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Mostrando postagens de abril, 2019

LEVANTAR

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No Santo Evangelho de hoje, continuação do diálogo de Nosso Senhor com Nicodemos, Jesus faz referência à serpente de bronze erguida por Moisés. Do mesmo modo como ela foi levantada, também Nosso Senhor necessita ser levantado. Caros amigos, necessitamos levantar Nosso Senhor! Há uma tendência de nivelar todas as religiões e todos os fundadores de religiões. Uma vez que Deus é um só, todas as religiões são caminhos iguais para se chegar a Ele. Certo? Errado. O respeito devido a todos os homens, ainda que sigam por caminhos religiosos diversos, não pode fazer com que nivelemos Cristo, Deus feito homem, com um Buda ou Maomé. Esse Deus que é um só, quis um só caminho para se chegar até Ele, Cristo. E Cristo instituiu um só caminho para si: a Igreja. Não pode salvar-se quem não olhar para o Cristo levantado por nós! Tal como estavam destinados à morte quem não contemplasse a serpente de bronze. Precisamos levantar Nosso Senhor! Retirá-lo do relativismo religioso em que muitos, até

MULHERES

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Celebrando nesse dia a memória de Santa Catarina de Sena, creio ser importante refletir um pouco sobre o papel da mulher na Igreja olhando para essa admirável mulher. Hoje se repensa o papel da mulher, tendo em vista a igualdade com o homem. Há alguns que crêem ser importante que homens e mulheres sejam absolutamente iguais em todas as coisas, especialmente nas coisas ruins. Então a mulher ideal seria a que bebe, fuma, fala alto, vai para o boteco, xinga palavrões e se relaciona com todos os homens que quiser. Falando claro desse modo, creio que se torna evidente o disparate. Mas esse mesmo disparate é oferecido em gotas pelo mundo, e por isso, diluído em palavras como igualdade, direitos, liberdade as pessoas vão "tomando" o veneno que, dado em gotas menores só atrasa o fatídico fim. A Igreja que reprova os mesmos vícios, independente de quem os cometa, se apresenta como a grande opressora e diminuidora da mulher em sua dignidade. Mas não é essa mesma Igreja que ensi

VENTO

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Ao falar daquele que nasceu da água e do Espírito, Nosso Senhor usa a imagem do vento. Tal como o vento segue caminhos conhecidos apenas dele, o que nasceu do água e do Espírito trilha caminhos desconhecidos. O Batismo que recebemos - e essa realidade batismal é muito forte no contexto da Páscoa - nos leva a sermos misteriosos, ou mesmo rebeldes como o é o vento. Uma rebeldia que não é a pura contestação do adolescente em crise, mas é um sair daquilo que o mundo pagão espera de nós. Hoje há muitas pessoas que se consideram rebeldes, contestadoras e livres, mas não percebem que estão seguindo exatamente o caminho da massa. Não obedecem a Deus e à Sua Santa Igreja, para obedecer os produtores de TV e os influenciadores digitais. São tão escravos que já não se consideram escravos. A escravidão à esses senhores tornou-se para essas pessoas como que uma segunda natureza capaz de mudar sua cosmovisão, seu pensamento, seu vocabulário e até seu cardápio sem perceberem que perderam comple

CONTRA

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Quando aprendemos sobre a Igreja, compreendemos que a mesma Igreja Católica vive três realidades: triunfante, padecente e militante. A Igreja triunfante são os Santos e Santas que triunfam com Cristo na glória. A Igreja padecente são os nossos irmãos que se purificam de suas faltas leves, imperfeições e penas temporais no purgatório. A Igreja militante somos nós que lutamos nessa vida. Lutamos nessa vida? Pensando com muita sinceridade, vemos em nosso meio penetrar cada vez mais a tentação do irenismo. Sabe o que é irenismo? É, quando se busca uma paz que é fruto da falsidade, quando se quer agradar a todos... menos a Deus. Multiplicam-se as "declarações conjuntas", que certamente tem o seu valor. Mas que não podem substituir a clareza doutrinal que o povo necessita. Penso que se fosse vivo hoje, Santo Agostinho seria reprovado por muitos de seus escritos... Penso que seria aconselhado a escrever uma declaração conjunta do tipo "cremos que existe o bem" ao

