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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR XIII

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  "Então todos gritaram novamente e disseram: “Não! A este não! Mas a Barrabás!” (Jo 18,40). Quando contemplamos a Paixão de Nosso Senhor, não nos falta despercebido que, salvo raras exceções, todos estavam contra o Senhor. Diz o Salmista: "Eu esperei que alguém de mim tivesse pena, mas foi em vão; pois a ninguém pude encontrar. Procurei quem me aliviasse, mas não achei." Mas como se chegou a esse todos? Como o "Hosana!" se tornou "Crucifica!"? Na verdade o fenômeno é o mesmo em ambos em os casos: a multidão, a maioria. Muitos gritaram "Hosana" e depois gritaram "Crucifica" pelo simples fato de que era o que maioria gritava. Deixar-se levar pela multidão, fazer o que todos fazem, dizer o que todos dizem... seguir as modas. Mesmo que se tivesse uma moda que fosse boa, seguir a moda pela moda é um grande perigo para a nossa alma. O Senhor nos pede convicção no exercício da virtude e disposição de não seguirmos a maioria. Mas a maiori

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR XII

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  Há dois modos de sofrimento: sofrimento físico e moral. Eles não se excluem, muitas vezes um é provocado pelos outros. Na Paixão do Senhor percebemos isso numa intensidade sem igual. Desde o Horto das Oliveiras, por exemplo, o Sangue do Senhor é vertido não por uma ferida física que Lhe fosse infligida, mas pelo indizível, incomensurável sofrimento moral da agonia que sofria. Ninguém pode duvidar que os sofrimentos morais são mais atrozes, e que quanto mais perfeita for uma alma, tanto mais ela se torna vulnerável aos sofrimentos. Imaginai pois a Alma de Cristo! O Senhor sofria em sua alma às ofensas cometidas contra Ele em sua Humanidade Santíssima, e sofria também a imensidão dos sacrilégios, profanações e blasfêmias dirigidos contra a sua Pessoa Divina, Ele, Deus feito Homem. Um homem mau quando sofre, pode encontrar algum consolo por, tendo um lampejo de moral, considerar-se digno de sofrer pelos males que praticou, mas... Nosso Senhor! Pilatos, um pagão, até ele, reconheceu que

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR XI

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  A liturgia da Santa Igreja, recordando as dores de Nossa Senhora, põe nos lábios dos cristãos um pedido peculiar: poenas mecum divide/ divide as tuas dores comigo. É salutar que contemplemos as dores da Santíssima Virgem não tanto no desejo de encontrar consolo para as nossas dores, mas sob essa ótica: não ser consolado, mas consolar. Nenhuma criatura sofreu mais do que Nossa Senhora, alguns santos chegam a atribuir à uma intervenção divina o fato de que Nossa Senhora não morresse com tanto sofrimento, e diante desse sofrimento, o que são os nossos? É possível que tenhamos grandes sofrimentos, e Nossa Senhora que é nossa Mãe amorosíssima, segura as nossas mãos, como fazem tantas mães quando os filhos são espetados por uma seringa, para que enfrentemos a dor apoiados n'Ela. Mas as dores d'Ela não podem ser apenas uma recordação piedosa em nossas almas, mas precisam se transformar num tesouro que queremos custodiar em nosso coração. Ah, se por um só segundo sentíssemos uma parc

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR X

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  Diz o Espírito Santo: " Tomarão do seu sangue e o porão sobre (..) a porta das casas" (Ex 12, 7). O sangue do cordeiro pascal, cordeiro sem defeito e oferecido em sacrifício e comunhão, por ordem do Senhor deve ungir as portas das casas dos filhos de Israel. Este sangue serve como sinal de vida, uma vez que o Anjo exterminador ao ver a porta marcada pelo sangue, passa adiante e não causa a morte entre os que morarem nessa casa. Cristo é a nosso Páscoa, isto é, o nosso Cordeiro Pascal. Cordeiro ao mesmo tempo imolado e de pé, morto e ressuscitado. Na Santíssima Eucaristia, o Senhor vêm ao nosso encontro como Cordeiro Pascal, como Sacrifício vivo, santo e imaculado. Quando comungamos, recebemos o Senhor com Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Em cada Comunhão nossos lábios são tingidos pelo Sangue do Senhor e este Sangue afasta de nós a condenação, a morte eterna. Por isso, o Sangue de Cristo é mais eloquente que o de Abel. O de Abel clamava por vingança, o de Cristo clama p

