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Mostrando postagens de abril, 2021

MAIO

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  Ao longo do mês de maio que se iniciará amanhã, coincidindo o dia primeiro, justamente com um primeiro sábado, este blog buscará refletir a cada dia sobre uma ou mais invocações marianas da Ladainha Lauretana. Mas, tomando por inspiração a estampa acima, gostaria de propor práticas espirituais a todos os nossos leitores, uma para cada dia do mês. A cada dia se busca imitar Nossa Senhora numa de suas muitíssimas virtudes, que são infinitamente mais que 31, mas que são tomadas para nos auxiliar ao longo desse mês. Seguindo, então, a referida imagem:  dia 1: a fé dia 2: a confiança dia 3: a prudência dia 4: a paciência dia 5: a pobreza dia 6: o trabalho dia 7: a humildade dia 8: a força dia 9: a piedade dia 10: a ordem dia 11: o fervor dia 12: o silêncio dia 13: a esperança dia 14: a vigilância dia 15: a generosidade dia 16: a resignação dia 17: a penitência dia 18: a obediência dia 19: a sabedoria dia 20: a devoção dia 21: a modéstia dia 22: a fidelidade dia 23: a pureza dia 24: a paz

ELOS

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  Nosso Senhor guardou sua Santa Igreja com uma corrente de três elos: Ele mesmo no Santíssimo Sacramento, Sua Santíssima Mãe e o Papado. De longe percebe-se que nessa corrente o elo mais frágil é justamente o Papado, por ser o único onde é possível encontrar alguma marca de pecado, não pelo Papado em si, mas porque essa instituição divina é ocupada por homens que podem, uns mais outros menos, estarem marcados pela fragilidade. Assim, o Papado, como elo mais fraco da corrente, é o que mais necessita de auxílio. Esse auxílio recebe em primeiro lugar dos dois elos anteriores, de Nosso Senhor e de Nossa Senhora, mas também necessita do auxílio daqueles mesmos a quem cabe proteger. O auxílio ao Papado se dá de quatro formas: devoção, oração, submissão e resistência. Em primeiríssimo lugar a alma católica ao ouvir o nome Papado, deve sentir-se como que atraída ao solo para ajoelhar-se. O Papado para um católico é fonte de extremada devoção. Saber que Deus confiou à Santa Igreja uma institui

MONTFORT

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  Conforme vamos nos aproximando do Santo Mês de Maria, a Santa Igreja providencialmente pelas suas comemorações, vai nos introduzindo nesse caminho mariano: antes de ontem, a Mãe do Bom Conselho, aquele finíssimo reboco de uma parede que se desprendeu e atravessou pairando sobre o ar o Mar Adriático, chegando a Roma e estando ainda hoje suspenso no ar. Ontem Nossa Senhora de Montserrat, a Rosa de Abril, que se apresenta para nós como verdadeiro Trono da Graça, ao qual acorremos para alcançar auxílio e salvação. E hoje a Festa do Grande Apóstolo Marial: São Luís Maria Grignion de Montfort. Quando se lê a Legenda Áurea, o autor costuma começar as suas reflexões pelo nome do Santo, se São Luís Maria fosse anterior à esse magnífico livro, certamente Jacopo de Varazze, chamaria a atenção do nome Montfort, monte forte, que corresponde a um compêndio da têmpera, santidade e constância desse Santo. Afinal não é qualquer um que se dedicaria a escrever um livro sabendo que durante 130 anos o de

UN...

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Um professor meu de teologia, contava um fato que me é impossível não recordar no dia de hoje. Só uma pequena introdução. Nem sempre o europeu devoto é um europeu católico... Há homens, especialmente alguns mais velhos, que são devotíssimos em relação à alguma invocação mariana, por exemplo; mas são completamente anti-clericais, não gostam dos padres, não confessam, não comungam etc... No Brasil ocorre algo semelhante, só que aqui o mais comum é a indiferença; na Espanha é raiva mesmo. Então, esse meu professor, foi chamado para ver um senhor muito idoso catalão, que estava muito doente, e certamente não viveria muito mais. Chegando ao quarto desse senhor, sentou-se na poltrona. Sorriu. O senhor devolveu o sorriso. Desejou-lhe bom dia, chamando-o de vovô. E ele correspondeu. Mas quando disse que era sacerdote e que tinha ido para dar a ele os sacramentos, o senhor não o deixou sequer continuar a frase e começou a contar gritando: UN, DOS, TRES... E o padre foi embora...