MISERICÓRDIA

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Nesse domingo da Oitava da Páscoa, celebramos a festa da Divina Misericórdia. Somos convidados a olhar para a misericórdia de Deus e agradecer suplicando e suplicar agradecendo essa misericórdia. Fiat misericordia tua super nos! Faça-se sobre nós a vossa misericórdia! Rezamos com mais intensidade nesse dia. No Santo Evangelho vemos o Senhor ressuscitado que vai ao encontro de Tomé. A figura de São Tomé pode parecer-nos um tanto antipática. Mas precisamos recordar que ele é o primeiro apóstolo a decidir-se a morrer junto com o Senhor. É Tomé que percebendo que Jesus vai a Jerusalém onde os mestres da Lei, sacerdotes e fariseus o odiavam e desejavam a sua morte, diz aos demais apóstolos: "Vamos também para morrermos com Ele". É Tome que não tem vergonha de mostrar sua ignorância a Jesus: "Mestre (...) como podemos conhecer o caminho?" e tira dos lábios do Senhor aquela frase tão bela: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida". Tomé não crê menos que os

IDE

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No Santo Evangelho desse sábado da Oitava de Páscoa, ouvimos uma espécie de resumo que o Evangelho de S. Marcos traz das aparições de Jesus Ressuscitado. Nele gostaria de me deter em dois elementos: a incredulidade dos apóstolos e o mandato do Senhor. Chama a atenção que em poucos versículos, por duas vezes Marcos fale da incredulidade dos discípulos que não crêem na Madalena, nem tampouco nos discípulos que iam para o campo. A fé no Ressuscitado brota de um encontro. É o encontro, e somente o encontro, com o Cristo vivo que gera a fé. Esse encontro ainda hoje é imprescindível. É verdade que não se dará do mesmo modo como com Madalena, os discípulos do campo ou os outros apóstolos, mas precisa se dar. Se dá pela Palavra, quando a Palavra deixa de ser um livro, mas uma Pessoa que nos fala. Se dá na Eucaristia. Se dá no anúncio da doutrina. Mas esse encontro traz consigo uma força centrífuga, que se cumpre no mandato missionário: "Ide". É essa a grande intuição que os

NÃO

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Nessa sexta-feira da Oitava da Páscoa ouvimos o relato da pesca milagrosa depois da Ressurreição do Senhor. Essa cena traz para os apóstolos e para nós uma espécie de " Déjà vu " ,   é uma cena repetida, mas ao mesmo tempo nova. A pesca, o fracasso, a voz do Senhor, o sucesso, Pedro com suas atitudes peculiares... Tudo acontece de novo, mas com um novo sentido. Esse sentido se dá porque para os Apóstolos a volta à pesca, talvez fosse uma espécie de recomeço sem Jesus. Talvez no coração de Pedro, onde remorso, negação, medo e fuga ainda estavam muito presentes, aquela pesca era uma espécie de "pra mim chega! Já deu!", como se diz hoje. Aqui a atitude dos demais apóstolos de o acompanharem, mostra a necessidade que temos um dos outros. Não há recriminação, nem discursos prontos de otimismo, mas há presença: "nós também vamos contigo". Sim, Pedro é o chefe. É a rocha. Mas também a rocha necessita de um apoio. O Senhor aparece. Eles não o reconhecem nu

FANTASMA

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Duas vezes confundem Jesus com um fantasma no Evangelho. Quando Ele anda sobre as águas e quando Ele entra no cenáculo a portas fechadas. É verdade que se tratam de ações milagrosas do Senhor, mas não deixa de chamar atenção que aqueles homens barbados acreditassem mais em fantasmas do que em Jesus. A boca fala do que o coração está cheio, e a olhos enxergam o que a cabeça mais pensa. Assim, o medroso vê fantasma em tudo. Na cortina que esvoaça com o vento, no barulho que o gato provocou, e... no Cristo que vem ao nosso encontro... É mais fácil pensar ser um fantasma. O fantasma vem e vai. Mas o Cristo vem e fica. E ficar exige compromisso. Queridos amigos, quantas vezes vimos fantasmas onde o Senhor estava mostrando o seu amor por nós... Quantas vezes como Jerusalém, não reconhecemos o tempo de nossa visitação... Mas Ele, o vivente, não nos recusará a sua paz, mesmo que, de primeira, não reconheçamos ou não queiramos reconhecer que fantasmas não existem, mas Ele não só exi

