HÓSTIA

Renovamos hoje, através da Sagrada Liturgia a instituição da Santíssima Eucaristia e do Sacerdócio. Cristo Senhor, uniu de forma definitiva a Eucaristia e o Sacerdócio, a vítima e o sacrificador. Não só por insitituí-los ao mesmo tempo, mas unindo-os na sua Divina Pessoa, sendo Ele mesmo a vítima que é sacrificada e o sacerdote que sacrifica.
Assim quer o Verbo encarnado que essa união plena em sua Pessoa, se dê também, de certo modo, na pessoa dos seus ministros, os sacerdotes.
Também o sacerdote necessita ser vítima, ser hóstia.
Na essência da vocação sacerdotal está o chamado a ser hóstia, de modo que um sacerdote que não vive em primeira pessoa a realidade do sacrifício, se torna um sacerdote incompleto.
Já recordava essa perspectiva o Papa S. João Paulo II na última carta que, do Hospital Gemelli, remeteu a todos os padres do mundo. O Papa exortava que, ao dizer as palavras da consagração, o presbítero necessita também dizê-las em nome próprio, ofertando seu corpo e seu sangue a Deus pelos homens.
Queridos amigos, os sacerdotes não nascem em redomas protetoras, mas nesse mesmo mundo onde todos nascem. Por isso, a repulsa que o mundo cada vez mais tem pela cruz do Senhor e por tudo que a ela se refira, pode também estar presente, naqueles que se consagram ao Senhor.
O desejo de ser o primeiro, de fazer sucesso, de ser líder pode ofuscar nos padres a sua própria vocação a serem hóstias, ou seja, vítimas imoladas.
Essa imolação é sempre um mistério, e por vezes humanamente incompreensível. Mas é parte integrante da própria vida sacerdotal. Oremos, para que aqueles que imolam, se deixem também imolar.

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