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR IX

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Stat crux, dum volvitur orbis. A cruz permanece, enquanto o mundo gira. Stat crux... Não foram poucas as vezes em que por Providência ou coincidência, em lugares destruídos, a cruz permaneceu intacta. Talvez um dos últimos casos seja o nunca suficientemente lamentado incêndio de Notre Dame de Paris. Ali, como se pode ver na imagem acima, no meio dos escombros não só está de pé, mas parecia brilhar ainda mais (como testemunhou o próprio artista que fez essa cruz, que é uma obra recente na Catedral). De algum modo, a feiura dos escombros, o tom cinza e escuro que pareceu dominar todo o templo, deixavam mais evidente aquela cruz dourada. Stat crux, dum volvitur orbis...  A cruz parece indicar aos fiéis o quanto é efêmero tudo o que é do mundo e eterno tudo o que é de Deus. Todo lo pasa; Dios no se muda , recordava S. Teresa de Ávila, tudo passa; Deus não muda. A Cruz é o que Deus deixou nesse mundo como testemunha do efêmero e do eterno, do contingente e do essencial. Quantas gerações já

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR VIII

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  Diz a Esposa no Cântico: "Beija-me com os beijos da tua boca. Seus lábios são lírios que destilam mirra" (Ct 1,2; 5, 13). Ao beijar o leproso, concretiza-se em S. Francisco o sentimento profético de que tudo o que outrora era amargo, ficaria doce. E o que antes era doce, ficava amargo. Esse mesmo sentimento foi vivido pelos outros santos. Afirma S. Ambrósio que a pequena S. Inês ia ao martírio com a alegria que uma noiva vai para o casamento. As almas que se deixam marcar pelo mistério da Cruz, encontram mais alegria no sofrer pelo Senhor do que aqueles que buscam os tesouros mundanos: prazer, possuir e poder. Para as almas que se deixaram desposar pelo Senhor, o sofrimento não deixa de ser sofrimento, mas é-lhes possível conhecer uma face do sofrimento que permanece oculta para aqueles que só buscam a satisfação nessa vida. S. Agostinho retrata duas cidades uma que partindo do desprezo de si se busca apenas o amor de Deus e outra que desprezando a Deus busca apenas o amor

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR VII

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  Diz o Espírito Santo: "O Senhor Deus fez brotar (...) a árvore da vida no meio do jardim" (Gn 2, 9). Pouco demorou para que as primeiras gerações cristãs, especialmente sobre a influência do Apóstolo S. João, compreendesse que a cruz é a nova árvore da vida. O fruto da primeira árvore da vida era proibido ao homem, mas o da nova é dado a todos, para a remissão dos pecados. Se a primeira acabava por conduzir à morte, esta retira da morte até os que nela já estavam sentados. A Igreja canta à Cruz, qual nova árvore da vida, que sustenta em seus galhos o fruto bendito da Virgem Maria, que torna-se ao mesmo tempo, fruto da Cruz.  Não faltou quem dissesse à Cruz: "Ave, Cruz, cheia de glória! O Senhor está em ti! Bendita sois vós dentre todas as árvores e bendito é o fruto que de vossos braços pendeu, Jesus!" A Cruz posta no centro da vida cristã torna-a fecunda e a agiganta. A vida cristã centrada na cruz torna-se árvore frondosa onde os pássaros do céu fazem seus ninho