BRASIL

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  "Non fecit taliter omni nationi" Não fez tal coisa por nenhuma outra nação! Muitas nações nasceram de guerras, banhadas pelo sangue de seus heróis. Outras nasceram de acordos de paz entre príncipes e reis. Mas só o Brasil nasceu de uma Missa. Quando há 521 anos Frei Henrique de Coimbra celebrava a primeira Missa, nossa terra não recebia o sangue de um herói, mas de um Deus. Não se fazia um acordo de paz, mas pisava pela primeira vez em solo brasileiro aquele que é a nossa paz " ipse est enim pax nostra! ", Ele é verdadeiramente a nossa paz! E não estávamos recebendo um príncipe ou um rei, mas o Rei dos reis, Senhor dos senhores, Príncipe da Paz! "Non fecit taliter omni nationi" Não fez tal coisa por nenhuma outra nação! Brasil... Terra de Santa Cruz, esse foi o nome que te deu a fé! Brasil foi o nome que te deu o interesse. Terra de Santa Cruz, terra de mártires e confessores, terra de santos! Sim, santos! Santos que tentam frear a fúria revolucionária q

PASTOR

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  A liturgia de hoje em tudo nos recorda o Bom Pastor. E Nosso Senhor, ao falar sobre o bom pastor, usa de três imagens: o pastor, o mercenário e o lobo. O lobo é aquele que mata as ovelhas. O mercenário é aquele que se serve das ovelhas. E o pastor é o que serve as ovelhas. Para o lobo e para o pastor a ovelha tem valor. Já para o mercenário, a ovelha nada vale. O lobo é o demônio. O lobo sabe o quanto vale cada ovelha, por isso quer a sua destruição. O pastor quer a vida de cada ovelha, porque cada ovelha lhe custa a própria vida. O mercenário, que aparentemente trabalha para o pastor, ao não se importar com as ovelhas, trabalha para o lobo. Ele recebe do pastor, mas entrega ao lobo. Atualmente se fala muito em pastoral, mas pouco se têm de pastor. Muito se têm de mercenário. Mercenário que sequer precisa de lobo para fugir. Ovelhas abandonadas. Só é Pastor quem está disposto a morrer pela ovelha. Só é Pastor quem considera uma ovelha tão importante quanto cem. Só é Pastor quem está

FIEL

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  Para nunca nos esquecermos do que é celebrar a Páscoa, a Santa Igreja nos apresenta ao longo desse tempo o testemunho, ou seja, o martírio de vários de seus Santos. Ontem celebrávamos a festa de S. Jorge, chamado na tradição oriental da Igreja de Megalomartir , o Grande Mártir. E hoje, talvez um Santo menos conhecido, São Fidélis. São Fidélis, cujo nome de batismo era Marcos, nasceu em Singmaringen na atual Alemanha. Formou-se advogado e através dessa profissão buscava ajudar os pobres. Mais tarde, renuncia a tudo para tornar-se frade franciscano na Ordem dos Capuchinhos onde recebe o nome de Fidelis, que quer dizer fiel. Poucas vezes um nome definiu tão bem uma pessoa... Como frade viveu na Suíça e na Áustria, sendo depois enviado como missionário para combater a heresia protestante que se espalhava como uma peste por aquelas regiões sobretudo por causa do apoio que recebia dos governantes que viam no protestantismo um modo de não terem mais que se submeter ao Imperador e ao Santo P

