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Mostrando postagens de julho, 2019

PODEMOS

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Celebrando hoje a memória de Santiago, ouvimos no Santo Evangelho a audaciosa resposta que ele e seu irmão, S. João deram ao Senhor: "Podemos!" O Senhor lhes perguntara se podiam beber do seu cálice, ou seja, se podiam participar de seus sofrimentos, se estavam dispostos a dar a própria vida por Ele. Possumus! Podemos! responderam sem pestanejar os discípulos. E assim foi. Não foi naquela hora, eles ainda tinham muito o que aprender, muito a que mudar. Ali, os filhos de Zebedeu eram ainda apenas filhos do trovão, tinham a disposição de dar a vida, por isso eram capazes de mudar de vida. Santiago, após levar o Evangelho até a Espanha onde em Zarogoza sobre um pilar lhe apareceu ainda em sua vida mortal a Santíssima Virgem, retorna à Jerusalém onde é o primeiro dos Apóstolos a beber do cálice do Senhor, sendo degolado por ordem de Herodes. Possumus! Aquele "Podemos" dos dois irmãos como que abraçou a existência dos demais Santos Apóstolos, sendo Santiago o p

HINO AO APÓSTOLO SANTIAGO

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Santo Adalid, Patrón de las Españas,                   Santo Paladino, Patrono das Espanhas, Amigo del Señor;                                                   Amigo do Senhor; defiende a tus discípulos queridos,                       Defende a teus discípulos queridos, protege a tu nación.                                               Protege a tua nação. Las armas victoriosas del cristiano                       As armas vitoriosas do cristão venimos a templar                                                 viemos fortalecer en el sagrado y encendido fuego                          no sagrado e ardente fogo de tu devoto altar.                                                  do teu devoto altar. Firme y segura                                                      Firme e segura como aquella Columna                                         como aquela coluna que te entregó la Madre de Jesús                        que te entregou a Mãe de Jesus será en España                           

SEMEADOR

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Ouvimos hoje a parábola do semeador. A generosidade do semeador que deixa a semente cair por todos os tipos de terreno nos impressiona, na natureza os terrenos não mudam, mas nós podemos mudar. Podemos retirar as pedras para a semente aprofundar, arrancar os espinhos para que possa crescer, expulsar os pássaros para que ela possa ficar. Nesses três verbos podemos compreender como devemos nos relacionar com a Palavra de Deus. A Palavra precisa ficar, a Bíblia não pode ser para nós um livro de leitura eventual, nem mesmo diária, essa Palavra precisa estar presente o tempo todo em nosso coração. Através da imaginação e da memória a Palavra pode estar sempre presente em nós. Imaginarmos Nosso Senhor pregando, repetir pequenas frases da Escritura, fazem com que ela fique em nós. A Palavra também precisa crescer, ou seja, se espalhar pelos vários aspectos da nossa vida. Família, trabalho, lazer, esporte etc... tudo precisa ser tocado por essa Palavra. Não podemos viver aquela "es

MÃE

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Pode haver um merecimento maior que portar o Verbo de Deus por nove meses em seu ventre? Sim! Trazê-lo por toda a vida em seu coração. E isso foi o que fez Nossa Senhora. Por isso no Santo Evangelho, quando avisam a Jesus que sua Mãe e seus irmãos estavam do lado de fora e queriam falar-lhe, Nosso Senhor se aproveita disso para dar um duplo ensinamento: O primeiro é que a grandeza de Sua Mãe Santíssima não se dá apenas pelo fato de O ter gerado na ordem da natureza, mas sobretudo de o gerar na ordem da graça. Ele já habitava seu coração antes de ser concebido, e continuou encontrando ali um trono de graça, mesmo depois de ter nascido. O segundo ensinamento é que todos nós podemos fazer parte da família de Jesus. Ser familiar de Jesus não foi um privilégio de quem viveu há dois mil anos, mas pode ser nosso hoje, desde que façamos a vontade do Pai.

