PRESENCIAL

 


No entardecer do próprio Domingo de Páscoa, Nosso Senhor Ressuscitado apareceu aos Apóstolos reunidos no Cenáculo, cenáculo quer dizer o "lugar da ceia", mas São Tomé não estava. Os discípulos depois tentaram convencer-lhe de que Jesus estava ressuscitado, mas com Nosso Senhor as coisas virtuais não funcionam... Você pode pecar virtualmente, mas não consegue se santificar virtualmente.
Com Nosso Senhor só vale o velho e tradicional encontro pessoal, presencial. 
Tomé não era um mau apóstolo, ao contrário, quando os demais percebem que Jesus ia para Jerusalém e que lá podia ser morto, Tomé os encoraja: "Vamos também para morrermos com Ele!", e mais! Foi São Tomé que levou o Senhor a dizer uma das frases que mais identificam quem Ele é para nós: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida".
Os apóstolos tentaram convencer Tomé, mas eles mesmos não tinham acreditado no testemunho das mulheres... Só acreditaram quando viram.
Em relação a Nosso Senhor há essa exigência do encontro, do encontro pessoal, tal como nos encontramos uns com os outros. É esse encontro que gera a fé. Para nós esse encontro se dá particularmente no Santo Sacrifício da Missa onde se renova o Sacrifício de Nosso Senhor, ali nos encontramos com o Cristo padecente, morto, ressuscitado e glorioso.
Esse encontro nunca será virtual, on-line... Não se toca alguém on-line.
Eu posso rezar o Angelus com o Papa pela TV, mas não posso dizer que estive com o Papa naquele dia...
Não existe Missa que não seja presencial. Presença de Cristo e presença nossa no cenáculo, no lugar da ceia, a Igreja.
O Cristo que entra a portas fechadas, ou seja que se faz presente na Eucaristia sem romper as aparências do pão e do vinho, que mais do que sugerir que enfiemos nosso dedo n'Ele, Ele que se enfia em nós pela Santa Comunhão...
Se as normas que inventam missas presenciais e on-line vêm dos poderes públicos, os fiéis católicos devem protestar com a mesma sanha - muito mais até - que protestariam se lhes fossem proibidos os acessos à água e comida. Se é a hierarquia que erroneamente o faz, com muito mais força os fiéis devem exigir o direito que o Santo Batismo lhes dá.
Peçamos a intercessão da Santíssima Virgem que já nos avisou em suas aparições que chegariam tempos em que seria difícil participar dos Sacramentos, peçamos a intercessão de S. Tomé, o Apóstolo presencial, e peçamos sobretudo a intercessão dos 49 mártires de Abitene.
O Imperador Romano Diocleciano tinha proibido que os fiéis cristãos tivessem as Sagradas Escrituras, construíssem lugares de culto e celebrassem a Santa Missa. Em Abitene, atualmente Tunísia, 49 cristãos foram presos celebrando a Eucaristia em casa. Diante das ameaças e torturas eles só responderam uma frase: "Sine dominico non possumus!" Sem o domingo não podemos viver! 
Quem diria que esse grito voltaria à garganta dos cristãos do século XXI! Gritemos e bem alto: "Sem o domingo, sem a missa, não podemos viver!"


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