NUNCA

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  Nosso Senhor promete que quem comer de sua carne não morrerá jamais. Mas de que morte fala Nosso Senhor? Ora, sabemos que podemos compreender na vida do cristão três mortes. A morte que é a separação da alma e do corpo. A morte que é a separação da alma da graça que é o pecado. A morte que é a eternidade longe de Deus que é o inferno. A primeira, no fundo, não é morte, é vida. Assim disse Santa Teresinha pouco antes de morrer: "Eu não morro, entro na Vida". Aquele que recebe a Santa Comunhão, recebe Nosso Senhor como " esca viatorum"  alimento dos viajantes. Cada vez que comungamos nos acostumamos mais com o céu que veio até nós na Santa Comunhão! Assim, quem comunga viverá para sempre! Aquele que recebe a comunhão sem a devida preparação e sem a merecida ação de graças após, que se confessa sem estar arrependido, que não luta por emendar-se, que enquanto caminha para a comunhão pensa em que pecados poderá cometer após a Missa. Esse já está morto. Sua alma é asque

CONFIA

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  " Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei." Disse Nosso Senhor nos Santo Evangelho de hoje. Essa frase do Senhor precisa ser gravada em nossos corações a ferro e fogo. Não podemos jamais nos esquecer que Deus confia pessoas a nós, e confia para que os conduzamos a Ele" É o marido e a mulher que foram confiados um ao outro por Deus, os filhos aos pais... sobretudo o povo fiel aos pastores. O padre precisa ter um coração "onde sempre cabe mais um"... Um padre é chamado simplesmente a amar. A amar a todos com a mesma intensidade, com o mesmo coração, com a mesma caridade. O padre deve preferir morrer soterrado pelas pessoas do que preservar para si um único minuto. E não há nenhum heroísmo nisso. Ele foi padre para isso. Não é normal um padeiro que faz pães? Um marceneiro que faz móveis? Um padre que dá a vida pelos que Deus lhes deu é a mesma coisa. E como age Deus? Às vezes o padre recebeu de Deus o cuidado de uma paróquia,

CONVERSÃO

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Há uma palavra que abarca a vida do Senhor antes de depois da Ressurreição: a conversão. A primeira palavra de Jesus em sua pregação é a repetição da pregação de S. João Batista: "Convertei-vos!" e, após a Ressurreição, Nosso Senhor anuncia como missão da Igreja pregar a conversão a todas as nações. Mas quando falamos em conversão, geralmente pensamos naquele momento em que decidimos romper com o mundo e nos voltarmos a Deus. Mas a palavra conversão em latim, pode significar tanto essa mudança de vida, esse arrependimento, mas também indica a atitude de fazer penitência. Estamos em pleno tempo pascal, e tendo saído de uma quaresma, talvez muito intensa em penitências, a nossa tendência seria entender que agora podemos relaxar, afinal é Páscoa. Sim, é Páscoa! Mas ainda não chegou aquele "dia eterno, a plena visão", ainda estamos nesse mundo... E a pergunta é: você deixou de ter tentações ou suas más inclinações desapareceram completamente? Como já sei a resposta, dev

ACIMA

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  No Santo Evangelho de hoje, Nosso Senhor faz uma afirmação que vêm para o nosso consolo, especialmente nesse tempo em que vivemos: "Aquele que vem do alto está acima de todos". Não nos sentimos às vezes como se uma sociedade sem Deus e prevaricadora caísse sobre nós e nos esmagasse até que viremos pó? Até mesmo na Igreja não sentimos um peso de impiedade até mesmo na mais alta hierarquia? Mas sobre tudo e todos - jamais nos esqueçamos - está Cristo. Ninguém o supera, ninguém o vence, ninguém o sobrepõe. Percebemos às vezes lampejos dessa vitória, mas o melhor está reservado para o final. "Todos os olhos o verão, também aqueles que o transpassaram", diz o Espírito Santo. Que urros de ódio darão os que mandam fechar as Igrejas, os que tentam criar uma sociedade sem Deus, quando virem resplandecer aos olhos de todo o mundo a Cruz gloriosa! Força. Esperança. Vitória.