DEIXARÁS PERECER O BOM COM O MAU?

"Deixarás perecer o bom com o mau?" Assim audaciosamente nosso Pai Abraão se dirige ao Senhor. Deus então pacientemente faz com que Abraão perceba que diante do mal que dominava Sodoma e Gomorra, não havia justos que pudessem de algum modo evitar o castigo destinado àquelas cidades. Se houvesse pelo menos 10... Mas como nem sequer tinham 10 justos, o Senhor as destruiu... E na Igreja de hoje, no Clero de hoje? Será que chegamos num ponto tal que não se encontre sequer 10 clérigos dignos? Será que o número de joio chegou a tal ponto que justifique arrancá-lo, ainda que junto se leve o trigo? As recentes orientações que foram emanadas pelo Vaticano para os possíveis casos de abusos cometidos por clérigos parecem afirmar que sim. Certa vez, questionou-se a um colaborador de S. João Paulo II sobre o fato de nem sempre o Papa ter agido de forma incisiva diante de algumas denúncias. O colaborador respondeu que João Paulo II não costumava acreditar porque em seu pen

MARIA

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Celebramos hoje a festa de Santa Maria Madalena. Muitos autores identificam Maria Madalena como a Maria, irmã de Lázaro e Marta. Madalena é essa mulher completamente tomada pelo amor de Deus, é aquela experimentou aquele vazio sempre maior quando se tenta preencher o coração com qualquer coisa que não seja Deus mesmo. Ela, por isso, se torna, não exageremos em dizer, a alma mais virginal que houve nesse mundo, após a Virgem Maria. Para Deus a virgindade não é tanto uma propriedade física (que unida à verdadeira virtude é sempre grata a Deus), mas a uma "capacidade esponsal" da alma. Maria Madalena é realmente essa alma esponsal. E o é a tal ponto que pode estar junto com a Santíssima Virgem e com João, o Apóstolo Virgem, ao pé da Santa Cruz. Sua presença não destoa. Se por um lado seu corpo num momento serviu ao pecado, naquele momento ali estavam almas esponsais. Madalena também nos ensina a essa centralidade de Deus, mesmo diante das coisas de Deus. Mas importante q

MELHOR

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Existem coisas ruins. Aquele que se deixa conduzir por aquela busca de Deus que move o coração humano experimentará uma certa repulsa para com elas. Ainda que o pecado original tenha produzido uma desordem no ser humano, ainda assim aquilo que é errado, que é mentiroso, que é mau recebe do coração humano senão uma repulsa, pelo menos uma certa desconfiança. Oposta às coisas ruins estão as coisas boas. A elas tende o nosso coração. O que é bom atrai, desperta a atenção. O ser humano foi criado bom por Deus, diante disso, qualquer reflexo de bondade cativa o coração humano. Mas, além das coisas boas, existem as coisas melhores. No Santo Evangelho desse domingo vemos essas duas santas mulheres: Marta e Maria. Marta se ocupa de coisas boas. Seu bom coração se deixa atrair pelas coisas boas. Mas, a ocupação pelas coisas boas, fez com que Marta esquecesse o que é o melhor. Ainda que Ele estivesse sentado em sua frente. Já Maria, talvez nem sempre tenha escolhido as coisas boas, mas s

NÃO QUEBRARÁ

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Existe aquilo que é prático. E existe aquilo que é melhor. Nem sempre as duas coisas são coincidentes. Diante de algo rachado, talvez o melhor seja concluir a quebra. Mas não o Senhor. O Senhor é o Senhor da esperança. Certa vez um ateu disse a São Pio de Pietrelcina: "Eu não acredito em Deus", imediatamente o Santo respondeu: "Mas Deus acredita em você!". É claro que há coisas em nossa vida que a solução é quebrar. Mas em tantas é amarrar, consertar, esperar juntar-se de novo. Com a paciência de Deus. Com aquela esperança que Jesus deposita em nós.

