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Mostrando postagens de março, 2020

NADA

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No Santo Evangelho de hoje, Nosso Senhor manifesta aos judeus que, da parte dele, não faz nada, mas simplesmente faz o que o Pai o ensinou. E qual foi o ensinamento do Pai? Que lição aprendeu Jesus para fazer quando fosse "levantado", a lição de não fazer nada. Não se trata de um fazer nada inconsequente, preguiçoso, mas simplesmente o abandonar-Se, o deixar que o Outro faça por ele. No meio de sua Paixão, na versão da maior parte dos Evangelhos, o Senhor pouco fala e faz menos ainda, deixa-Se conduzir, abandona todo o seu poder e sua glória e permite-Se ser um joguete na mãos dos mais ímpios e covardes dos homens, deixando a ação para o Pai. Só que aquele que ensina, primeiro pratica. E o Pai também não faz nada. A Paixão de Cristo inaugura também um novo momento para a humanidade em que precisaremos conviver com o silêncio de Deus. Aquele Deus que assolou de pragas o Egito, abriu mares e fulminou quem tocou devotamente na Arca da Aliança, agora assiste todo o mistério

MISERICÓRDIA

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Na primeira leitura da Missa de hoje, Suzana, mulher justa, alvo de mentiras é salva da morte com que os velhos juízes, seduzidos pela sua beleza e frustrados pelo seu não, queriam lhe castigar. Já no Evangelho, a mulher adúltera, culpada, realmente pega em flagrante, é salva da morte que os velhos mestres da lei queriam lhe dar, a não ser que, Jesus indo contra a Lei de Moisés, tentasse salvá-la. A intenção dos velhos do Antigo Testamento eram satisfazer seus prazeres com Suzana, e dos Mestres da Lei era colocar Nosso Senhor em oposição à Lei que fundamentava o povo da Aliança. Ninguém queria justiça. Por isso ninguém tinha misericórdia. Quando se quer realmente a justiça, ao mesmo tempo, nasce a misericórdia. Mas Jesus quer justiça, e por isso distribuiu misericórdia. Não era só o adultério que era condenado com a morte. Aliás ninguém adultera sozinho, e o cúmplice da mulher não aparece em momento algum. Também a blasfêmia, a mentira, o endurecimento do coração, nã

SE

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E se... Com o passar dos anos passei a ter horror a essa expressão que geralmente usamos para estragar o que está bom ou para piorar o que já é ruim. E se... Lembro quando era criança, junto com meus colegas Aristóteles e Epicuro, de um professor de história que dizia: "O 'se' não existe!". Ele dizia isso porque alguns colegas diziam: "Mas e se Napoleão não tivesse sido imperador"; "Se a Primeira Guerra não tivesse acontecido"; "Se Constantinopla não fosse arrasada"... E ele dizia que o "se" não existe. O que existe é o fato, o ocorrido, o evento. No Santo Evangelho de hoje, S. Marta recebe Nosso Senhor com essa palavra: "Se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!". Aliás há um contraste constante no Evangelho de hoje entre tudo o que há de ruim: doença, morte, fedor, sepulcro, rocha pesada... e a palavra que Jesus repete algumas vezes: glória. Para Jesus a doença servirá para a glória. A mort

LOTERIA

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Joguei na loteria. Antes, é claro, consultei alguns moralistas e dentre eles dois jesuítas. Metade dos moralistas que consultei me disseram que não era pecado jogar, e me disseram que também eles jogavam. A outra metade disse que era pecado e que por isso não jogavam. Já o primeiro jesuíta disse que talvez sim. E outro disse que talvez não. Então joguei. E como continuo a escrever nesse blog, você pode deduzir que não ganhei. Mas fiquei pensando. E se a Páscoa fosse uma loteria? Bem, se a Páscoa fosse uma loteria, significaria que só depois que eu amasse realmente em sua perda alguém que perdeu, podendo ganhar (jogou fora de propósito o bilhete, imagine!) é que eu me tornaria capaz de ganhar todos os prêmios acumulados desde o início de todas as loterias. Está confuso? Tudo bem, é que você tem assistido muitos programas infantis nesse tempo de quarentena e isso nos confunde um pouco mesmo. Da loteria da vida, ninguém sai vencedor. Um poeta já disse que a vida é um combate i

