NUNCA

 


Nosso Senhor promete que quem comer de sua carne não morrerá jamais.
Mas de que morte fala Nosso Senhor?
Ora, sabemos que podemos compreender na vida do cristão três mortes.

A morte que é a separação da alma e do corpo.
A morte que é a separação da alma da graça que é o pecado.
A morte que é a eternidade longe de Deus que é o inferno.

A primeira, no fundo, não é morte, é vida. Assim disse Santa Teresinha pouco antes de morrer: "Eu não morro, entro na Vida". Aquele que recebe a Santa Comunhão, recebe Nosso Senhor como "esca viatorum"  alimento dos viajantes. Cada vez que comungamos nos acostumamos mais com o céu que veio até nós na Santa Comunhão! Assim, quem comunga viverá para sempre!

Aquele que recebe a comunhão sem a devida preparação e sem a merecida ação de graças após, que se confessa sem estar arrependido, que não luta por emendar-se, que enquanto caminha para a comunhão pensa em que pecados poderá cometer após a Missa. Esse já está morto.
Sua alma é asquerosa como um cadáver em decomposição. Cheira mal.
O Senhor está sempre disposto a dar-lhe vida. Mas ele quer continuar na morte.

E quanto mais segue esse caminho, tanto mais difícil é voltar. É como um barco que se corrige sua rota nos primeiros minutos de sua partida, facilmente retoma o caminho, mas quanto mais tempo demora a corrigir, tanto maior será a volta que deverá fazer... A vida no pecado mortal leva à tibieza, a um estado terrível em que a pessoa já não tem sequer mais vontade. Não tem vontade para converter-se e até já peca sem ter vontade, só pelo vício mesmo.
E muitos se aproximam assim do Santo Sacramento.
Comungam em sacrilégio, e assim sequer se atrevem a dirigir-se ao Senhor. É o beijo de Judas que se renova.
Este homem está morto?
Está já mais do que morto.
Melhor que não tivesse nascido.

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