POBRES

Nessa segunda-feira da Semana Santa ouvimos no Santo Evangelho da Unção em Betânia, onde S. João traça um paralelo entre a generosidade de Maria e a mesquinharia de Judas. Não existem só essas duas realidades, elas se confrontam.
A generosidade de Maria em derramar o perfume aos pés do Senhor, silenciosamente ataca a mesquinhez e a traição já consumadas no coração de Judas.
Judas se sente provocado pela generosidade e tem a necessidade de algum modo reprovar a generosidade de Maria e encontra um pretexto: os pobres.
Judas tenta fazer que se importa com os pobres, quando na verdade se esqueça que ele mesmo é bem mais miserável que o mais pobre dos pobres.
Judas é aquele que tem a maior riqueza do Pai ao seu lado, mas não consegue perceber o seu valor.
Pobre Judas, Miserável Judas. Indigente Judas...
Como se dizia numa antiga antífona: Judas mercator pessimus... Judas, péssimo comerciante...
Judas que se escandaliza com o perfume de 300 moedas de prata, não exita em vender Nosso Senhor pelo dízimo desse valor.
Mas Judas era um Apóstolo... Havia ali tantos judeus que poderiam ter se escandalizado com a generosidade de Maria, mas foi justamente Judas...
Nem mesmo o ser Apóstolo - na Igreja de ontem ou na de hoje - garante o coração generoso para com o Senhor. E a não generosidade necessariamente se transforma em mesquinhez e o próximo passo é a traição, ainda que se tenha comido do Pão do Senhor...
Queridos amigos, sigamos confiantes nessa semana maior e peçamos ao Senhor que dilate o nosso coração para que o amemos com um amor que não se contenta jamais.

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