IDE

No Santo Evangelho desse sábado da Oitava de Páscoa, ouvimos uma espécie de resumo que o Evangelho de S. Marcos traz das aparições de Jesus Ressuscitado.
Nele gostaria de me deter em dois elementos: a incredulidade dos apóstolos e o mandato do Senhor.
Chama a atenção que em poucos versículos, por duas vezes Marcos fale da incredulidade dos discípulos que não crêem na Madalena, nem tampouco nos discípulos que iam para o campo.
A fé no Ressuscitado brota de um encontro.
É o encontro, e somente o encontro, com o Cristo vivo que gera a fé.
Esse encontro ainda hoje é imprescindível. É verdade que não se dará do mesmo modo como com Madalena, os discípulos do campo ou os outros apóstolos, mas precisa se dar.
Se dá pela Palavra, quando a Palavra deixa de ser um livro, mas uma Pessoa que nos fala. Se dá na Eucaristia. Se dá no anúncio da doutrina.
Mas esse encontro traz consigo uma força centrífuga, que se cumpre no mandato missionário: "Ide".
É essa a grande intuição que os dois últimos Papas têm reafirmado constantemente. Na origem do cristianismo não está uma decisão ética, mas um encontro. Encontro capaz de dar um novo sentido a tudo e que é o grande dom que recebemos na vida. Sendo assim, desejamos fazer com que os outros tenham também esse encontro. É um imperativo missionário.
Caros amigos, se nos centramos demais no encontro, a ponto de esquecermos o "ide", é porque esse encontro ainda não aconteceu. Medimos a profundidade de nosso encontro com Cristo com a intensidade de nossa vida missionária.


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