LENTOS

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Ele é um santo... Assim ouvi uma vez as pessoas falaram de um senhor que demorava uma eternidade para decidir as coisas mais simples... Num "inconsciente coletivo católico", a pessoa lerda é considerada santa. Curiosamente, a palavra pressa na Sagrada Escritura não costuma designar imperfeição. Muito pelo contrário. Apressada é como Maria vai visitar Izabel. Apressados é que os judeus devem comer a Páscoa. Apressado é João que chega primeiro ao túmulo. Porque a pressa é consequência do amor. O amor "dá asas"... Amor e lerdeza não combinam... Ao contrário, os discípulos de Emaús são lentos para crer. Sua tristeza, quase teatral, seu sentimento de derrota e sua decisão de desistência, eram frutos de sua lerdeza em continuar mentalmente no calvário quando o sepulcro já estava vazio... E eles já sabiam disso. Mesmo sabendo do sepulcro vazio, sua lerdeza em crer não conseguia chegar lá. E a maior notícia do mundo para eles era apenas um "susto"...

JARDINEIRO

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No seu primeiro encontro com Jesus Ressuscitado, Maria Madalena não o reconhece, pensa ser o jardineiro. Poderíamos pensar que fosse porque seu Corpo, agora glorioso, fosse diferente do Corpo padecente que ela tinha conhecido, ou porque seus olhos estavam turvados pelas lágrimas... Mas, na arte cristã, não faltaram artistas que realmente representaram Nosso Senhor, vestido de jardineiro, com pá e tudo... De fato, gosto de pensar nesse Cristo que se deixa confundir com um jardineiro, e que com um sorriso nos lábios diz: "Maria!" como quem diz: "Te peguei!"... Mas Maria não estava de todo enganada. Era o jardineiro. S. João Batista já falava da pá que estava preparada para limpar a terra. Ele é o jardineiro. Aliás nada se parece mais com um jardim do que o nosso coração. Penso que poderíamos definir um jardim como um local onde tudo o que presta precisa ser cultivado, cuidado, protegido e tudo o que não presta cresce fácil... Não é assim também em nosso co

VITÓRIA

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Nesse dia 23 de abril recordamos o glorioso mártir S. Jorge. Impossível não perceber o fascínio que esse Santo exerce sobre o povo. E aqui penso que o sincretismo e as devoções de outras religiões não são a resposta mais convincente. Penso que o fascínio de S. Jorge está exatamente no significado de sua iconografia. Ele é o vencedor. Os mártires são geralmente representados ou no momento de seu martírio, ou com os instrumentos de sua paixão. Assim, S .Sebastião transpassado de flechas, ou Santa Bárbara com a espada, a torre e o cálice... Desse modo, eles se tornam imagens da resiliência, ou da compaixão e da intercessão. Mas S. Jorge mostra força, vitória. Como já escreveram, no S. Sebastião ferido pelas flechas as pessoas encontram alguém que sofreu como elas sofrem, mas no Santo General, montado em seu ginete, as pessoas encontram alguém que venceu como elas querem vencer. Que S. Jorge interceda por todos nós e nos faça associados em sua vitória.

ALEGRAI-VOS

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Em toda família onde surge uma nova vida, há uma certa ansiedade para saber qual primeira palavra a criança vai dizer. E, ainda que a criança tenha apenas dito meia sílaba, já se quer encontrar nela a palavra inteira que signifique o desejo ou a preferência da criança. Nesse mesmo sentido, precisamos ouvir a primeira palavra de Jesus Ressuscitado. Alegrai-vos. Mais do que uma palavra, é também um imperativo, uma ordem. O Cristo ordena-nos alegria. Até aqui, tudo bem. Mas o que é a alegria? Pensemos em alegria, muita alegria... Carnaval...  Não! Conquista da Taça Guanabara... Não! Cartão de Crédito sem limite... Não! Buffet liberado... Não! Wi fi grátis... também não... Toda alegria mundana, que não é necessariamente ruim ou pecaminosa, tem prazo de validade. E geralmente curto. A alegria que o Cristo fala hoje, é a que brota encontro com a sua ressurreição. Assim, não pode haver encontro com o Ressuscitado que não gere alegria, e uma alegria tão verdadeira, tão sólida,

