MARIA

Queridos amigos como seria o modo de Nosso Senhor tratar as pessoas?
Ainda que não houvesse caridade maior, não teremos nesse mundo como saber.
Muitos santos dão-nos uma idéia do "jeito" de Nosso Senhor e através disso converteram tantas almas. Um advogado ateu afirmava peremptoriamente que "Dom Bosco parecia Nosso Senhor"; um oficial anti-clerical converteu-se ao pedir que Santa Bernadete Soubirous sorrisse como a Santíssima Virgem; e um jornalista agnóstico dizia "ter visto Deus num homem" ao regressar de uma visita ao Santo Cura de Ars.
Mas não é mal que busquemos imaginar o modo como Nosso Senhor falava, andava, agia, ao contrário pode nos fazer muito bem.
Especialmente quando consideramos o Evangelho da festa hodierna.
Toda liturgia hoje estava já cheia de uma alegria pascal, e o Santo Evangelho colocou-nos na manhã do Domingo de Páscoa, junto à Madalena buscando "aquele que nosso coração ama" e por quem estamos "feridos de amor", como a esposa do Cântico de Salomão.
E o Senhor nos aparece (estamos com ela, não esqueça!), mas nós não O reconhecemos, talvez nossos olhos embaçados não nos facilitem reconhecer o mais belo dos filhos dos homens, e nesse lusco-fusco pensamos ser um jardineiro. Não estamos por todo errados, pois é o Semeador da Palavra de Deus. Ele certamente sorri com nossa confusão e com as palavras desajeitadas e chorosas que Maria lhe dirige.
Ele não aguenta mais. E se não o reconhecemos ainda, seu Coração não se contém e diz: "Maria!" e o meu e o seu nome também (ouviu?).
Ai! Como nos chamou o Senhor?
Conseguimos descobrir?
Sua voz parece ser "um cautério suave, uma regalada chaga, um toque delicado (...) que paga toda dívida e que matando, morte em vida, me tem trocado", como tão maravilhosamente escreveu S. João da Cruz, mesmo que sobre outro aspecto.
Sua voz nos cai como um raio, ao mesmo tempo que nos preenche com uma paz...
Particularmente percebemos Maria.
De quantas coisas e de quantos modos imundos não fora chamada esta mulher?
Quantos a vendo cortar a noite naquela madrugada não terão pensado que mal morrera o Cristo aquela mulher voltava a vida de antes...
Mas o seu nome na boca de Cristo... com que carinho, com que força, com que amor sem medidas pronunciou Jesus o nome de sua amadíssima Mãe que aquela mulher também trazia...
Maria!
Em cada Missa dizemos ao Senhor: "sed tantum dic verbo..." "mas digas apenas uma palavra..." que palavra é essa única capaz de salvar nossas almas?
Que outra poderia ser senão o nosso próprio nome, dito com aquele amor abundante com o qual chamou aquela discípula?
Maria!
Senhor, faze-me ouvir tua voz chamar meu nome.
Para que não me esqueças do teu amor. Para que busque a tua presença. Para que te ofereças como trono o meu pobre coração!
Bastou isso: Maria!
E esta mulher não se conteve mais.
Foi aos Apóstolos, foi aos discípulos, foi a todos.
Foi pelo mundo!
A França traz para si a honra de ser evangelizada por primeiro pelos três irmãos: Marta, Lázaro e... Maria!
Um nome, mas que na boca do Senhor...
Se uma lama nas mãos de Jesus se torna cura para um cego, o que não será o nosso nome em seus dulcíssimos lábios?
Escutemos.
Permitamo-nos ouvir.
E tendo ouvido, vamos!
E digamos o Nome d'Ele a toda criatura.


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