NUNCA

No Santo Evangelho da Missa de hoje Judas combina com os sumos sacerdotes o valor pelo qual entregaria Nosso Senhor: 30 moedas de prata. Na última ceia, Nosso Senhor anuncia a iminente traição de Judas e aplica a ele palavras saídas de sua boca uma única vez: "melhor que nunca tivesse nascido".
Tanto mais contemplamos o Senhor como cheio de misericórdia e amor, tanto mais suas palavras se tornam mais duras e dignas de nossa reflexão.
Aqui, caros amigos, as palavras de Jesus não são apenas as de um amigo prestes a ser traído por outro, mas de Deus diante da realidade terrível do pecado.
Todo pecado é uma traição.
Judas traiu por trinta moedas, a maioria das pessoas, e eu e você, traímos Nosso Senhor por muito menos.
O desejo de estar bem com todos, um prazer passageiro, uma curiosidade... o que valem? Mas traímos Jesus por essas coisas.
E cada vez que traímos Jesus, atraímos sobre nós essas duras palavras: "melhor que nunca tivesse nascido".
Se nós vivemos num mundo que nega o pecado, e consequentemente todo o horror que ele é, precisamos mais considerar essa frase do Senhor: cada pecado é tão terrível, que seria melhor não existir, a cometer um só pecado.
Tantos Santos, como S. Luiz Gonzaga perceberam isso, e forjaram para si lemas como: "Antes morrer do que pecar".
Queridos amigos, nessa última Missa antes do Tríduo Pascal, peçamos ao Senhor a graça de também odiarmos o pecado que ofende a Nosso Senhor que é tão bom e nos torna inimigos de Deus.
Quem sabe poderemos cantar algumas vezes, em nossos momentos vagos, aquele refrão tão tradicional e verdadeiro: "Perdoai, Senhor, por piedade. Perdoai a minha maldade, Senhor. Antes sofrer, antes morrer, que vos ofender!"

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