SENHOR

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Senhor do sábado. Assim se auto referiu Nosso Senhor no Santo Evangelho. Jesus não é mais um profeta. Não é um jovem sonhador, como tantos. Sequer é um líder. É o Senhor. Essas frases de Jesus, como com seu jeito particular recordava Chesterton, são a prova mais profunda de sua bem-aventurado divindade ou de sua pobre loucura. Se é louco, tratemos como louco. Se é Senhor, tratemo-O como tal. A questão, meus amigos, é que escolhemos um caminho mediano que não existe. Como louco é claro que não vemos Jesus, mas como Senhor supremo... talvez nem tanto. Sim, tanto! Senhor meu! Meu Senhor e meu Deus! Que sejas de fato o Senhor, e não apenas uma parte dessa minha vida!

FARDO

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No Santo Evangelho dessa quinta-feira da XV Semana do Tempo Comum, Nosso Senhor com toda misericórdia de seu Divino Coração, olha para nós que tantas vezes estamos cansados de carregar os fardos do mundo. E diante desse cansaço, Nosso nos convida não a férias, mas a carregar o fardo dele. Sim, meus amigos, sempre carregamos algo. A diferença é que o fardo do Senhor é leve, traz a paz. O que você deseja carregar. O que está carregando? Há cruzes meus irmãos que são pesadas porque não são do Senhor. As dele, Ele carrega conosco.

MÁRTIRES

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"Boa noite. Tenho uma ótima notícia para você. Você irá para um lugar distante. Provavelmente nunca mais verá seus amigos e familiares. Lá existem doenças que ninguém conhece. E animais também. Alguns dos moradores desse terra gostam muito de nós, especialmente grelhados... Lá não há nada para você. Mas pode fazer uma casa com gravetos de árvores e cobrir com as folhas da mesma árvore. Também pode ser que você não chegue, afinal serão meses no oceano... Lá já é certo que aqueles que forem mais familiares, que foram daqui para lá, serão seus inimigos. Porque eles escravizar exatamente aqueles a quem você vai para evangelizar, caso eles não te devorem... Lá também é bem diferente daqui. É quente e úmido. Espero que seu pulmão seja muito saudável..." Talvez não fossem essas as palavras, mas era essa a realidade que abraçaram muitos homens que se lançaram ao totalmente desconhecido para dar o céu aqueles que habitavam naquilo que era realmente um Novo Mundo, o continente a

ESCAPULÁRIO

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Celebramos no dia 16 de julho a festa do Nossa Senhora do Carmo. Essa comemoração nos recorda o dia em que a Santíssima Virgem entrega o Santo Escapulário ao Superior dos Carmelitas, S. Simão Stock, cuja Ordem corria até mesmo o risco de ser suprimida. No meio desse tormento, aparece-lhe a Virgem e lhe entrega o escapulário como sinal de predileção e mesmo de salvação eterna para quantos o usarem. Embora, como Mãe amantíssima, Nossa Senhora não faça nenhuma exigência para os que usarem o Santo Escapulário, ele mesmo nos recorda algumas exigências da vida cristã. Ao ligar-nos ao Monte Carmelo, Maria recorda que a vida cristã é uma constante subida do monte que é o próprio Cristo. Subir esse monte exigirá de nós a leveza consequente de deixar para trás todos os pesos mortos de pecado e de imperfeições e nos recorda que não somos chamados a ficar nas capoeiras da vida, mas de nos elevarmos mais a cada dia até poder ver o sol de frente. Originalmente, o escapulário era uma veste de tr