MORTOS

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Mortos. Sim, hoje é domingo de Páscoa e o universo inteiro salvo pela Paixão de Cristo, concelebra a grande festa da Ressurreição do Senhor. Mas, para entrarmos realmente nessa solenidade universal há a necessidade de um ingresso, de um convite e ele é a morte. Cristo ao ressuscitar, venceu a morte não tanto destruindo-a, mas dando a ela um novo significado. A morte, sinônimo de destruição, perda e castigo, agora se tornou caminho de consagração, garantia de posse e bem-aventurada companheira para a casa do Pai. Por isso, o Apóstolo na leitura da missa de Páscoa nos recorda que a nossa participação na ressurreição de Cristo pode ser medida pelo nosso empenho em buscar as coisas do alto, e essa busca se dá quando o mundo, o mesmo mundo que é inimigo de Deus, não reconhecer mais em nós a sua vida, mas a morte de Jesus. Vida escondida com Cristo em Deus, é o que S. Paulo define como a vida pascal de cada cristão. Quando vivemos a vida do mundo, afastamo-nos da morte de Jesus e, por

PÁSCOA

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A celebração da Vigília Pascal, mãe de todas as vigílias, é o ponto mais alto do ano litúrgico. Se a liturgia fosse uma música, o refrão seria "Páscoa", por isso a celebração da Vigília Pascal em toda a sua densidade se apresenta como uma verdadeira recapitulação de toda a vida da Igreja e da própria raça humana. Da criação do mundo à volta do Senhor, tudo se faz presente nessa noite santa. Desde o fogo novo, à aspersão da água, o azeite derramado, toda a criação, também vem significar e homenagear o triunfo do Senhor Ressuscitado. Ele é o novo "No princípio" como ouvimos na primeira leitura. Na voz de Isaac que se salvaria: "Meu pai..." ouvimos a pergunta daqu'Ele que não foi poupado, a voz do Filho sacrificado para salvar os escravos. Mais do que fazer para nós a Páscoa, Ele é a Páscoa! Ele nos conduz pelos mares da vida à salvação. É o Esposo que desposa a esposa no leito da cruz. É a fonte sempre aberta, sempre viva, sempre gratuita para todos

POR QUE?

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Diante de toda a violência que emoldura a sua Paixão Santíssima Paixão, há uma reação de Nosso Senhor que nos chama a atenção. Os pontífices e fariseus interrogam Jesus acerca de seus discípulos e de sua doutrina. Nosso Senhor responde recordando que seu ensinamento não foi segredo, ensinava em lugares públicos, como o Templo, de modo que qualquer um que o tivesse ouvido - e ali haviam tantos - poderiam dizer o que Ele tinha ensinado. Um dos servos do pontífice, aproveitando-se da situação e para bajular o pontífice, finge indignar-se com a resposta do Senhor, como se tivesse sido desrespeitosa. E dá uma bofetada no Senhor. O Senhor que aceita calado todas as humilhações e sofrimentos de sua Paixão, nesse momento age diferente e, pede ao seu algoz que lhe dê uma razão para aquela bofetada: "Por que me bates?" Essa pergunta, única de Jesus aos seus verdugos, não teve resposta. Porque nada pode justificar a ofensa a Deus. Nas " impromperia " que ouvimos ao long

HÓSTIA

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Renovamos hoje, através da Sagrada Liturgia a instituição da Santíssima Eucaristia e do Sacerdócio. Cristo Senhor, uniu de forma definitiva a Eucaristia e o Sacerdócio, a vítima e o sacrificador. Não só por insitituí-los ao mesmo tempo, mas unindo-os na sua Divina Pessoa, sendo Ele mesmo a vítima que é sacrificada e o sacerdote que sacrifica. Assim quer o Verbo encarnado que essa união plena em sua Pessoa, se dê também, de certo modo, na pessoa dos seus ministros, os sacerdotes. Também o sacerdote necessita ser vítima, ser hóstia. Na essência da vocação sacerdotal está o chamado a ser hóstia, de modo que um sacerdote que não vive em primeira pessoa a realidade do sacrifício, se torna um sacerdote incompleto. Já recordava essa perspectiva o Papa S. João Paulo II na última carta que, do Hospital Gemelli, remeteu a todos os padres do mundo. O Papa exortava que, ao dizer as palavras da consagração, o presbítero necessita também dizê-las em nome próprio, ofertando seu corpo e seu sang