CONDENADO

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  Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva, diz o Espírito Santo. E no Santo Evangelho de hoje Nosso Senhor nos recorda que Deus não enviou seu Filho para condenar, mas para salvar. Porém, quem não crer no Filho de Deus já está condenado. A condenação é uma palavra que praticamente caiu em desuso. Não se ensina mais sobre o inferno e consequentemente não se pensa mais nele. Mas não Nossa Senhora.  Se muitos que deveriam pregar sobre o inferno acabaram se silenciando, sendo tão úteis quanto um cachorro que não avisa seus donos sobre a presença de invasor, Nossa Senhora na terceira aparição em Fátima, julho de 1917, mostrou o inferno aos pastorinhos. E o que aconteceu com aquelas crianças? Passaram a rezar mais para que as almas não caíssem mais no inferno, e o quanto puderam durante sua curta (Francisco e Jacinta) ou longa (Lúcia) existência alertaram as pessoas para que não trilhassem o caminho que leva ao inferno. Ensinou Santa Jacinta que o pecado que mais almas l

SENTIDOS

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  Luís IX, São Luís, Rei de França, viveu na época florescente do trovadorismo, aquelas cantigas que envolviam guerras e amores e que encantavam muita gente. Porém, como o ser humano é marcado pelo pecado, também suas obras podem decair e se tornarem ruins, e algumas trovas eram demasiadamente sensuais.  O Santo Rei então proibiu que os nobres que residissem em seu palácio, e igualmente os servos ou todos os que estivessem no palácio cantassem essas músicas. E a um amigo em particular, que tinha uma linda voz, S. Luís ensinou o Ave, Maris Stella , para que quando estivessem juntos o cantassem em honra da Santíssima Virgem. Há um ponto da filosofia de Aristóteles que vem bem a calhar nessa nossa reflexão: "Nada há no intelecto sem que antes tenham passado pelos sentidos". Ou seja, o que vemos, ouvimos, tocamos etc vai para o nosso intelecto, para a nossa mente, e, uma vez lá, só Deus sabe o que pode acontecer. Pensemos por exemplo no tempo em que perdemos com coisas inúteis: r

PRESENCIAL

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  No entardecer do próprio Domingo de Páscoa, Nosso Senhor Ressuscitado apareceu aos Apóstolos reunidos no Cenáculo, cenáculo quer dizer o "lugar da ceia", mas São Tomé não estava. Os discípulos depois tentaram convencer-lhe de que Jesus estava ressuscitado, mas com Nosso Senhor as coisas virtuais não funcionam... Você pode pecar virtualmente, mas não consegue se santificar virtualmente. Com Nosso Senhor só vale o velho e tradicional encontro pessoal, presencial.  Tomé não era um mau apóstolo, ao contrário, quando os demais percebem que Jesus ia para Jerusalém e que lá podia ser morto, Tomé os encoraja: "Vamos também para morrermos com Ele!", e mais! Foi São Tomé que levou o Senhor a dizer uma das frases que mais identificam quem Ele é para nós: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida". Os apóstolos tentaram convencer Tomé, mas eles mesmos não tinham acreditado no testemunho das mulheres... Só acreditaram quando viram. Em relação a Nosso Senhor há essa exigê

PEDRO

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  Uma das cenas mais belas do Evangelho de S. João é a pesca milagrosa após a Páscoa. Cheio de sentimento, o Santo Evangelista narra um Pedro que parece ter voltado a ser Simão. O retorno de um Simão Pescador de Peixe, em vez daquele Pedro Pescador de Homens sobre o qual o Senhor tinha edificado a Sua Igreja. Mas há entre os discípulos após a ressurreição uma renovada união, não abandonam Pedro, se vai; "nós também vamos contigo". E nenhum sucesso. Toda a noite e nada. Nosso Senhor aparece, mas os discípulos não o reconhecem até que se repete o milagre da pesca. E diante do milagre, o discípulo amado, exclama: "É o Senhor!", é o ponto mais alto da cena. E Pedro, escuta a voz daquele discípulo. O amor de João completa-se com a docilidade de Pedro, que mesmo sendo o primeiro Papa, reconhece a sua fraqueza e se deixa converter por S. João. E lança-se ao mar ao encontro de Jesus! E ali Jesus renovará o amor de Pedro. Imaginem, meus amigos, se Pedro dissesse a João: &quo