ESPADA

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Alguns estudiosos da Sagrada Escritura admitem que antes da composição dos Santos Evangelhos possa ter havido um conjunto de ditos do Senhor. Frases soltas, sem nenhuma aparente conexão, mas que eram a recordação mais viva do que as primeiras gerações ouviram diretamente da boca do Senhor. Esses ditos serviram para que os Apóstolos ou varões apostólicos se baseassem na posterior confecção de seus Evangelhos. E, em certos momentos, apareceriam sem nenhuma moldura literária, no meio dos Evangelhos. É o caso da perícope que se ouve na segunda-feira da XV Semana do Tempo Comum. "Não penseis que vim trazer a paz, vim trazer a espada." Certamente essa frase marcou profundamente a mente dos primeiros cristãos. Desde o início se pensa em paz como ausência de conflitos, se o Messias é o Príncipe da Paz, necessariamente o sinal de seu Reino seria a absoluta ausência de qualquer querela. Todavia, Jesus se apresenta justamente como aquele que traz a espada, em certo sentido, aquel

CUIDOU

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Na parábola do bom samaritano Nosso Senhor fala de um homem qualquer que indo de Jerusalém para Jericó  não só é assaltado, como leva uma surra dos ladrões que o deixam "quase morto"... Passam um sacerdote e um levita, eles vêem o homem, mas continuam seu caminho. Talvez eles tivessem medo de ter a mesma sorte, ou temiam as impurezas de tocar uma pessoa quase morta, ou mesmo - pensemos bem deles - continuaram seu caminho para, chegando na cidade pedir ajuda adequada... Mas contrasta com a atitude deles a atitude do samaritano que pega o azeite e vinho da sua merenda e coloca nas feridas do homem para limpar e cicatrizar. Certamente no tempo de Jesus haviam remédios mais apropriados para uma ferida, mas ninguém anda com mertiolate e água oxigenada no bolso... ele usou o que ele tinha...  Em seguida, o samaritano faz exatamente aquilo que talvez não deveria... coloca o homem na sua montaria, provavelmente um jumento, e o leva embora dali. Certamente o homem ferido necessita

PRIMEIRO

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Quando lemos as Sagradas Escrituras, um bom exercício é pensarmos: Qual a palavra mais forte dessa frase? É interessante perceber que em certas frases alguma palavra parece estar acesa... "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus..." Talvez você discorde de mim, tudo bem. Mas nessa frase a palavra mais forte para mim é PRIMEIRO. Eu imagino Jesus marcando bem cada sílaba dessa palavra: pri-mei-ro. Porque, há algo mais importante que buscar o Reino de Deus, e esse algo é buscar primeiro , repito: pri-mei-ro. Muita gente busca o Reino, mas poucos buscam pri-mei-ro. Para eles o Reino vem num pacote de felicidade, realização, prosperidade, saúde e... o Reino. Mas Nosso Senhor nos ordenou buscar pri-mei-ro, ou seja antes de tudo, acima de tudo e... apesar de tudo. Pri-mei-ro... é o desafio de Jesus para nós hoje. Ele sabe que buscamos, mas que nem sempre buscamos primeiro. Olhemos para Nossa Senhora: Ela é a pri-mei-ra a buscar pri-mei-ro o Reino que não é um endereço,

SERPENTE

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A serpente não é o mais simpático dos animais, especialmente na Bíblia. O fato de ser um símbolo do demônio em suas primeiras páginas, faz com que sempre a olhemos com alguma repulsa, além de ser realmente, em muitos casos, um animal sumamente perigoso. Mas em dois momentos a serpente merece alguma atenção nossa. Quando a sua imagem se torna um sinal de salvação para o povo hebreu no deserto e no Santo Evangelho de hoje. Nosso Senhor nos fala que precisamos ser prudentes como serpentes. Qual é a prudência da serpente? Não sei se é uma crença popular ou se realmente é verdade que a serpente num momento de combate expõe tudo, menos a cabeça. A serpente não se preocupa tanto em ser ferida pelo corpo, mas reserva o principal, a cabeça. Queridos amigos, necessitamos ter essa prudência. Há coisas que não podemos expor, não podemos capitular, negociar. Penso que nisso estão a nossa fé, os fundamentos da moral cristã, nossa vida de oração, o Santo Sacrifício da Missa... Quanto a isso