JUNTOS

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Terminou há pouco a celebração presidida pelo Santo Padre Francisco. Nela ouvimos o Evangelho da tempestade acalmada onde os discípulos perguntam a Nosso Senhor: "Não te importas conosco!" O Santo Padre direcionou parte de sua reflexão a esta pergunta. Sim, o Senhor Se importa conosco, e não é porque atravessemos noites e tempestades que Ele não esteja conosco, ou ainda, não se importe conosco. O problema não é se Deus se importa conosco, mas se nós nos importamos com Deus. Disse o Santo Padre que nós não ouvimos o grito de Deus, nem dos pobres, nem do planeta e que quisemos viver sadios num planeta doente! Não ouvimos a voz de Deus. Mas Ele está conosco. Ele se importa conosco. Essa pergunta dos discípulos feriu, de certo modo, o Coração de Jesus, porque não há nada pior para quem ama, do que a suspeita do amado. Sim, Ele se importa. Após sua reflexão, o Santo Padre dirigiu-se à Nossa Senhora, cujo ícone "Saúde do Povo Romano" estava na praça, e foi

ISOLAMENTO

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Estamos todos vivendo esse tempo de isolamento em nossas casas, e nos é necessário reaprender tanto... A vida da imensa maioria de pessoas se desenvolve numa rotina frenética, o isolamento só retirou o frenético, mas muitas vezes vivemos um tédio maior não por não ter o que fazer, mas por não saber o que fazer. Quase não nos encontrávamos, nosso tempo um com outro era muito pouco, e talvez hoje a cara do outro já esteja nos cansando... Como alguém que habitualmente vive em isolamento, gostaria de partilhar algumas práticas que podem nos ajudar a viver mais santamente esse tempo: 1. Tenha um horário. Não se trata de acordar às 6h, tomar café às 6:17, limpar a cozinha às 6:32... Mas de ter uma sequencia de ações de modo que você esteja sempre ocupado. Mesmo que a sua ocupação naquela hora seja... descansar. 2. Nesse horário, inclua um tempo de oração. Sozinho. 3. Tenha momentos sozinhos, se você ficar o tempo inteiro olhando para a cara de todo mundo, vai enxergar com a lupa do ca

HIC

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Há dois lugares no mundo em que quando rezamos o Angelus acrescentamos a palavra "Hic", que quer dizer "aqui". Quando rezamos em Nazaré, na parte subterrânea da casa da Virgem Maria, dizemos: "Aqui o Verbo se fez carne..." Mas há a parte de cima da casa que foi transportada pelos Anjos de Nazaré para Loreto, ali também, no Altar está escrito e nós rezamos: "Aqui o Verbo se fez carne..." Que expressão tão forte: o Verbo se fez carne! E demorou um tempo para os homens compreenderem que Deus rasgou os céus para ser gerado segundo a carne no ventre imaculado de Maria Santíssima. Mas o Verbo também se faz carne sobre nossos altares. Na Eucaristia, o Verbo não se faz pão, uma vez que não existe mas a substância do pão que cedeu lugar à de Cristo mesmo. Em cada altar, de certo modo, poderíamos dizer o Verbo se fez carne. Mas o que é o Verbo? É a Palavra, Jesus é a Palavra de Deus. Quando acolhemos Jesus, a sua Palavra em nosso coração, al