FANTASMA

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  Jesus falou que ia ressuscitar. E ainda deu a data: ao terceiro dia. Pela manhã as santas mulheres já tinham dito que Ele tinha ressuscitado. Mas, quando Jesus aparece, os apóstolos acreditam primeiro que seja um fantasma. Às vezes a ação de Deus é tão certa, tão clara... e nós dizemos que foi um fantasma... foi sorte, coincidência, ou pior ainda. fui eu mesmo! Não basta ver Jesus. É preciso ter fé. Sem fé, Jesus se torna um fantasma... E eu me torno Deus. É necessário pedir a Deus a graça de reconhecer a Graça que passa pelos nossos caminhos. As intervenções de Deus, as intercessões de Nossa Senhora, a ajuda de nossos anjos custódios, o auxílio de nossos santos de devoção... Precisamos sobrenaturalizar mais a nossa vida. Assim sempre ensinou a Igreja, chamando os fiéis à oração na hora do Angelus, antes das refeições, ao acordar, ao sair de casa, ao começar os trabalhos, ao terminar os trabalhos, ao voltar para casa, ao dormir... Fazendo assim, nos torna mais fácil reconhecer o Senh

TARDE

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  "Fica conosco, porque já é tarde!" Pediram os fatalistas, tristonhos e lentos discípulos de Emaús. A violência não é um privilégio dos nossos dias, e a vemos presente nos tempos do Evangelho, a própria parábola do Bom Samaritano apresenta um contexto de roubo em estrada... Talvez os discípulos temessem pelo seu colega Peregrino. Talvez temessem a solidão que sentiriam sem o seu colega Peregrino. De todo o caso, com a desculpa da tarde, eles pedem que Ele fique. E, quando o peregrino parte o pão, ali, reconhecem Jesus. E vai-se embora a tarde, os perigos e a solidão. E partem dali regressando a Jerusalém. Se abrirmos as portas do nosso coração para esse peregrino, não há mais noite. O episódio dos discípulos de Emaús nos é trazido unicamente por S. Lucas, ao menos com essa riqueza de detalhes. E no Evangelho de S. Lucas a imagem da luz, do sol é repetidas vezes relacionadas a Nosso Senhor. Zacarias, o chama de " oriens ex alto ", oriente que vêm do alto, lembrando

IRMÃOS

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A expressão "irmãos do Senhor" geralmente é pensada num sentido apologético. E os Evangelistas fazem algumas referências a esses irmãos e irmãs do Senhor, que, com um mínimo de conhecimento bíblico sabemos que se tratam de parentes próximos, mas não filhos de Nossa Senhora. Os evangelhos são escritos em grego, mas muitas vezes a mente que escreve em grego pensa em aramaico, e, em aramaico, tal como no hebraico, irmão é todo parente próximo. Mas nessa discussão que só serve para tornar ainda mais evidente e brilhante a Virgindade perpétua de Nossa Senhora, falta às vezes um detalhe. As duas vezes em que Nosso Senhor usa a palavra irmão, relacionando-a Consigo Mesmo.  Num primeiro momento Jesus chama de irmão a todo aquele que faz a vontade do Pai, e num segundo momento, concretamente no Evangelho de hoje, Jesus Ressuscitado chama aos Apóstolos de irmãos. E porque irmãos? Porque a sua Ressurreição abre para os seres humanos a porta da filiação divina. Quando somos batizados nos

MEDO E ALEGRIA

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  O Santo Evangelho ao narrar os sentimentos das Santas Mulheres que foram ao sepulcro diz que elas "estavam com medo, mas saíram correndo com grande alegria". Esses dois sentimentos, medo e alegria, acompanham a Santa Igreja neste mundo.  Podemos pensar em três medos que acompanham os filhos da Santa Igreja, o primeiro e mais benéfico é o temor de Deus. É o medo de contristar o Senhor, de não retribuir mesmo na nossa pequenez todo amor que ele merece, esse temor é santo e, diz o Espírito Santo é o princípio da sabedoria. Ou seja, quem não teme a Deus é um tolo. O segundo medo, é o medo de si mesmo. Devemos nos temer, não confiar em nós. Não julgar que certo vício ou pecado já está sepultado em nossa vida. Temer a si faz com que evitemos as ocasiões de pecado. O terceiro medo é o medo natural que podemos experimentar quando compreendemos que seguir Jesus nos trará... como dizer... bem... problemas. É, em resumo, o medo dos outros. Problemas dentro de nós e fora de nós, proble

