CONTRA

Quando aprendemos sobre a Igreja, compreendemos que a mesma Igreja Católica vive três realidades: triunfante, padecente e militante.
A Igreja triunfante são os Santos e Santas que triunfam com Cristo na glória.
A Igreja padecente são os nossos irmãos que se purificam de suas faltas leves, imperfeições e penas temporais no purgatório.
A Igreja militante somos nós que lutamos nessa vida.
Lutamos nessa vida?
Pensando com muita sinceridade, vemos em nosso meio penetrar cada vez mais a tentação do irenismo.
Sabe o que é irenismo? É, quando se busca uma paz que é fruto da falsidade, quando se quer agradar a todos... menos a Deus.
Multiplicam-se as "declarações conjuntas", que certamente tem o seu valor. Mas que não podem substituir a clareza doutrinal que o povo necessita.
Penso que se fosse vivo hoje, Santo Agostinho seria reprovado por muitos de seus escritos... Penso que seria aconselhado a escrever uma declaração conjunta do tipo "cremos que existe o bem" ao invés de seu "Contra Fausto"...
O queridíssimo Santo Antônio, martelo dos hereges (como felizmente ainda está em sua ladainha) tornou-se o santinho do pão e do casamento...
Deixamos de lutar. E a luta dos santos se tornou para nós ou um mal necessário de seu tempo, ou mesmo algo que seria melhor ocultar de suas biografias.
Não.
A luta da Igreja e de seus filhos, é consequência da profunda e verdadeira caridade.
O herege, o imoral que desviam as almas dos outros e a suas próprias da salvação precisam ser combatidos por extrema caridade.
Já dizia S. Pio X que o pastor que não mata o lobo atraiçoa o rebanho.
Somos discípulos do Príncipe da Paz, é verdade, mas Ele mesmo alertou que vinha trazer a espada.
A Igreja não pode reduzir a sua missão à meia dúzia de condenações políticas ambiguas (porque até ali, o respeito humano lhe impedirá de usar de clareza), mas precisa recobrar aquela parresia, aquele destemor de um Pedro que recorda aos chefes do povo que Deus é mais do que eles...


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