NUNCA

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No Santo Evangelho da Missa de hoje Judas combina com os sumos sacerdotes o valor pelo qual entregaria Nosso Senhor: 30 moedas de prata. Na última ceia, Nosso Senhor anuncia a iminente traição de Judas e aplica a ele palavras saídas de sua boca uma única vez: "melhor que nunca tivesse nascido". Tanto mais contemplamos o Senhor como cheio de misericórdia e amor, tanto mais suas palavras se tornam mais duras e dignas de nossa reflexão. Aqui, caros amigos, as palavras de Jesus não são apenas as de um amigo prestes a ser traído por outro, mas de Deus diante da realidade terrível do pecado. Todo pecado é uma traição. Judas traiu por trinta moedas, a maioria das pessoas, e eu e você, traímos Nosso Senhor por muito menos. O desejo de estar bem com todos, um prazer passageiro, uma curiosidade... o que valem? Mas traímos Jesus por essas coisas. E cada vez que traímos Jesus, atraímos sobre nós essas duras palavras: "melhor que nunca tivesse nascido". Se nós vivemos n

NOITE

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"Era noite". Assim tacitamente afirma S. João quando Judas sai do Cenáculo para trair o Senhor. Era noite. Não só a noite natural, mas sobretudo a noite como símbolo do reinado das trevas. Ali, na traição do Senhor, o mal irá crescendo, crescendo, até se tornar forte o suficiente para que o sol se esconda em pleno meio dia. O poder do mal vai se encorpando, vai se manifestando, não só de forma sutil, como habitualmente, mas de forma escancarada. O mal, como é covarde, vai se mostrando mais, conforme acha que vence. E naquela noite parecia vencer. Mas o crescimento do mal, acabava por fazer crescer também a glória do Filho. À medida em que se deixa conduzir pela crueldade dos homens, Cristo recebe ainda mais glória, de modo que o vértice negativo da cruz se torna a razão plena para que ao nome de Jesus todo joelho de dobra nos céus, na terra e nos infernos. Regnavit a ligno Deus, Deus reinou a partir da Cruz, essa frase que a liturgia santa nos faz cantar na hora de vé

POBRES

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Nessa segunda-feira da Semana Santa ouvimos no Santo Evangelho da Unção em Betânia, onde S. João traça um paralelo entre a generosidade de Maria e a mesquinharia de Judas. Não existem só essas duas realidades, elas se confrontam. A generosidade de Maria em derramar o perfume aos pés do Senhor, silenciosamente ataca a mesquinhez e a traição já consumadas no coração de Judas. Judas se sente provocado pela generosidade e tem a necessidade de algum modo reprovar a generosidade de Maria e encontra um pretexto: os pobres. Judas tenta fazer que se importa com os pobres, quando na verdade se esqueça que ele mesmo é bem mais miserável que o mais pobre dos pobres. Judas é aquele que tem a maior riqueza do Pai ao seu lado, mas não consegue perceber o seu valor. Pobre Judas, Miserável Judas. Indigente Judas... Como se dizia numa antiga antífona: Judas mercator pessimus... Judas, péssimo comerciante... Judas que se escandaliza com o perfume de 300 moedas de prata, não exita em vender Noss

JUMENTINHO

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Nosso Senhor é perfeito Deus e perfeito homem. À sua voz obedecem todas as coisas, ele é verdadeiramente o Senhor do Universo. Seria difícil imaginarmos algo de que o Senhor necessitasse. Ainda mais se a necessidade do Senhor fosse... um jumentinho. "O Senhor precisa dele". Mais do precisar, o Senhor o queria. Porque um alazão faria bem mais e faria melhor, o que um simples jumentinho poderia fazer. O Senhor o queria. Não queria o melhor cavalo, queria apenas o jumentinho. Montado num animal de carga, não de guerra, Ele se apresenta como o Príncipe da Paz. É verdade que sobre ele recairá toda a violência que a maldade humana seja capaz de produzir, mas é o Príncipe da Paz. É o Rei, que passou da condição divina à servil, para que os servos se tornassem participantes da natureza divina. O Senhor o queria... Como me quer a mim. Qualquer um faria melhor o que Deus me pede. Mas ele não me quer por minhas capacidades. Ele só me quer. O Senhor precisa dele... a única