MEIOS E FINS

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Há 38 anos um paralítico deitado próximo à uma piscina milagrosa esperava o agito angélico da água para curar-se. Mas, entre ele e a piscina havia a necessidade de alguém que o levasse. Faltava-lhe esse alguém e, por isso, faltava a piscina. No caso do paralítico, a piscina era um fim, para o qual faltava um meio: alguém. Ele já se havia acostumado com essa falta, tanto que quando Nosso Senhor pergunta se ele quer ficar curado, ele já não responde sim ou não, mas pensa na piscina e na falta de alguém que o leve até ela. Só que na verdade, a finalidade daquele homem era a cura. Jesus sabia disso. Ele não. Depois de 38 anos ele talvez não pensasse mais na sua saúde restabelecida, mas na piscina e na falta de alguém que o levasse. Queridos amigos, como seria bom que alguém o levasse e ele caísse na piscina agitada pelo anjo. Mas isso não aconteceu. E, propositalmente, Jesus o curou sem ninguém e sem piscina. Todos nós na nossa vida temos desejos materiais e espirituais que estão l

PROBLEMAS

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Lemos ou escutamos nesse IV Domingo da Quaresma, Domingo da Alegria, o longo Evangelho do Cego de Nascença.  Resumindo de uma forma bem objetiva trata-se de um homem que tinha um problema, foi curado por Jesus, e depois ficou com vários problemas. Ele tinha um problema: era cego. Esse problema estava mais ou menos remediado com as esmolas que recebia, seus pais, por outro lado também o podiam ajudar em algo. Era um problema, mas com tudo mais ou menos encaminhado. Aí chega Jesus. O cego nem pediu a cura, mas Jesus o curou, ungindo seus olhos com saliva e terra e mandando lavar-se na piscina do Enviado (lembremos que essa leitura está num contexto de preparação para o Batismo dos catecúmenos). Ele se lava e volta enxergando. E começam os problemas: Os vizinhos discutem entre si porque não acreditam que seja ele o "cego" de antes, ele diz que é, mas mesmo assim continuam discutindo, o problema maior com os fariseus que o questionam sem cessar quem e como lhe ab

APOIO

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Antes da Reforma Litúrgica do Concílio Vaticano II, no dia 21 de março, toda Igreja celebrava o Trânsito de S. Bento. Depois ficou apenas o dia 11 de julho, que recorda a ida de seus ossos para a cidade francesa de Saint-Benoit sur Loire, o que hoje seria um fato questionável por alguns historiadores. Como já dissemos o dia 21 de março, entretanto recorda o trânsito, ou seja, a sua passagem desse mundo para a glória celeste. E nesse fato, S. Gregório, o grande biógrafo de S. Bento traz duas circunstâncias de suma importância: a primeira é de que S. Bento morre numa celebração eucarística, após a comunhão. Não poderia ser diferente: aquele para quem nada poderia ser mais do que a liturgia, consome a sua vida numa ação litúrgica. Mas há um segundo elemento: S. Bento morre em pé. Em ação de graças ele ergue os braços e dois discípulos o sustentam enquanto louva o Senhor e entrega o seu espírito. Não haveria outro modo de morrer em pé, senão sustentado, apoiado pelos filhos/irmã

SILENCIOSO

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Xiiiiiiii! Silêncio! Vamos hoje fazer uma brincadeira. Você pode falar, mas só vai falar o que S. José falou na Bíblia. Valendo! Ok, licença! Existem três tipos de silêncio: o silêncio da tristeza, o silêncio da raiva e o silêncio da escuta. No silêncio da tristeza matamos nossa alma não aceitando as dificuldades da vida e geralmente piorando através de nossos pensamentos aquilo que naturalmente já não é bom. No silêncio da raiva matamos em nós a presença do próximo, enxergando-o como nosso inimigo, pensando no inimigo mais do que em Deus e criando em nossa mente um círculo vicioso de ódio que vai se estendendo do inimigo, aos seus parentes, aos seus amigos etc. E o silêncio da escuta. No silêncio da escuta nós alimentamos a nossa alma com a presença do outro e nossa alma se torna como que uma extensão daquele a quem ouvimos. Assim, quando eu silencio para escutar muito uma pessoa, a minha alma aprende a pensar e agir como ela. José é o silencioso de Deus. Não temo

