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Mostrando postagens de janeiro, 2019

LOUCO

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Um homem olha uma região pantanosa, olha bem para aquele cenário praticamente inóspito, e começa a dizer: "Aqui pode ser a Basílica, toda em mármore, com os materiais mais preciosos para Nosso Senhor. Mais ali, faremos o colégio para algumas centenas de alunos pobres que terão os melhores professores, além de uma educação profissional, e é claro, uma sólida formação religiosa. Eles ficarão boa parte do dia conosco, teremos então cozinhas e salões grandes e toda alimentação teremos que buscar" Esse homem tem praticamente apenas duas mudas de roupa, está endividado até a alma e não possui um centavo em seu bolso... Foi talvez por isso que dois colegas padres, certa vez quiseram colocar Dom Bosco à força num manicômio. Percebendo a intenção dos colegas, ao se aproximar da charrete que o levaria ao hospício, Dom Bosco empurrou os dois padres para dentro, fechou a porta e disse ao cocheiro: "Ande, meu senhor, leve esses dois pobres loucos ao manicômio que já os esperam!&q

O SEMEADOR

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No Santo Evangelho de hoje Nosso Senhor contou-nos a parábola do semeador. Dentre todos os tipos de terreno de que o Senhor nos fala, talvez sejam dois os mais comuns: a terra pedregosa e a terra com espinhos. Em ambos os casos, a semente frutifica. Quantas pessoas encontramos pela rua que um dia estiveram na Igreja. Foram catequizados, participaram de um movimento... a semente cresceu. Mas não cresceu muito. Ou o sol queimou ou o espinheiro cercou. O sol queima a alma vacilante e o espinheiro sufoca a alma avarenta. Aquele que não quer se comprometer e aquele que quer ter tudo, sem nada perder, não são capazes de se comprometerem e de perderem felizes para ter a Deus. Queridos amigos, provavelmente nós estamos num desses dois casos. Peçamos nessa quarta-feira a Nosso Senhor São José que quebre nossas pedras ou arranque nossos espinhos para que como seu castíssimo coração o nosso também seja terra boa.

IRMÃOS E MÃE

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No Santo Evangelho de hoje, Nosso Senhor nos apresenta uma nova constituição de sua família: fazer a vontade do Pai. Aquele que fizer a vontade do Pai será da família de Jesus. Todavia, gostaria de chamar a atenção para os dois graus de parentesco aos quais Jesus se refere: irmão e mãe. Somos chamados a ser irmãos de Jesus, convivendo com Ele, tendo-O como melhor amigo, confidente, enfim, irmão. Através da oração temos essa fraterna convivência com nosso irmão, Jesus. E ser mãe de Jesus? Também podemos! Nossa Senhora quer partilhar conosco a alegria de termos Jesus dentro de nós. Nossa Senhora é a única Mãe de Jesus na ordem da natureza, ou seja, foi n'Ela e só n'Ela que o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Mas, antes de gerá-lO na ordem da natureza, já o trazia em seu coração, já era sua Mãe na ordem da graça. Quando nos abrimos à ação do Espírito Santo, todos nós temos o Cristo formado e gerado em nós.

ESPÍRITO SANTO

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Quando tudo conduz para reconhecer que Nosso Senhor é o Filho do Eterno Pai, os judeus reconhecem que há algo de sobrenatural em Jesus, mas não querendo atribuir a Deus, atribuem ao demônio. É verdade que muitas vezes as obras de Deus não são compreendidas por nós, e muitas vezes podem nos confundir, uma vez que Deus sabe muito mais do que nós e, diante de sua sabedoria, o que pode nos parecer um bem, na verdade é um mal e vice versa... Quando não compreendermos algo, a melhor atitude é o silêncio. Um silêncio que desemboque numa oração confiante na qual poderemos dizer: Tu sabes mais. Tu és meu Pai, e sabes mais. Estou em tuas mãos.

