PEDI


No Santo Evangelho desse XIV Domingo do Tempo Comum o Senhor envia os 72 discípulos a todo o lugar onde Ele devia ir. Os discípulos se tornam, por assim dizer, sinais da presença de Nosso Senhor, seus representantes, seus vigários.
Diante de tão alta missão, nem mesmo os espíritos infernais podem resistir às ordens daqueles que agem em nome e na pessoa do próprio Cristo, de modo que, eles pessoalmente ou os sinais de seus poderes recuam diante dos arautos do Senhor.
Mas, antes mesmo de os enviar, o próprio Nosso Senhor reconhece que eles são poucos se comparados à extensão do mundo. Uma extensão física que aumenta ainda  mais quando se considera a vasta complexidade que cada ser humano carrega dentro de si mesmo. O número dos trabalhadores é pequeno comparado à messe.
Diante dessa dificuldade original da missão apostólica, Nosso Senhor une o aumento do número dos operários à oração dos seus discípulos: "pedi, pois, ao Dono da Messe..."
O aumento do número dos operários não se dará tanto pelos meios humanos dos operários, mas por virtude da graça do Dono da seara.
Aqui, caros amigos, o Senhor fala de fé.
Porque só pela fé se pode compreender uma solução tão simples.
Só pela fé se diminui o tempo das reuniões para aumentar o tempo das orações.
Só pela fé se renuncia a ser o autor da solução para ser o motor da solução.
Aqui, meus amigos, também é necessário compreender que, se por um lado, todo fiel cristão é chamado a ser operário nessa colheita, os sacerdotes, de modo especial são os operários que tornam possível haver alguma colheita.
Hoje todos são vocacionados, todos são sacerdotes, todos são ministros, todos todos todos, e essa visão de nivelamento que, em si não é absolutamente errada, pode nos fazer esquecer de que há algo essencialmente diferente e essencialmente essencial - permitam-me ser tão redundante - que é o sacerdócio católico.
O padre não é o presidente de uma assembléia, como mais um entre os demais. O sacerdócio não é mais um ministério dentre tantos. O padre é aquele que está no lugar de Cristo.
É claro que a sua altíssima vocação precisa ser correspondida por uma vida de santidade, mas ainda que por desgraça isso não aconteça, ele é Cristo. Só ele pode dizer um "eu" um "meu" que transcendem a sua própria pessoa para serem o da Pessoa do Próprio Verbo Encarnado.
Hoje temos a tentação de solucionarmos o problema da falta de trabalhadores com outras soluções que não aquela dada pelo próprio Senhor.
Oremos insistentemente para que compreendamos a grandeza do sacerdócio católico e que, justamente por isso, oremos para que o Senhor nos envie sacerdotes, santos e numerosos.

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