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR VI

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 Diz a Esposa no Cântico dos Cânticos: "minhas mãos gotejam mirra." A Paixão do Senhor é a consumação da união mística entre Cristo e a Igreja, e particularmente com cada alma. A Cruz é o leito nupcial das almas. A Igreja tem as suas mãos que gotejam mirra, é a sua Paixão. A Paixão da Igreja começa em sua Cabeça, Cristo, e unge todo o Corpo Místico, tornando-os co-participantes da Paixão do Senhor.  Quando subiu aos céus, o Senhor deixou a sua Igreja em perseguição, e perseguida Ele a encontrará quando retornar para julgar a todos. Mas do mesmo modo que em Cristo os sofrimentos foram num crescendo desde o seu nascimento até a plenitude na cruz, assim também é necessário que os sofrimentos da Igreja cresçam até a consumação dos séculos.  Por isso, tantos Santos julgavam próxima a vinda do Senhor, por compreenderam que as perseguições contra a Igreja jamais cessavam. Mas, o caminho que vemos é que ao longo dos séculos o que diferencia as perseguições da Igreja e sua intensidade

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR V

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  Disse Nosso Salvador: " temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena" (Mt 10, 28). Em sua Paixão, Nosso Senhor se encontra entre dois medos: o medo dos judeus pelos romanos e o medo de Pilatos dos judeus.  Os judeus (além da inveja e maldade) temiam que, ao não rejeitar o título de Rei, Nosso Senhor acabasse por provocar alguma movimentação que fizesse com que os romanos viessem e destruíssem Jerusalém. E Pilatos, mesmo sabendo que Jesus era inocente e que tinha sido por entregue por inveja (mais do que qualquer outra coisa) temia libertá-lo e assim desagradar aos chefes judeus. O medo dos judeus os faz agir contra Deus, e o medo de Pilatos o faz agir contra a Verdade. O Evangelho porém não esconde que Nosso Senhor também teve medo. S. Marcos nos diz que Nosso Senhor sentiu pavor e angústia (14,33). Mas o medo do Senhor era uma reação da sua natureza humana diante do drama da dor e da morte. Mas, por amor à vontade do Padre Eterno, Nosso Senhor fez com q

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR IV

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  "Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia, não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”."(Mt, 26,39) Dentre todos os passos da Paixão, a agonia no horto é o mais tenso, mas ao mesmo tempo, o mais exemplar. Já Santo Tomás ensinava que a paixão do Senhor é uma escola, e o quanto aprendemos contemplando o bendito horto das oliveiras! Contemplai o Senhor, perfeito Deus e perfeito homem, oprimido pelo peso de todos os pecados! Contemplai o Senhor que, no dizer de S. Paulo, sem ter pecado fez-Se Ele mesmo pecado por nossa causa. Imaginai a pessoa mais limpa, mais asseada, que recebesse num só golpe sobre si, da cabeça à ponta do pé litros e litros das piores imundícies. Imaginai que se se isso é asqueroso até para uma pessoa suja, a dor moral que provoca numa pessoa limpa. Infinitamente mais sofreu nosso Senhor. No horto o seu sofrimento foi moral, ou seja o sofrimento da pior espé

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR III

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  Diz o Espírito Santo: "Diante dele desviávamos o rosto." (cf Is 53, 2) Por que a humanidade desvia o seu olhar de Cristo em seus sofrimentos? Por que custa a tantas almas olhar o crucifixo? Por que se considera traumático um retrato mais autêntico do que foi feito com o Sacrossanto Corpo de Nosso Senhor? A razão é dupla. Desviamos por repulsa. Desviamos por vergonha. Desviamos por repulsa, porque temos repulsa a todo e qualquer tipo de sofrimento, mesmo o alheio. Gostamos de fazer de conta que vivemos num mundo sem dor, sem sofrimento, sem morte. Enganamo-nos a nós mesmos durante dias, meses, talvez anos, e o mundo se nos aparenta mais com um jardim de delícias do que um vale de lágrimas. É necessário esconder o sofrimento humano nos boxes de um hospital, num quarto isolado de um asilo. É melhor fazer de conta que não existe pobreza, fome, exploração. É necessário recorrer a todos os tipos de calmantes e analgésicos para que o mundo mitológico que criamos não desmonte por c