TEÓFILO

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No Santo Evangelho desse III Domingo do Tempo Comum ouvimos esse "cabeçalho" do Evangelho de S. Lucas. Nele, S. Lucas endereça o seu Evangelho a um certo "Teófilo", de quem não temos mais nenhuma informação. Se, por um lado, não sabemos quem foi aquele Teófilo, somos chamados a ser Teófilos, ou seja, amigo de Deus. Nosso Senhor não quer estabelecer conosco outra relação que a amizade, Ele não quer e nem precisa de nada nosso: nossas orações, liturgias, sacrificios, só terão sentido para Deus se tiverem o perfume da amizade. O lugar de cultivo da amizade com Jesus é a oração. Tal como é impossível ser amigo de quem não se conhece, com quem não se fala, não se pode ser amigo de Jesus  sem a oração. Creio que três coisas são fundamentais em qualquer amizade: conhecimento, conversa, convivência. Se queremos ser amigos de Deus precisamos conhecê-lO, e conhecemos a Deus através da leitura das Santas Escrituras, de bons livros de doutrina e leituras espirituais e, e

VOCAÇÃO

Celebramos hoje a memória de Ss. Timóteo e Tito, e no Evangelho da missa de hoje, ouvimos que o Senhor escolhe discípulos para os enviar onde Ele mesmo devia ir. Não há definição melhor da missão do discípulo! Ir no lugar de Jesus. Quantos de nós gostaríamos de que o Senhor se fizesse presente justamente nos ambientes em que Ele nos pôs como seus embaixadores! Jesus está presente em nossa casa, em nosso trabalho quando somos verdadeiros discípulos seus, continuidade de sua presença. Falta Cristo, porque faltam verdadeiros cristãos.

Conversão

No dia 25 de janeiro celebramos a Festa da Conversão de S. Paulo. Popularmente se diz que o Apóstolo caiu do cavalo, embora nos textos bíblicos não se faça menção a esse animal... Quando pensamos em conversão, pensamos em mudança, e é isso mesmo. Mas S. Paulo usa uma expressão bela e forte para definir o que foi a sua conversão: ser alcançado por Cristo. Todo o seguinte da vida de Paulo, a mudança de nome e mesmo a graça do Apostolado foram consequências desse ser alcançado por Cristo. Queridos amigos, nós também precisamos nos deixar alcançar por Cristo. Não somos nós que o encontraremos, senão ele que deseja nos alcançar para que tudo então possa ser consequência desse ser alcançado.

Perda

Queridos amigos, celebramos hoje a festa de S. Francisco de Sales, o santo da mansidão . Todavia, por temperamento era colérico. Sua mansidão foi fruto de muita luta interior, de começar mil vezes e recomeçar outras mil... Conta -se que, certa feita, alguém o tratou muito mal, e seu secretário lhe disse: Senhor Bispo, porque não respondeu essa pessoa como ela merecia? Ao que o Santo respondeu: E perder em cinco segundos o que demorei 25 anos para conseguir???? Sim, queridos amigos, aquele desabafo, ou resposta dura, ainda que talvez merecida, não seriam jamais um ganho para o Santo Bispo Francisco de Sales. Seria uma perda, e uma perda de 25 anos de lutas e provações. Algumas vezes, o pecado pode nos parecer um ganho, mas sempre será uma perda, e uma perda dura. Recorrer ao pecado como solução e como querer apagar um incêndio com querosene! São Francisco de Sales dizia que precisamos ser como algumas aves marítimas que fazem o ninho de tal modo que só entra o que vem do céu. Me

OMISSÃO

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No Santo Evangelho da Missa de hoje, continua o conflito entre Jesus e os Mestres da Lei. No caso, hoje, a questão é posta por Jesus em dois caminhos: "faz-se o bem, ou faz-se o mal. Salva-se ou deixa-se perder". Prezados amigos, quando fazemos nosso exame de consciência geralmente nos ocupamos do que teremos feito, especialmente os pecados cometidos. Mas, há a necessidade de nos interrogarmos também se perdemos alguma oportunidade de fazer o bem. No Evangelho de hoje, Nosso Senhor deixa claro que deixar de fazer o bem, é fazer o mal. De forma mais clara ainda, no Capítulo XXV de S. Mateus, o Juiz condena ao inferno não quem fez o mal ao faminto, ao nu, ao enfermo... mas quem deixou de fazer o bem, quem não alimentou, vestiu, visitou... Quando despertamos a consciência de que o outro existe e é para nós um instrumento de crescer no amor a Deus, percebemos que não podemos perder nenhuma oportunidade de fazer o bem.