VIU

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  "Ele viu e acreditou". O que ele, S. João, viu? Panos dobrados e separados, e um sepulcro vazio. Poderiam haver mil explicações para isso. Mas ele viu e acreditou. O que viu não foi o que acreditou. Pelo que viu acreditou no que não viu. O que nós vemos? Em que nós cremos? A fé não é uma força mágica que nos faz alcançar o que queremos. Nem uma capa protetora para afastar de nós o que não queremos. A fé é ver e acreditar. Ver uma coisa e acreditar em outra. Ver um pano e crer numa ressurreição. Temos todos panos que vemos. Mas nem sempre ressurreições em que cremos. Ele viu e acreditou. Feliz Páscoa. Feliz Páscoa!

REINOS AO REINO

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  Tendo escolhido não transformar pedras em pão, mas instituir a Santíssima Eucaristia; Tendo escolhido não obrigar Deus a agir em seu favor, mas obrigar-se a agir de acordo com a vontade do Pai. Hoje meditaremos na terceira e última tentação do Senhor. O tentador, após duas tentativas age como um viciado em jogo que no desespero já começa a oferecer o que não possui: “Eu te darei tudo isso, todos os reinos da terra, se prostrado me adorares!” Do Senhor é a terra e tudo o que ela encerra, diz o Espírito Santo, só pertence ao demônio aquilo que há de ruim, isso sim, é obra dele e posse dele. Mas continuemos a perceber o contraste da tentação: ainda que não fossem seus, satanás oferece a Jesus todos os reinos da terra, mas quem é Jesus? Ele mesmo é o Reino de Deus. Oferecer reinos ao Reino, realmente é muito desespero. Jesus é o Reino de Deus que está no meio de nós e dentro de nós, se estivermos na graça de Deus. E esse reino deve expandir-se sobre todos os aspectos da vida hu

PINÁCULO E CONFIANÇA

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Ontem ouvimos sobre como Nosso Senhor respondeu a tentação de transformar as pedras em pão, não só não o fez, como fez d’Ele mesmo, que é o “Verbo Humanado”, que é “toda Palavra que sai da boca de Deus” um alimento verdadeiro para as almas e os corpos dos seus fiéis, e como destruiu a desobediência do diabo contra Deus, tornando Deus obediente aos homens, descendo dos céus pelas palavras dos Sacerdotes no Santíssimo Sacramento. Nessa sexta-feira Santa o Senhor renova admiravelmente aquela primeira - "Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança(...) e houve uma tarde e uma manhã, sexto dia. Convinha que fosse recriado numa sexta-feira aquele que fora criado justamente no sexto-dia. Mas como se deu essa redenção mais admirável que a própria criação? Pensemos na segunda tentação: o diabo levou Jesus para o Pináculo do Templo, e, atrevendo-se a usar da Escritura, diz que o Senhor se jogue para que, como diz o Salmo 90, os Anjos venham segurar-lhe. A recusa do

PEDRAS, PÃO E CORPO

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  Com esta solene eucaristia iniciamos o Sagrado Tríduo Pascal. Nesses três dias pretendo refletir com vocês sobre as três tentações do Senhor. Cristo pouco fala ao demônio, ensinando-nos assim a não dialogar com a tentação, mas podemos compreender que, de certo modo o Senhor responde à cada uma das tentações em cada dia do Tríduo Pascal. Sabemos que a primeira tentação que Satanás lança contra o Senhor era transformar as pedras em pão. Bento XVI recordava que essa seria a grande tentação que acompanharia a Igreja ao longo dos séculos: tornar-se uma instituição simplesmente capaz de assegurar o pão material. Reduzir o mistério cristão à busca por um mundo melhor. Retirar toda a transcendência da missão da Igreja para cairmos no abismo sem fim da imanência. Ao tentador, o Senhor responde que mais do que do pão o homem se alimenta da Palavra de Deus. Ali, Nosso Senhor anunciava já o Santíssimo Sacramento, mas certamente o tentador não compreendeu, porque não pensa como Deus... À te