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR II

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Diz o Espírito Santo: "De Deus não se zomba" (Gl 6,7). Por que sofreu e morreu Nosso Senhor? Da resposta à essa pergunta depende a salvação ou a perdição de muitas almas. Alguns dão uma resposta de cunho político, um Cristo perseguido pelos poderosos de seu tempo que com seus discursos sobre igualdade, partilha e justiça (a única vez que alguém pediu a Nosso Senhor que interviesse numa questão de partilha, Nosso Senhor negou-se rotundamente a ser juiz nessas questões) teria incomodado as classes dominantes etc etc. Outros dão respostas mais elevadas. E talvez a resposta mais comum fosse o amor. Mas mesmo essa resposta, sem algum complemento, desfigura a paixão do Senhor. Nosso Senhor sofreu e morreu para satisfazer a Justiça Divina. Satisfazer não como entendemos hoje, mas no sentido de apresentar uma justa reparação. Por isso, queridos irmãos, não podeis retirar do mistério da cruz todo o peso da justiça de Deus que se  abateu sobre seu Filho. Lança que estava dirigida contr

MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR I

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  No Cântico dos Cânticos diz a esposa: "O meu amado é para mim um saquitel de mirra posto entre meus seios" (Ct 1, 13). Todas as mães sabem que seus filhos vão morrer. Geralmente depois, bem depois delas. Mas a morte incerta de data, de modo, de circunstâncias não causa sofrimento. É bem verdade que a ideia da morte nos é muito mais aterrorizante do que a própria morte em si. Mas, imaginai a mãe de um condenado. Uma mãe para quem as sombras da morte se projetam lentamente sobre seu filho, e de uma condenação sem direito à apelação, ainda que o filho seja inocente. Uma condenação que - dor ainda mais avassaladora - será executada exatamente pelos irmãos do condenado, seus filhos também. Imaginai o que passará no coração dessa mãe a cada visita, a cada dia mais próxima a hora da morte, imaginai a mãe que às vésperas da condenação passa pelos carrascos - seus filhos também - e os vê afiando os instrumentos que destruirão a vida de seu filho. Daí temos uma pálida compreensão da

PERSEVERANÇA

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 Se perguntássemos o que é uma pessoa perseverante, a resposta mais comum provavelmente seria que é aquela que, aconteça o que acontecer, mantem as atitudes que decidiu ter. E essa resposta é correta. Perseverar é... perseverar. É ser fiel às pessoas, aos propósitos, aos ideais, às promessas... sempre. Mas a pergunta que poderíamos fazer é, que criatura - à exceção da Santíssima Virgem - poderia caber de forma absoluta nessa definição? Por isso, precisamos compreender que a perseverança não é uma virtude retilínea, como um mar em calmaria. Mas possui algo de bélico, de guerra. Que não se trata apenas de fazer as mesmas coisas quase que estoicamente, mas especialmente de lutar para manter as mesmas disposições de espírito e, SOBRETUDO, de recomeçar quando se deixou. Nós não nos julgamos perseverantes porque abandonamos nossos propósitos, nossas orações. Mas esquecemos que é justamente esse abandono (queira Deus, inicial e momentâneo) que nos dá a possibilidade de recomeçar, de fazer de