SENHOR

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No Evangelho da Missa de hoje Nosso Senhor se apresenta como "Senhor do sábado". Poucas coisas poderiam ser consideradas maior do que o sábado, dia consagrado ao Senhor. Mas Jesus se coloca acima desse dia, acima dessa consagração... Ele é Senhor, também do sábado. Cristo possui o pleno conhecimento de que é o Filho de Deus e Deus com o Pai e o Espírito Santo. A divindade de Cristo não foi uma invenção posterior, Ele mesmo se apresenta como Senhor. Alguns pensadores vêem a divindade de Cristo como uma consciência posterior da "comunidade". Isso é um equívoco, Cristo claramente se apresenta como Senhor, como Deus. E essa sua palavra nos coloca num beco sem saída: ou o proclamamos como Senhor e colocamos nossa vida aos seus pés, ou o consideramos como um pobre louco e o ignoramos por completo. Caros amigos, há uma tendência, uma tentação recente, de colocarmos Cristo como um pensador a mais, capaz de dizer coisas bonitas que fariam a humanidade ser mais feliz n

INÊS

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Celebramos hoje a memória de Santa Inês, uma adolescente, que é, ao mesmo tempo, uma das sete mulheres recordadas no Cânon da Missa. Essa menina de idade e mulher de fortaleza sofreu o martírio na época de Diocleciano, mesmo imperador sob o qual tombou S. Sebastião que celebramos ontem. Inês era tão menina, tão pequena, que, sendo presa, não era possível ser algemada, porque seus punhos eram bem menores que o espaço dos grilhões... tão pequena que o soldado na hora de matá-la não sabia onde exatamente enfiar a espada... Mas foi justamente essa pequenina que foi escolhida por Deus para confundir os grandes do mundo. S. Ambrósio comentando o martírio de Santa Inês que numa idade em que as mocinhas ficam assustadas com o olhar de reprovação dos pais, ela enfrentou o imperador; numa idade em que as mocinhas choram de dor ao espetar o dedo numa agulha ela desafiou a espada do soldado. A Igreja sempre honrou com especial veneração os mártires, por serem aqueles que, de certo modo, retri

CASAMENTO

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No Santo Evangelho da Missa desse II Domingo do Tempo Comum ouvimos a leitura das bodas de Caná. Houve um casamento... Não se mencionam os noivos, mas houve um casamento. Mais importante que aqueles noivos, era o casamento que o casamento deles simboliza. Esse é o casamento de Deus com seu povo, de Cristo com a sua Igreja. O Profeta Isaías apresenta Deus como um noivo que desposa o seu povo. Israel não será mais a esposa abandonada, deserta. Mas será a querida, a alegria de seu Deus. Desse modo, já começa a delinear-se o que será a relação de Deus com o povo da nova aliança. Um matrimônio, um casamento. Houve um casamento... Esse é o casamento de Jesus com sua Igreja. Se esse casamento é perfeito por causa do noivo, pode acontecer algum imprevisto da parte da noiva. Essa noiva, que é santa, é também marcada pelas debilidades de cada um de nós. Santo Agostinho aplica à Igreja a marcante expressão "casta meretriz". Assim é a Igreja, santa da parte de Deus e sempre

TRONO

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Nesse primeiro sábado do Tempo Ordinário ouvimos um trecho da Carta aos Hebreus onde o Apóstolo nos exorta a nos aproximarmos com confiança do trono da graça para conseguirmos um auxílio no momento oportuno. Esse trono, queridos amigos, é Nossa Senhora. Nas primeiras representações, Maria Santíssima sempre era apresentada como um trono de Jesus, o Menino ou sentado em seu colo, ou mesmo representado no interior do seu seio é sumo Rei que governa o céu e a terra pelos séculos. Aquele que os céus não podem conter, encontrou morada e fez seu trono na Virgem Santíssima. Aproximemo-nos de Maria Santíssima, busquemos seu auxílio e não sairemos desamparados.

CONTAR AOS FILHOS

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Nessa sexta-feira da I Semana do Tempo Comum, ouvimos o Salmo 77 que é um convite a não esquecer das maravilhas do Senhor. E para não esquecer, o melhor remédio é contar, e contar às novas gerações. O Apóstolo nos recorda que a fé vem pelo ouvido. Os pais precisam recordar a grandeza de sua vocação como primeiros educadores da fé de seus filhos. E assumir essa missão. Cabe aos pais ensinar as orações a seus filhos, contar-lhes sobre Nosso Senhor, Nossa Senhora. Falar-lhes sobre a Missa, ensinar a se comportar na Igreja. Tudo isso é primeiramente missão dos pais. Os pais de Santa Teresinha viveram de forma estupenda essa missão. E deu certo! S. Teresinha escreveu que "recebeu do bom Deus pais mais dignos do céu do que da terra". Luis e Zelia Martin foram pais absolutamente comuns, mas que não relegaram a religião ao último lugar de sua missão paterna. Ensinaram pela palavra e pelo exemplo. Zelia morreu quando Teresa era bem novinha, foi então seu pai o grande exemplo d