BENTO

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Ao iniciar a primeira biografia de S. Bento, S. Gregório Magno se utiliza do próprio nome do Santo Abade para indicar que era abençoado (Bento) por graça e por nome. São Bento não só foi abençoado, como se tornou uma fonte de bênçãos para toda a Santa Igreja. Seu espírito firme e equilibrado que transparece de forma diáfana em sua Santa Regra, foi o instrumento que Deus se utilizou para estabelecer ordem entre os monges do Ocidente e para um pouco depois levar aos povos do que seria hoje a Europa a cruz, o arado e o livro. Foram os monges, filhos de S. Bento, que foram enviados para evangelizar os povos que estavam ou no paganismo ou na heresia ariana, foram eles que, com seu voto de estabilidade, ensinaram a esses povos a cultivar a terra em que viviam e deixarem de ser nômades que apenas exploravam o que a terra tinha naquele momento a oferecer, foram eles que se consagraram a copiar livros e mais livros salvando não só os escritos religiosos mas a própria cultura greco-romana.

REINO

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Não se pode negar que a palavra "Reino" tem um lugar especial na pregação de Nosso Senhor. Mas o que é esse reino? Não faltaram aqueles que quiseram identificar esse reino com uma sociedade sem classes e igualitária, sob a égide de um regime que retirasse a importância da pessoa para afogá-la no meio da multidão como mais um igual aos outros. Outros pensariam que esse reino seria fruto de uma revolução libertária, onde tudo é permitido e só seria proibido proibir, nesse reino falsamente libertário, mas verdadeiramente libertino, todos são reis e senhores, e os desejos se tornam leis a serem cumpridas a todo o custo. Na verdade, esses tentativas de aplicações do Reino só serviram para dele nos afastar ainda mais. O Reino de Deus é a sua presença na alma em graça. Quando estamos na graça santificante, Deus se compraz em habitar a nossa alma como um Rei em seu castelo. O Reino de Deus é o próprio Cristo Senhor. Nele se realiza o maravilhoso encontro de Deus com o ser huma

FALAR

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No Santo Evangelho dessa terça-feira da XIV Semana do Tempo Comum ouvimos várias curas que Nosso Senhor operou. A primeira foi a de um homem que estava possuído por um demônio mudo. Expulso o demônio, o mudo se pôs a falar. Esse demônio é mais presente que nós imaginamos.... Ele fica especialmente à espreita quando necessitamos abrir nossa alma na confissão e na direção espiritual. Seu modo de agir é bem simples. Não dizer o que nos deixa envergonhados, ou dizer de um modo tão geral, tão enfeitado, que é impossível saber do quê a pessoa está a se acusar. Caros amigos, o sacerdote quando escuta uma confissão sabe que o fiel (se tem vergonha na cara) não gostaria de dizer nada do que tem a dizer. Por isso é necessário que o fiel se acuse breve e completamente para que o sacerdote possa passar por cima das acusações para ir aos conselhos. Caros amigos, um bom método para exorcizar o demônio mudo é começar pelo que mais nos deixa constrangidos. Saída a "pedra grande" as pe

RECORDAÇÃO

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Em cada segunda-feira a Mãe Igreja em sua sabedoria bimilenar apresenta aos cristãos de um modo especial a recordação das Almas Benditas do Purgatório. Sim, são benditas, porque já estão livres da condenação eterna, estão livres do fogo do inferno, são benditas porque não morreram na inimizade com Deus pelo pecado mortal. São benditas, mas precisam de nós. São benditas, mas necessitam da nossa oração. E nós, ao rezarmos por elas, especialmente ao celebrarmos ou pedirmos que o sacerdote celebre a Missa pelas Almas do Purgatório, manifestamos uma extremada caridade porque elas só podem receber, e necessitam receber a nossa oração pessoal, e máxime o Santo Sacrifício. Mas, também nós somos beneficiados quando recordamos as Benditas Almas do Purgatório, porque recordamos do nosso fim. Recordamos que também iremos morrer e que todo tempo é breve quando comparado à eternidade. Recordamos que agora é o tempo de sermos generosos com Deus, de livrarmos o nosso coração do apego ao pecado,