LOUVOR A SÃO ROQUE

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Encontrei uma antiga oração a S. Roque e tentei traduzir o melhor que pude. Rezemos nesse tempo: Tu que és médico divino Com milagorosos sinais Livra-nos de peste e males Roque Santo peregrino Importância e berço nobre Te deu em Montpelllier o Céu E em ti se fez anunciar Um claro prenuncio de fortuna Com uma cruz vermelha marcado no peito ao nascer Livra-nos de peste e males Roque Santo peregrino Contra o mundo com espanto Guerra tão cedo começa Que entre jejuns e penitências Eras menino e eras santo Oh, que feliz destino Ensinaste aos mortais Livra-nos de peste e males Roque Santo peregrino. Aos doze anos a teu tio Dando aos pobres tua fazenda Seu cuidado o encomendas Vassalos e senhorios. De Roma pelos caminhos Peregrino e pobre saístes Livra-nos de peste e males Roque Santo peregrino. Em Acquapendente encontraste Povo com peste e triste Cruzes sobre eles fizestes E no mesmo instante os curastes. Roma e

MISTAGOGIA

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Mistagogia... Já ouviu essa palavra? Talvez sim, talvez não. Mistagogia poderia ser compreendido como o sentido do mistério. Mas mistério aqui não é coisa secreta, escondida, ao contrário, é um sinal visível. Por isso, a palavra grega mysterion traduziu-se no latim como sacramentum... S. Cirilo de Jerusalém, cuja memória hoje celebramos, ficou famoso por suas catequeses mistagógicas, ou seja, como Bispo ele compreendeu que uma de suas missões mais importantes era ensinar, e que o melhor modo de ensinar a fé seria ter como pano de fundo, os sinais sacramentais. Vamos agora dar a palavra ao nosso Santo:  " Se ele (Cristo) em pessoa declarou e disse do pão:   Isto é o meu corpo , quem se atreveria a duvidar doravante? E quando ele afirma categoricamente e diz:   Isto é o meu sangue , quem duvidaria dizendo não ser seu sangue? Outrora, em Caná da Galiléia, por própria autoridade, transformou a água em vinho. Não será digno de fé quando transforma o vinho em sangue? Co

PERDOA!

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Perdoa, Senhor, perdoa o teu povo: não fiques eternamente irritado conosco. É isso que diz essa antiquíssima antífona penitencial da Igreja.  Sempre necessitamos do perdão de Deus, e como Igreja somos sempre chamados à conversão. Para isso existem os tempos litúrgicos, especialmente a quaresma, na qual somos chamados a reconhecer que somos pó e cinza e que muito pecamos, por isso precisamos da misericórdia do Senhor. Deus não se irrita conosco. Aquele que é Amor poderia irritar-Se? Não! Não está irritado o Pai que espera na soleira da casa o filho que saiu. Mas era como o povo de Israel compreendia os momentos difíceis, impossíveis pelos quais passavam. Mesmo a Virgem Maria em suas aparições quando fala de "castigos" de Deus, sempre se refere de coisas que virão através da maldade das pessoas, nunca de Deus. Mas estamos realmente convencidos disso? Talvez não. Deus não pode desejar o mal. A onipotência de Deus nesse sentido é relativa. Deus pode tudo