IAM A ELE

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No Evangelho de hoje, Nosso Senhor diante de sua crescente popularidade busca os lugares mais desertos, mas isso não adianta muito uma vez que as pessoas vão até ele. Celebramos hoje a memória do Abade S. Antão, pai dos monges, que perto do fim do tempo da perseguição do Império Romano, busca um novo ideal de seguimento de Cristo, além do martírio: a solidão no deserto. Ao ir para o deserto, Antão, não foi em busca de sossego, ao contrário, foi para lutar contra o demônio, o mundo e contra si mesmo. Antão é aquele que se deixa moldar pela Palavra de Deus. Após a morte de seus pais Antão houve o Evangelho no qual o Senhor convida os discípulos a deixar tudo, e assim o faz, deixando uma pequena reserva para a irmã. Volta outra vez e escuta o Evangelho onde o Senhor diz que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã, e entregando sua irmã para ser educada por virgens consagradas, se desfaz até da reserva que tinha e vai para o deserto viver da oração, silêncio e trabalho. A sua f

MISERICORDIOSO

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Ainda na Carta aos Hebreus, o Apóstolo S. Paulo, nos fala de que Jesus é para nós um sacerdote misericordioso, uma vez que Ele mesmo foi provado em tudo. Queridos amigos, Nosso Senhor assumiu tudo sobre si. Os Padres da Igreja recordavam que o que não fosse assumido, não poderia ser redimido", por isso Nosso Senhor acolhe tudo o que é próprio da natureza humana e extrapola em si os limites da dor e do sofrimento, para que nada que fosse nosso escapasse não apenas do seu conhecimento, mas fosse também tocado pela sua própria existência. A isso chamamos a "Santíssima Humanidade de Nosso Senhor", que precisa ser recordado constantemente em nossa oração. Não apenas a sua glória nos céus, mas também cada momento de sua vida. Desde as cenas mais ternas, como o seu brincar no colo de Nossa Senhora e de S. José, mas também seu cansaço e fome durante o ministério da pregação e como as suas lágrimas e dores no drama da Paixão. Ecce Homo! Eis o homem! Disse Pilatos, certament

IRMÃOS

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Nessa terça-feira da I Semana do Tempo Comum, ouvimos no trecho de Carta aos Hebreus que Nosso Senhor "não se envergonha de nos chamar de irmãos". Caros amigos, não faltariam a Jesus razões para ter vergonha de nós. Mas Ele nos ama, e maior que nossos pecados é o seu amor e o seu desejo de nos reconduzir a Si como ovelhas perdidas que todos somos.

PESCADOR

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Recomeçando o Tempo Comum, ouvimos a leitura do chamamento dos primeiros discípulos. Ao ver sua profissão, Nosso Senhor faz uma alusão à nova missão para que os chamava: Pescadores de homens. Caros amigos, muitas vezes cabe ao pescador atrair os peixes. Nós precisamos ter consciência de que precisamos atrair as pessoas para Nosso Senhor. Com nosso bom humor, com nossa boa educação, retidão moral, com elegância, com nossa capacidade profissional ou intelectual, podemos atrair muitas pessoas para que "caiam na rede de Nosso Senhor". Nós somos, na maior parte das vezes, a razão pela qual alguém se aproxima ou se afasta de Nosso Senhor.

BATISMO DO SENHOR

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Celebrando o Batismo de Nosso Senhor, vamos fixar nossa atenção em alguns pormenores dessa cena. A atitude de Jesus perturba o Batista: "Tu vens a mim?" Sim, João, sabe quem é Nosso Senhor e sabe que não há mínima razão para que o Santíssimo busque um batismo de conversão e penitência. As águas do Jordão não O santificariam. Ele sim, ao adentrar naquela água, consagrava as águas do mundo inteiro para que elas concebessem a força de santificar. Ele, como novo Josué, ingressa no Jordão para abrir ao povo da nova aliança a posse da nova Terra Prometida. Quando Josué adentrou com a arca no Rio Jordão, as águas se afastaram, mas quando ingressa Jesus, as águas não se retraem, para recordar que agora a água não simboliza mais a morte, a incerteza, mas sim a vida, e a vida eterna que para nós começa a partir de nosso Batismo. O céu se abre. O céu fechado, o paraíso proibido começa a abrir-se para todos aqueles que renascem da água e do Espírito. O Espírito como pomba. A pomb

