhões de estudantes saem das escolas e das faculdades formados sem saberem que as universidades, o método científico, os hospitais foram criados pela Igreja, por exemplo. Aprendem sobre a Inquisição Católica sem saber diferenciar a Romana da Espanhola e sem ouvirem dizer nada sobre a sua gêmea protestante. Aprendem sobre Revolução Francesa como um avanço para a humanidade, onde a perda de algumas (milhares) de cabeças é apenas um apêndice. E não sabem o que seria a Vandée. Não escutam uma palavra sobre a Guerra Civil Espanhola e menos ainda sobre a Cristiada Mexicana. Gostaria de me deter um pouco nessa última. A Cristiada foi uma contra-revolução feita pelas católicos mexicanos para terem novamente os direitos que lhes tinham sido tirados pelo governo. Direito de ir à

MISERICÓRDIA

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"Quero misericórdia e não o sacrifício!", assim cita Nosso Senhor hoje não apenas o Profeta Oséias, mas um versículo que, vez por outra volta no Antigo Testamento, ainda que com palavras diferentes. Mas necessitamos compreender o que é misericórdia e o que é sacrifício nesse contexto. De forma muito resumida, misericórdia refere-se às atitudes interiores e o sacrifício às realidades exteriores. Não há contraposição entre ambas, mas necessária complementaridade. Ou seja, o Senhor não manda escolher entre uma coisa ou outra, mas recorda que a exterioridade necessita ser apoiada numa interioridade santa, misericordiosa. Assim, o sacrifício ofertado para alcançar a misericórdia de Deus e ofertado por corações que vivem antes essa misericórdia entre os iguais. O perdão, nem sempre fácil, às vezes aparentemente impossível, não nos é um conselho, mas uma exigência do Senhor, para que continuemos a nossa união com Ele e para que nossos sacrifícios lhe sejam agradáveis. M

FRIO

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"Olha o casaco, filho! Tá frio"! Dificilmente existirá um ser humano que não tenha ouvido frase semelhante, vinda dos lábios de suas mães. Vestir e revestir os filhos é uma tarefa tão materna que o próprio Evangelho nos afirma ser Maria Santíssima a envolver em faixas o Filho recém-nascido. A túnica inconsútil de Nosso Senhor também é, tradicionalmente, atribuída à obra da Santíssima Virgem. Túnica inconsútil quer dizer que não havia costura. Ou não foram vários tecidos costurados (mangas, costas etc) mas algo que foi tecido (como se fosse um crochê) como uma peça única. Vestir é uma preocupação materna, porque significa proteger, cuidar, evitar perigos e mesmo doenças. Assim é o Santo Escapulário. O Santo Escapulário originalmente é uma veste, uma veste reta com uma abertura no meio para que passe a cabeça e que pende pelos ombros (escápulas) para frente e para as costas.  S. Simão Stock temia pela extinção da Ordem Carmelita, o que era praticamente certo, e

MONTE

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A Santa Invocação da Santíssima Virgem como Nosso Senhora do Carmo, traz subjacente, a referência a uma montanha, um monte, o Carmelo, ou Carmo. Já a tradição da Igreja refere-se à Maria mesma como fons, pons, mons . Isto é, fonte que Deus mesmo instituiu de todas as graças, ponte que nos salva dos mares agitados e nos une a Deus e monte de todas as graças e virtudes. Subir o monte é parte integrante da espiritualidade carmelitana e sobre esse assunto gostaria de abordar dois aspectos: leveza e visão. Aquele que se dispõe a subir uma montanha necessitado está de livrar-se de todos os pesos, carregará apenas o que for estritamente necessário, porque, quanto mais pesado, mais difícil será a caminhada. Na subida do monte que é a vida do cristão necessitamos livrar-nos dos pesos, o peso principal é o peso do pecado, mas há também uma série de coisas das quais podemos abrir mão sem dano de nossos deveres de estado, também delas, vez por outra, sob a guia de um diretor espiritual, pr

FESTA

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Vamos fazer uma festa? "Vamoooooooooos!" Escutei vocês respondendo cheios de animação. Depois de amanhã é a festa de Nossa Senhora do Carmo, e queria que realmente fosse uma festa no estilo de Nosso Senhor e de Nossa Senhora. Primeiro, suponho que todos vocês como bons católicos já usam o Santo Escapulário imposto por um sacerdote. Aqueles que ainda não o fizeram busquem adquirir um escapulário de tecido ou com tecido e peçam ao padre que benza e que ponha sobre vocês. Depois, quem preferir pode substituir por outro de metal que também deve ser bento. Se alguém que tenha usado o Santo Escapulário, o deixou de usar, é só colocar de novo. Quem quiser trocar de escapulário de tecido, não precisa benzer. É só colocar. Segundo, hoje eu peço que você diante de uma Virgem do Carmo, reze o Santo Rosário completo. Anda! Seja generoso! Eu sei que seria mais fácil comprar uma fatia de lasanha na festa paroquial, mas o que agradará mais a Virgem? Sem reclamar! Rosário! Ahhhh, pa