FESTA

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A última palavra do Evangelho desse último dia antes da Semana Santa é "festa". "Será que ele não vêm para a festa? Perguntam os judeus. Quando Deus vêm ao encontro de Moisés para libertar o povo escravo no Egito, Deus quer que o povo faça uma festa. Sim, Jesus virá para a festa. Não para a festa velha de recordações. Mas para uma nova festa de promessas. A nova Páscoa que Jesus vêm para instituir será sempre uma festa do presente, uma festa onde morte e vida se embatem, e a morte aparentemente vencedora, se torna vencida. Sim, Ele vêm para a festa. Mais ainda Ele mesmo é a festa, o encontro, a alegria, a paz.

NENHUM

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No final do Santo Evangelho dessa sexta-feira da V Semana da Quaresma, ouvimos o povo falar que "João não fez nenhum sinal". Sabemos que no Evangelho de S. João, a palavra sinal é praticamente um sinônimo de milagre. E, de fato, o Evangelho não relata nenhum milagre feito por S. João Batista. Ao contrário, nos mostra a simplicidade de sua vida, as dúvidas que o flagelaram no cárcere e sua crudelíssima morte, em troca de meia dúzia de rebolados... E no entanto é o maior dentre os nascidos de mulher! A maior pessoa humana, a Rainha de todo o universo, também não possui nenhum milagre relatado nos Santos Evangelhos... Queridos amigos, o milagre de João Batista, de Nossa Senhora, foi viver a vida fiéis a Deus. Atravessaram noites, sim, e nenhuma luz milagrosa se fez brilhar no cárcere do palácio de Herodes ou no topo do Calvário, mas João Batista e Nossa Senhora permaneceram fiéis a Deus. Nunca fiz um milagre, provavelmente nunca vou fazer. Ao que tudo indica Deus não que

ABRAÃO

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Tanto na I Leitura quanto no Evangelho dessa quinta-feira da V Semana da Quaresma, ouvimos falar de Abraão. Na I Leitura Abraão nos é apresentado como o grande pai do povo eleito depositário das promessas e no Evangelho é aquele que se alegra ao ver o dia de Jesus. A descendência de Abraão pela carne não garante a real descendência que se dá pela fé, por isso os judeus tentam em vão se arrogar do fato de serem descendentes de Abraão justamente quando vão rejeitando o dom da fé naqu'Ele que sendo antes de Abraão quis nascer também como seu filho. Sem a fé é impossível agradar a Deus, nos recorda o Espírito Santo. Mas para nós, quantas vezes a fé é realmente importante? Pouco, muito pouco. A tentação do mundanismo e do ativismo vão fazendo com que esqueçamos das realidades mais sublimes da fé, e acabamos por colocar a nossa esperança apenas no que é da terra. Queridos amigos, peçamos ao Senhor que cada vez mais nos aumente a fé, hoje, especialmente no tempo que certamente Lhe

FOGO

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Nessa quarta-feira da V Semana da Quaresma ouvimos a leitura dos três jovens na fornalha. Embora lançados na fornalha de fogo eles não se queimam e passeiam pelas chamas louvando a Deus acompanhados de um anjo de Deus que mitiga-lhes o calor das chamas. As chamas que ardem externas aos jovens não são tão grandes quanto o fogo que lhes arde no peito: Deus, pois, como diz o Espírito Santo: "nosso Deus é um fogo abrasador". Para que as chamas do mundo não nos queimem, é necessário que o fogo de Deus em nós seja maior.