PEDI

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No Santo Evangelho desse XIV Domingo do Tempo Comum o Senhor envia os 72 discípulos a todo o lugar onde Ele devia ir. Os discípulos se tornam, por assim dizer, sinais da presença de Nosso Senhor, seus representantes, seus vigários. Diante de tão alta missão, nem mesmo os espíritos infernais podem resistir às ordens daqueles que agem em nome e na pessoa do próprio Cristo, de modo que, eles pessoalmente ou os sinais de seus poderes recuam diante dos arautos do Senhor. Mas, antes mesmo de os enviar, o próprio Nosso Senhor reconhece que eles são poucos se comparados à extensão do mundo. Uma extensão física que aumenta ainda  mais quando se considera a vasta complexidade que cada ser humano carrega dentro de si mesmo. O número dos trabalhadores é pequeno comparado à messe. Diante dessa dificuldade original da missão apostólica, Nosso Senhor une o aumento do número dos operários à oração dos seus discípulos: "pedi, pois, ao Dono da Messe..." O aumento do número dos operário

CONFUNDIR

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A primeira leitura da Missa de hoje nos traz aquela cena em que Jacó "rouba" a bênção de Isaac que era destinada a Esaú. Esaú era o filho primogênito, predileto, o que tinha os direitos, o único que merecia a bênção, o único que agradava o pai. Mas a mãe reveste Jacó com as roupas de Esaú, cobre-lhe o pescoço e as mãos com pelos, como eram o pescoço e as mãos de Esaú e coloca num prato o que o pai mais desejava. Assim, confundido, Isaac dá a Jacó que, por direito, cabia apenas a Esaú. Queridos irmãos e irmãos, Jesus é o Filho primogênito do Pai, só a Ele se destinam todos os bens que o Pai pode conceder, só Ele é capaz de agradar o Pai. Mas cada um de nós, como novos Jacós somos revestidos pela Mãe Igreja com as vestes de Cristo, com seu cheiro, com seu ser, pelo Batismo nos tornamos outros Cristos, para "confundirmos o Pai" e alcançarmos a Bênção. Essa semelhança fica ainda mais forte através do sofrimento aceito com amor. Desse modo, Santa Maria Goretti, a

NOIVO

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Em algumas Igrejas de tradições orientais, pela Semana Santa há uma procissão com um ícone do Cristo que nós no ocidente chamamos com o nome de Ecce Homo. Durante a procissão alguém repete: Olha o noivo! O noivo! Certamente surpreenderia-nos essa associação. A paixão para nós está carregada de luto e de dor, mas, tal como numa moeda há um reverso. Aquele que padece e morre, é, ao mesmo tempo o forte e imortal. Aquele que morre vencido, vence morrendo. Ele é o noivo. O noivo que se entrega à noiva. O Cristo-Esposo que dá seu Corpo e Sangue à Igreja-Esposa. Esse matrimônio consumado no leito da cruz precisa ser consumado no coração de cada fiel através de uma entrega total a Cristo. Uma entrega de corpo e alma. Uma entrega de tempo e alegrias e dores.

