NOITE

"Era noite". Assim tacitamente afirma S. João quando Judas sai do Cenáculo para trair o Senhor.
Era noite. Não só a noite natural, mas sobretudo a noite como símbolo do reinado das trevas. Ali, na traição do Senhor, o mal irá crescendo, crescendo, até se tornar forte o suficiente para que o sol se esconda em pleno meio dia.
O poder do mal vai se encorpando, vai se manifestando, não só de forma sutil, como habitualmente, mas de forma escancarada.
O mal, como é covarde, vai se mostrando mais, conforme acha que vence. E naquela noite parecia vencer.
Mas o crescimento do mal, acabava por fazer crescer também a glória do Filho.
À medida em que se deixa conduzir pela crueldade dos homens, Cristo recebe ainda mais glória, de modo que o vértice negativo da cruz se torna a razão plena para que ao nome de Jesus todo joelho de dobra nos céus, na terra e nos infernos.
Regnavit a ligno Deus, Deus reinou a partir da Cruz, essa frase que a liturgia santa nos faz cantar na hora de vésperas se torne mais compreendida pelo nosso coração que ainda teima em fugir do sacrifício.

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