MORTOS

Mortos.
Sim, hoje é domingo de Páscoa e o universo inteiro salvo pela Paixão de Cristo, concelebra a grande festa da Ressurreição do Senhor. Mas, para entrarmos realmente nessa solenidade universal há a necessidade de um ingresso, de um convite e ele é a morte.
Cristo ao ressuscitar, venceu a morte não tanto destruindo-a, mas dando a ela um novo significado. A morte, sinônimo de destruição, perda e castigo, agora se tornou caminho de consagração, garantia de posse e bem-aventurada companheira para a casa do Pai.
Por isso, o Apóstolo na leitura da missa de Páscoa nos recorda que a nossa participação na ressurreição de Cristo pode ser medida pelo nosso empenho em buscar as coisas do alto, e essa busca se dá quando o mundo, o mesmo mundo que é inimigo de Deus, não reconhecer mais em nós a sua vida, mas a morte de Jesus.
Vida escondida com Cristo em Deus, é o que S. Paulo define como a vida pascal de cada cristão.
Quando vivemos a vida do mundo, afastamo-nos da morte de Jesus e, por isso, negamos a sua ressurreição.
Pela ressurreição de Cristo, a morte não é mais o derradeiro momento de nossa existência, mas o primeiro momento de nossa conversão. A morte não é mais para nós a separação da alma e do corpo, mas é a escolha pela vida de Cristo.
Por isso, no dia da vida, a Igreja nos faz recordar que essa vida não é o oposto da morte, antes é sua consequência.
Assim a morte física, que um dia chegará, só virá trazer à plenitude aquela vida escondida que o mundo nunca soube reconhecer.

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