SALVAÇÃO

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Nessa terça-feira da V Semana da Quaresma, ouvimos na primeira leitura da Missa o episodio da serpente de bronze, quando o simples olhar para a serpente de bronze se tornava capaz de salvar aqueles que tinham sido mordidos pelas serpentes mortais, frutos da ingratidão do povo. A serpente de bronze foi a salvação do povo. Não era necessário fazer nada, somente olhar. A salvação não seria uma ação do povo, não é o povo que se salva, mas Deus torna a serpente de bronze erguida por Moisés, causa de salvação, a própria salvação. Assim é Nosso Senhor crucificado. Daqui há poucos dias ouviremos: Ecce Lignum Crucis in quo salus mundi pependit... No qual pendeu a Salvação do mundo. Cristo é a nossa salvação. Mas é necessário olhar para Ele. Olhar com olhar da fé, que consiste em trazê-lO para a nossa vida, e em colocar a nossa vida em Sua Vida, em Sua Cruz, em Sua Morte.

VERDADE

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Nessa segunda-feira da V Semana da Quaresma ouvimos o longo texto do Profeta Daniel que narra a trama que levantam contra Suzana. Ali o profeta Daniel é suscitado por Deus não tanto para defender a justa Suzana, mas para defender a verdade. Para nós, na Nova Lei, a verdade não é um sistema filosófico, é uma pessoa: Cristo. Cristo chamou-Se a Si mesmo de Verdade, por isso ir contra a verdade é ir contra Nosso Senhor. O mundo moderno é inimigo da verdade, porque elegeu verdades. Para o mundo moderno, não há uma verdade, não pode haver uma verdade,mas várias verdades adequadas ao ponto de vista de cada indivíduo, assim, ainda que sejam contrárias. De modo que, se Deus existe ou não, para muita gente é uma questão de ponto de vista. Essa "ditadura do relativismo" tem subjugado muitos cristãos que acabam cedendo à visão da maioria, com medo de ir contra-corrente. Queridos amigos, a mentira é sempre homicida. Peçamos ao Senhor a graça de termos em nosso coração sempre o am

NÃO PEQUES MAIS

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No Santo Evangelho desse V Domingo da Quaresma, ouvimos a leitura da mulher adúltera. Aquela cena, armadilha que os mestres da Lei e fariseus prepararam para Jesus, se desenrola no Templo, quando Nosso Senhor retorna do Monte das Oliveiras. Ali, o Senhor tem o seu ensinamento interrompido pela confusão que armaram, e no meio de tudo, a mulher jogada aos pés do Senhor. Diante de tudo isso, Jesus se põe a escrever no chão. Os mestres da Lei e fariseus continuam provocando Jesus, que recorda a todos a nossa condição de pecadores. Nosso Senhor não diminui o pecado da mulher adúltera, mas recorda aos judeus e a nós que somos pecadores, tanto quanto... Na intenção dos mestres da Lei e fariseus não estava o respeito à Lei, nem o desejo de conversão da mulher. Queriam apenas colocar Nosso Senhor numa situação delicada. Após a saída dos acusadores, Nosso Senhor se dirige a mulher, e mostra a ela que Ele não veio para condenar, mas para salvar. E aqui estão duas frases que não podem jama

ORAÇÃO

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Queridos amigos, no dia de hoje, 06 de abril, o autor desse blog não quer escrever. Vai só repetir o que a Liturgia da Palavra de hoje lhe deu na Primeira Leitura da Missa: Leitura do Livro do Profeta Jeremias 11,18-20 18 Senhor, avisaste-me e eu entendi; fizeste-me saber as intrigas deles. 19 Eu era como manso cordeiro levado ao sacrifício, e não sabia que tramavam contra mim:  'Vamos cortar a árvore em toda sua força, eliminá-lo do mundo dos vivos, para seu nome não ser mais lembrado.' 20 E tu, Senhor dos exércitos, que julgas com justiça e perscrutas os afetos do coração, concede que eu veja a vingança que tomarás contra eles, pois eu te confiei a minha causa.

SEGREDOS

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A primeira leitura da Missa dessa sexta-feira da IV Semana da Quaresma, tirada do Livro da Sabedoria narra com detalhes proféticos a Paixão de Nosso Senhor. Os maus tramam, querem levar o inocente à morte para ver se Deus o defende, se Deus o liberta. Querem condená-lo à morte para ver se Deus vem em seu socorro. E fizeram. E Deus veio em seu socorro, não nos horrores da morte, mas no esplendor da ressurreição. Para nós, não há problema que os maus cantem vitória. Geralmente cantam. Mas nós cremos que Deus prepara um hino maior e mais duradouro. Como aquele que o Cristo Ressuscitado entoou na manhã da ressurreição.

