UN...
Um professor meu de teologia, contava um fato que me é impossível não recordar no dia de hoje.
Só uma pequena introdução. Nem sempre o europeu devoto é um
europeu católico... Há homens, especialmente alguns mais velhos, que são devotíssimos
em relação à alguma invocação mariana, por exemplo; mas são completamente
anti-clericais, não gostam dos padres, não confessam, não comungam etc...
No Brasil ocorre algo semelhante, só que aqui o mais comum é
a indiferença; na Espanha é raiva mesmo.
Então, esse meu professor, foi chamado para ver um senhor
muito idoso catalão, que estava muito doente, e certamente não viveria muito
mais.
Chegando ao quarto desse senhor, sentou-se na poltrona.
Sorriu. O senhor devolveu o sorriso.
Desejou-lhe bom dia, chamando-o de vovô. E ele correspondeu.
Mas quando disse que era sacerdote e que tinha ido para dar
a ele os sacramentos, o senhor não o deixou sequer continuar a frase e começou
a contar gritando: UN, DOS, TRES...
E o padre foi embora...
Voltou uma segunda vez. Ao vê-lo, o senhor começou imediatamente:
UN, DOS, TRES...
Mas na terceira vez, lembrando-se da origem catalã do idoso,
o padre teve uma ideia. Entrou no quarto do senhor, que imediatamente começou:
UN, DOS, TRES...
E o padre começou a cantar El virolai, o Hino de
Nossa Senhora do Monserrat: Rosa d’Abril, Morena de la Serra...
E o senhor continuou em lágrimas: cuatre, cinc, sis...
E em lágrimas, confessou-se, comungou e recebeu a
Extrema-Unção. Partindo deste mundo,
certamente nos braços de Maria.
“Nunca se ouviu dizer que alguém que tivesse recorrido à
vossa proteção,(...) fosse por vós desamparado!”
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