MEDITAÇÃO SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR X

 

Diz o Espírito Santo: "Tomarão do seu sangue e o porão sobre (..) a porta das casas" (Ex 12, 7).

O sangue do cordeiro pascal, cordeiro sem defeito e oferecido em sacrifício e comunhão, por ordem do Senhor deve ungir as portas das casas dos filhos de Israel. Este sangue serve como sinal de vida, uma vez que o Anjo exterminador ao ver a porta marcada pelo sangue, passa adiante e não causa a morte entre os que morarem nessa casa.

Cristo é a nosso Páscoa, isto é, o nosso Cordeiro Pascal. Cordeiro ao mesmo tempo imolado e de pé, morto e ressuscitado. Na Santíssima Eucaristia, o Senhor vêm ao nosso encontro como Cordeiro Pascal, como Sacrifício vivo, santo e imaculado.

Quando comungamos, recebemos o Senhor com Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Em cada Comunhão nossos lábios são tingidos pelo Sangue do Senhor e este Sangue afasta de nós a condenação, a morte eterna.

Por isso, o Sangue de Cristo é mais eloquente que o de Abel. O de Abel clamava por vingança, o de Cristo clama por perdão.

Buscai, almas escolhidas, prestar o culto de adoração à esse Sangue que constantemente tinge vossa porta, vossa boca. Adorai-o em cada Sacrário do mundo, especialmente naqueles em que sabeis em que Ele está mais solitário, mais abandonado e - misericórdia, Senhor - mais profanado.

Reconhecei sob a alvura da Hóstia Consagrada, um Coração que bate, um Sangue que corre misticamente implorando o perdão para os culpados.

Quando vos acercardes do Santo Altar para o Divino Sacrifício, devorai o cálix com vosso olhar. Considerai o Sangue Divino que transborda do Santo Cálix, banhando os braços do Sacerdote e envolvendo todos os fiéis como num lagar de graça e misericórdia.

E pedi a graça de serdes inebriados por esse Sangue. Tão ébrios que sejais considerados instruídos pela loucura da cruz.