GUERRA

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Santo Henrique e sua esposa, Santa Cunegundes, seguram uma Igreja como símbolo das muitíssimas que construíram, ampliaram ou dotaram de dignos materiais para o Culto Divino. Já há alguns anos, a divindade de Nosso Senhor tenta ser ofuscada pela consideração de Cristo como um grande líder, um mestre dentre outros mestres, um profeta dentre outros profetas. Um homem cuja mensagem se resumiria à paz e amor. Um pacifista. Quanto mais esse falso cristo nos é familiar, tanto mais as palavras que o verdadeiro Cristo nos dirige no Santo Evangelho de hoje nos chocam, e temos a tentação de buscar a interpretação mais amena, ainda que seja igualmente a mais mentirosa. O Senhor nos chama à batalha e apresenta-Se a Si mesmo como aquele que traz a guerra, aqu'Ele por causa de Quem haverá divisão e... morte. Justamente por isso, é importante estar apegado à própria vida como alguém que se lança em batalha. Aquele que se lança em batalha está preparado para tudo, até mesmo para morrer pelo

SEMENTE

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Queridos amigos, neste domingo ouvimos inteira ou em parte a parábola do semeador. No texto mais longo, Nosso Senhor ainda explicará aos Apóstolos o sentido de cada elemento de parábola, e a nossa atenção se fixa bastante nos tipos de terrenos em que cai a semente: a beira do caminho, entre as pedras ou espinhos e, finalmente a terra boa. Geralmente tentamos descobrir que tipo de terrenos somos, geralmente não tendo a pretensão de nos apresentarmos logo como terra boa, mas quase. Porém, gostaria de tirar a nossa natural atenção aos terrenos que, essencialmente são os mesmos, as suas diferenças são onde estão ou o que têm em si, e pensar nesse ato de semear do semeador. Os terrenos na parábola assumem um papel totalmente passivo, recebendo bem ou não a semente lançada ativamente pelo semeador. Na nossa vida, todavia, é necessário que busquemos a semente, ou seja, a Palavra. Muitos dos que pensamos que tipo de terreno poderíamos ser, no fundo sequer terreno somos, pois nenhuma seme

ABENÇOADO

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Ler uma crônica é interessante. Traz-nos informações com objetividade. Ler uma poesia é edificante. Traz real júbilo aos nossos corações. S. Gregório, verdadeiramente Magno, reúne ambas as coisas nos seus "Diálogos", 4 livros que trazem uma conversa com um diácono, Pedro, sobre a santidade. E como a santidade não existe sozinha, mas em seres pessoais, ele apresenta o exemplo de vários santos que viveram na Itália. O segundo livro é dedicado a um único Santo: Bento. E há expressões verdadeiramente magníficas que S. Gregório utiliza e que se tornaram clássicas ao referir-se ao Santo Patriarca. Bento por graça e por nome: Essa é uma das primeiras que o Santo utiliza, servindo-se do próprio nome do Santo para falar de sua vida. Bento, Bendito, abençoado. A Bênção é propriamente obra de Deus, iniciativa d'Ele, graça d'Ele. Assim Gregório recorda que a santidade que brota dessa bênção é antes de tudo um dom de Deus que o Santo corresponderá com todas as fibras d

SERPENTE

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"Sede prudentes como as serpentes". Assim disse Nosso Senhor no Evangelho de hoje. A serpente não é um animal muito simpático na Sagrada Escritura, mas nesse caso ela nos é apresentada como um modelo a ser seguido, um modelo de prudência. Há algo sobre a serpente - que se não é verdade é bem provável - que é o fato de que numa disputa, com outro animal ela expõe qualquer parte de seu corpo, menos a cabeça que lhe é vital. Também nós, nos certames da vida, precisamos saber o que nos é vital. Saber o que podemos perder e o que devemos proteger. Isso é prudência. Prezados amigos, conta-se uma piada de que num navio, vindos de Portugal para cá, havia alguns jesuítas. De repente, o navio começa a afundar e o comandante disse para que os passageiros: "Joguem ao mar tudo que for pesado!" E os jesuítas que estavam rezando, jogaram ao mar seus breviários... É uma piada. Agora é a parte que você ri. E agora é o momento em que você compreende que na hora do ape