CRUZ E ESPINHOS

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Caros irmãos e irmãs, “A Cruz e os espinhos do meu Senhor são o meu cetro e a minha coroa”. Assim escreveu Santa Izabel, Rainha de Portugal, ou como carinhosamente lhe chamam os portugueses, a Rainha Santa. Nascida não em Portugal, mas em Aragão, no ano de 1271, filha de Pedro III de Aragão e de Constança da Sicília, herdou de sua mãe uma profunda devoção pelo seu conterrâneo materno, São Francisco de Assis. Mesmo sem falar, ainda no berço, a pequena princesa já pacificava os corações, sendo a causa da reconciliação entre seu pai e seu avô. Em 1282, é conduzida ao Reino de Portugal para contrair matrimônio com o recém-elevado ao trono, Dom Dinis.  Sua modéstia, amabilidade e doçura conquistaram o povo a quem amava profundamente e que retribuía o amor da Rainha. Seu marido e seu cunhado, outrora brigados, graças à oração e aos bons conselhos da Rainha Santa, puderam selar a paz entre si e no Reino. Sem abrir mão de sua condição de Rainha e fiel cumpridora de s u a s obrigações,

SINCERIDADE

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Ao celebrarmos hoje a festa do Apóstolo S. Tomé, a Igreja nos traz novamente a leitura do Evangelho de S. João que narra o encontro do Cristo Ressuscitado com o Apóstolo. São Tomé pode nos parecer um tanto antipático e ranzinza na primeira parte desse Evangelho, mas sabemos que ele animou os Apóstolos a darem a vida com Jesus ao perceber que os judeus queriam matá-l'O em Jerusalém, e também foi ele a arrancar dos lábios de Jesus uma das mais belas frases do Evangelho: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida". Mas esses três fatos se devem à absoluta sinceridade do Apóstolo. Ele não se deixa levar por um falso otimismo diante do ódio crescente dos judeus, ele não pensa num plano mágico e infalível. Ele percebe que o Senhor caminha para a morte. Não lhe é dado ainda compreender que a morte não é o ponto final. Mas se Jesus vai para a morte, ele não pode admitir para si outro destino. Tomé não têm vergonha de admitir sua ignorância. "Senhor, não sabemos para onde vai

PERECENDO

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Se houve, foram poucos os momentos da vida da Igreja em que ela parecesse não estar afundando. À perseguição do império romano, sucedeu-se o arianismo, depois as invasões bárbaras, os conflitos internos da Europa, as invasões muçulmanas, a revolta protestante, a revolução francesa com suas idéias, a maçonaria, o comunismo, etc etc etc Sempre a Igreja foi a barca. Mas uma barca sempre em mar revolto, uma barca em que sempre se teve impressão de estar perecendo. Sempre em mar revolto, sempre quase perecendo, mas sempre com Jesus. É Cristo presente na barca que não permite que ela afunde. Não importa se está dormindo ou está desperto. Está presente, e isso basta. Como o Salmista, como os discípulos no Evangelho, também nos sentiremos a necessidade de dizer: Exurge, Domine Quare obdormis? Levanta-te, Senhor! Por que dormes? Sim, diremos isso muitas vezes. E Ele nos lembrará que nesses momentos deve nos bastar a sua presença. Ainda que dormindo. Ainda que pareça dormir.

SEGUE-ME

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No Santo Evangelho da segunda-feira da XIII Semana do Tempo Comum, Nosso Senhor se depara com duas vocações. Ao primeiro, de ímpeto generoso, Nosso Senhor alerta para as dificuldades pelas quais Ele passa e que passarão também os seus discípulos, uma vez que o discípulo não será mais do que o Mestre. O segundo a se aproximar de Jesus é aquele que espera o momento mais oportuno: "deixa-me primeiro enterrar meu pai" ou seja, "depois que meu pai tiver morrido eu te seguirei". Esse é um exemplo de todos aqueles que se deixam levar por uma certa "mística do oxalá" ou, num português ainda mais claro, a "mística do quem dera..." "Quem dera tivesse nascido no século passado, naquele tempo seria mais fácil ser um bom cristão..." "Quem dera fosse mais jovem"... "Quem dera fosse mais velho"... "Quem dera tivesse outro emprego"... "Quem dera fosse solteiro"... "Quem dera fosse casado"... Essa