EU

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O Concílio Vaticano II propôs que o povo fiel tivesse, através da Liturgia, maior contato com a Palavra de Deus. A Reforma Litúrgica posterior criou os ciclos semanais dos Anos Pares e Ímpares e os três ciclos dominicais dedicados a S. Mateus, S. Marcos e S. Lucas, sendo S. João lido em determinados momentos mais próprios, como Natal, Páscoa etc... Na Quaresma, sempre o I Domingo traz as tentações no deserto e o II Domingo traz a Transfiguração. No Ciclo A, S. Mateus cede lugar a S. João e escutam-se os Evangelhos que eram lidos desde a Antiguidade para fazer a preparação próxima dos catecúmenos e penitentes para a Páscoa. Desse modo ouvimos hoje o Evangelho da Samaritana.  Nele, encontramos muitíssimos elementos para nossa reflexão. O Senhor está cansado. A antiga seqüência dos mortos trazia esse pedido ao Senhor: que não seja em vão o vosso cansaço! Qual cansaço? O cansaço de ter vindo me salvar! O Senhor cansou-se. Deus que é incansável, ao assumir nossa humanidade, ass

O TEU TESOURO

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Certa vez, um padre muito devoto, recém-empossado numa paróquia, foi visitar as Capelas da Paróquia. Nas visitas ele percebeu que os sacrários eram geralmente de fórmica, com uma chavezinha mixuruca, e que as portas e janelas das capelas não tinham nenhuma proteção, com um pouco de força qualquer um abria. A isso se somavam uns dois casos de profanação que ele soube tão logo tomou posse. Refletindo, o padre tomou a decisão de retirar o Santíssimo Sacramento das Capelas, até que elas pudessem oferecer segurança e dignidade ao Sacramento. Levou essa decisão aos "conselhos" das Capelas que disseram: "Sim, padre! Tudo o que o senhor decidir é o melhor". Passaram alguns meses e o padre foi tomando ciência das finanças das Capelas, percebeu que em algumas a esposa era a coordenadora, o marido o tesoureiro, o genro o segundo tesoureiro e a filha a assistente para assuntos econômicos. E diante desse nepotismo laical, também aconteceram alguns casos de sumiço de dinheiro

CORONAVIRUS

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Não quero fazer piada, nem de longe teria essa intenção. Mas gostaria de começar a nossa reflexão com uma frase do Chacrinha: "Eu não vim para explicar, vim para confundir...". Nesse sentido eu digo que não vim explicar, eu não tenho soluções, mas gostaria de trazer ao menos a contribuição de uma reflexão. Ao longo da sua história, a Igreja passou por vários surtos das mais impiedosas doenças e a sua atitude foi praticamente a mesma através dos santos que Deus Nosso Senhor suscitava nesses tempos. Primeiro, a Igreja reconhecia a epidemia como um castigo de Deus. Sim, castigo. Essa palavra hoje é quase um palavrão, mas para a Igreja o castigo de Deus é uma manifestação terníssima de sua misericórdia. O homem, por si mesmo, excluindo-se da graça pelo pecado, só é capaz de enterrar-se ainda mais no pecado. As doenças físicas nada são se comparadas com as doenças da alma, por isso, ao permitir um avanço de uma moléstia, Deus faz com que lembremos que a vida é breve, que so

BEIJO

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Duas vezes por ano recordamos a Transfiguração do Senhor: no Segundo Domingo da Quaresma e no dia 06 de agosto. Mas, qual o sentido dessa ação do Senhor? Por que Ele se transfigura diante de três de seus Apóstolos? A recordação desse evento na estrada da Quaresma vêm para nós no mesmo sentido do desejo do Senhor: diante da proximidade da cruz, a transfiguração será um momento de glória que pode fortalecer o coração desses Apóstolos diante da humilhação da cruz. Porém, devemos reconhecer, que Nosso Senhor "acertou" somente em 1/3 de sua intenção, uma vez que Tiago foge e Pedro, além de fugir, nega e três vezes. Só João continua junto do Senhor até o fim. Ao comentar o Cântico dos Cânticos, S. Bernardo fala dos beijos que a amada pede de seu amado: "Beija-me com os beijos de tua boca!", assim começa propriamente o livro. Segundo S. Bernardo, esses beijos do amado na amada, são essas intervenções fortes de Deus em nossa história: um momento místico mais fort