RECEBERÍEIS

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No Santo Evangelho dessa quinta-feira da IV Semana da Quaresma, Nosso Senhor fala com extrema clareza aos judeus que ele, vindo em nome do Pai, não era recebido. Mas se alguém viesse em próprio nome seria recebido por eles. Queridos amigos, continua assim. Nós tantas vezes desprezamos Nosso Senhor para acolher os que vêm em nome próprio. Parece que qualquer coisa é mais importante que Nosso Senhor. Quantas vezes a nossa oração vai se deixando pra depois e depois... até que chegamos ao fim do dia sem sequer termos elevado a Deus o nosso pensamento. Veio para os que eram seus... E nós não o recebemos, ou o recebemos por último, dando-lhe não as primícias, mas o resto.

MOISÉS

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Na liturgia da Palavra dessa quinta-feira da IV Semana da Quaresma, ouvimos a intercessão de Moisés sobre o povo de Israel. Povo de cerviz dura e infiel. Deus não encontra nada de bom no povo. E Moisés também não encontra. Por isso Moisés intercede não falando bem do povo, mas falando bem de Deus. Moisés intercede louvando. Lembrando a Palavra e a bondade de Deus. Queridos amigos, redescubramos esse intercessão em louvor, peçamos e peçamos louvando, porque em nós não há nada que mereça o olhar de Deus. Peçamos porque Deus é bom. É o bem, o sumo bem.

NÃO ESQUECEREI

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Na primeira leitura dessa quarta-feira da IV Semana da Quaresma ouvimos aquela belíssima página de Isaías em que, não satisfeito em se mostrar como Pai de Israel, o Senhor se apresenta como uma Mãe incapaz de esquecer-se dos filhos que traz em seu seio. Queridos amigos, certa vez alguém disse que uma criança muito pequena chora ao não ver sua mãe porque para a criança o que não vê, é como se não existisse. Assim também nós muitas vezes não percebemos a presença de Deus, desse Deus que nos ama como Pai e Mãe. E talvez choremos como se ele não existisse, porque não sentimos sua presença. Mas a presença não precisa ser sentida, a presença só precisa estar. E Deus está, porque não se esquece.

NINGUÉM

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No Santo Evangelho dessa terça-feira da quarta semana da Quaresma, ouvimos a leitura do paralítico na piscina de Betesda. 38 anos... 38 anos ali, se arrastando em direção à piscina e sempre chegando atrasado. Aqui a sua própria doença assumiu uma força menor. O seu problema real era não ter ninguém. Tanto que diante da pergunta de Jesus se ele queria ficar curado, antes de falar da piscina, o paralítico fala o seu real problema: "Não tenho ninguém". Se tivesse, talvez nem precisasse estar ali. Não tenho ninguém. A sua companhia eram os 38 anos em que ficou ali junto com os outros doentes mais sortudos que ele. Queridos amigos, há muitos que nos cercam e não notamos. Eles silenciosamente gritam para nós: "Jogue-me naquela piscina de misericórdia que brota do lado direito do Templo que é o próprio Jesus!". Eles gritam isso para nós através de sua tristeza, de seu mal-humor, de seus risos vazios... Que eles nunca possam dizer como aquele paralítico da piscina

SINAL

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No Santo Evangelho de hoje, ouvimos a cura do filho do oficial do Rei. São João chamará essa cura como o "segundo sinal" de Jesus. O primeiro, acontecido no mesmo lugar, onde se desenrola essa cena, fora a transformação da água em vinho. Quando olhamos as duas cenas, percebemos uma dinâmica semelhante. Em ambos Jesus aparenta uma "resistência". Nos dois Jesus não toma nenhuma atitude diferente, simplesmente ordena que se encha as talhas, ordena que o funcionário volte. Em ambos o milagre acontece. Em ambos nasce a fé. A fé dos discípulos nas bodas, a fé do funcionário e de sua família na cura do seu filho. Assim ao mesmo tempo que a fé se consolidou com o milagre, ela já precede o milagre como uma condição. De modo que para quem não tem fé nenhum milagre será suficiente, ao mesmo tempo que para quem a tem, o milagre só vem a consolidar. O milagre desconectado da fé, é apenas um espetáculo.