CONFUNDIR

A primeira leitura da Missa de hoje nos traz aquela cena em que Jacó "rouba" a bênção de Isaac que era destinada a Esaú.
Esaú era o filho primogênito, predileto, o que tinha os direitos, o único que merecia a bênção, o único que agradava o pai. Mas a mãe reveste Jacó com as roupas de Esaú, cobre-lhe o pescoço e as mãos com pelos, como eram o pescoço e as mãos de Esaú e coloca num prato o que o pai mais desejava.
Assim, confundido, Isaac dá a Jacó que, por direito, cabia apenas a Esaú.
Queridos irmãos e irmãos, Jesus é o Filho primogênito do Pai, só a Ele se destinam todos os bens que o Pai pode conceder, só Ele é capaz de agradar o Pai.
Mas cada um de nós, como novos Jacós somos revestidos pela Mãe Igreja com as vestes de Cristo, com seu cheiro, com seu ser, pelo Batismo nos tornamos outros Cristos, para "confundirmos o Pai" e alcançarmos a Bênção.
Essa semelhança fica ainda mais forte através do sofrimento aceito com amor.
Desse modo, Santa Maria Goretti, aos 12 anos pode "confundir" o Pai revestindo-se de Cristo na vida e, sobretudo na morte. Tal como Cristo morre por causa dos nossos pecados, Maria Goretti morre para não só para não cometer pecado, mas para que o pecado não fosse cometido. Esfaqueada ela simplesmente dizia: "Não, Alessandro, é um pecado horrível". Morrendo, a sua preocupação era que seu algoz não cometesse um pecado de impureza.
Tal como Cristo, Maria Goretti não só perdoa Serenelli, como manifesta o desejo de que um dia ele esteja no céu com ela.
Maria Goretti chegou ao céu com o mesmo cheiro de sangue que Jesus chegou, com o mesmo cheiro de perdão que exalava de Jesus. Por isso "confundiu" o Pai e confunde a nós que olhamos para aquela menina do campo e a confundimos com o Carpinteiro de Nazaré.

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