LINGUAGEM

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  Há no maravilhoso seriado "Chaves" um episódio em que o Seu Madruga explica ao Chaves como se joga boliche. Porém, entre o que o Seu Madruga diz e o que Chaves entende há um abismo... E não é só com eles que isso acontece. Há um costume atual de adotar uma linguagem ambígua na qual se pode entender o correto e o errado ao mesmo tempo. Geralmente parte-se de termos bem amplos, que aumentando em extensão diminuem em compreensão.  Por exemplo, não se fala mais em "alma", mas em "pessoa". Se a missão da Igreja "era" salvar "almas", agora se fala em salvar "pessoas", e juntamente, embora as pessoas tenham alma, há uma mudança do transcendente para o imanente, ou seja: a salvação das almas é uma realidade que transcende o meramente natural, tem a ver com a bem-aventurança, com o paraíso, com a visão de Deus; enquanto que salvar as "pessoas" traz um vínculo mais imanente, mais, digamos, terreno e material: salvar as pesso

QUARESMA

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  Não sei se já chegaram à conclusão de quem foi que veio primeiro o ovo ou a galinha (embora eu tenha a certeza de que foi a galinha), mas em relação à liturgia não temos porque ter a menor dúvida de quem veio primeiro se o tempo da quaresma ou o tempo pascal. A quaresma é o tempo mais antigo e mais rico da liturgia da Santa Igreja, daí se pode perceber a sua importância. E essa importância se deve ao fato de que a Quaresma é o tempo que mais se assemelha (ou que mais se deveria se assemelhar) à vida comum dos cristãos. Para esse fato, por exemplo, já chamava atenção o Patriarca S. Bento, ao dizer que a vida do monge deve ser em todo o tempo uma constante quaresma (RB 49,1). E ao considerarmos a quaresma em seus elementos essenciais, percebemos o quanto ela deve ser realmente perene em nossas vidas, refiro-me à oração, à esmola e à penitência. Do mesmo modo que para o bom filho, todo dia é dia das mães, para o bom cristão todo o dia é quaresma, ou seja é dia de oração, de esmola e de

PLUS

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Algumas vezes ouvi pessoas usarem a palavra plus, mas nunca num sentido religioso. Plus quer dizer mais, e as vezes que escutei eram pessoas de negócio geralmente se referindo a necessidade de algum plus , ou seja de um algo mais, pelo que eu entendi. O fato é que se a palavra "missão" me faz pensar em um S. Francisco Xavier e "rosa" em Santa Teresinha, plus  recorda-me uma Santa sobre a qual tudo o que sabemos se resume a um capítulo da vida de outro Santo, seu irmão. Trata-se de S. Escolástica, irmã de S. Bento. A referência mais importante (e, ao que tudo indica a única, ou pelo menos a mais confiável) que se têm sobre ela está num dos últimos capítulos do II Livro dos Diálogos de S. Gregório Magno e conta sobre uma visita e um impasse. Nesse capítulo S. Gregório fala de um costume de que, de tempos em tempos, os dois irmãos que viviam cada um em seu mosteiro, se encontrassem numa propriedade próxima do convento de S. Bento e ficavam o dia inteiro falando sobre D

DIFERENÇAS

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Poderíamos compreender dois tipos de diferenças: o erro e a complementaridade. Existem diferenças ruins, que são aquelas entre o certo e o errado, nessas há um embate e, devemos torcer (e trabalhar) para a vitória do certo sobre o errado. Mas existe um segundo gênero de diferenças, que são aquelas que, ambas certas numa justa medida, acabam por complementar-se. Dentre essas diferenças podemos citar as diferenças mais comuns entre homens e mulheres. Se essas diferenças não existissem a sociedade seria uma massa igual, feita em série. Há diferenças entre os homens, nenhum é igual ao outro; mas quando se olha para as mulheres, que também são diferentes entre si, poderíamos grosso modo que entre homens e mulheres há vales e montanhas quase infinitos. Porém o desmonte de uma montanha preenche o vale, e assim criamos uma planície. A montanha não é inimiga do vale, é apenas diferente. Mais ainda, é possível que ambos se acomodem um ao outro, desde que o vale se deixe preencher e a montanha se