VIDA ETERNA

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Quando pensamos na vida eterna, geralmente a pensamos como algo que virá para nós quando morrermos: com o fim dessa vida mortal, iniciaremos uma vida eterna. Todavia, ao lermos os escritos de S. João, percebemos uma perspectiva diferente: a vida eterna para João não é uma realidade pós-morte. O início da vida eterna coincide com o início do conhecimento de Cristo e de sua posse. Quando conhecemos a Cristo e o possuímos em nossa mente e coração, já começamos a viver a vida eterna. É claro que a morte, ao destruir o nosso corpo, permitirá que nossa alma possa conhecer plenamente aquilo que por limitações de nossa natureza decaída não poderíamos conhecer, mas há um conhecimento  que se pode ter agora, e uma posse que se pode gozar agora. Esse conhecimento, se adquire de um modo especial, pela leitura do Santo Evangelho. Quando amamos uma pessoa, gostamos de saber tudo sobre ela. Vejamos por exemplo, os adolescentes quando se encantam com um astro de TV..., muito mais nós devemos bus

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Na epístola da Missa dessa quinta-feira após a epifania, o Teólogo nos fala que a "vitória que vence o mundo é a nossa fé". A Igreja, como Mãe, sempre buscou apresentar de formas simples as mais profundas verdades, valeu-se, nessa empresa, muitas vezes de imagens, símbolos, ou mesmo personificações. Esse é o caso da fé. Muitas vezes vemos a fé representada como uma mulher, às vezes de olhos vendados, e tendo junto de si uma cruz e um cálice com a Hóstia por cima. A fé é vitória, não porque livra da cruz, mas porque a faz enxergar corretamente. Já se afirmou sobre o Cristo: Victor quia Victima. Vencedor porque se fez Vítima. Cristo não venceu apesar da Cruz. Venceu na Cruz. E se somos cristãos, ou só seremos cristãos, quando de fato compreendermos que esse também é nosso caminho, e nosso modo de vencer.

CONTRÁRIO

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No Santo Evangelho de hoje, S. Marcos nos conta que os discípulos estavam cansados porque o Senhor os tinha obrigado a entrar no barco, e em alto mar o vento era contrário. Bento XVI comentando esse texto do Evangelho, diz que a barca da Igreja é continuamente e em todos os tempos, agitada por ventos contrários. Esses ventos contrários não são de fora da barca, mas no seu interior. Vários Papas, especialmente S. Pio X, declararam que os maiores inimigos da Igreja não estão fora dela, mas no seu interior. A Igreja avança, apesar dos pesares, através dos seus santos. São os Santos que levam a Igreja adiante. Por isso, cabe-lhes enfrentar o ódio daqueles que são o"vento contrário". O caminho mais comum daqueles que querem destruir os Santos é a calúnia. Foi assim com Jesus, com S. Estêvão e com uma multidão de almas escolhidas. A calúnia é um meio excelente de destruição, porque dá ao caluniado dois caminhos: calar-se, e nesse caso não faltarão os que dirão que "que

QUANTOS?

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No Evangelho de hoje, a solicitude dos Apóstolos pelo povo que faminto acompanha o Senhor dura até que Jesus lhes diga que a solução está com eles. Dai-lhes vós mesmos de comer. Foi a resposta do Senhor. Essa resposta do Senhor, fez com que os Apóstolos chegassem até a perder um pouco da educação... "Queres que gastemos duzentos denários para etc...?" Foi a pergunta mal-criada... Diante disso, o Senhor certamente com sua tranquilidade e serenidade habituais fez uma pergunta que certamente não tinha passado pela cabeça dos Apóstolos: "Quantos pães tendes?" Diante dos desafios, a tentação será sempre o desespero às vezes, como no caso dos Apóstolos, acompanhado de revolta. Mas o Senhor, antes do milagre, nos chama a razão. "Quantos pães tendes?" Essa pergunta faz com que os Apóstolos compreendam que Deus vai agir, mas a partir do que eles podem oferecer. A resposta ainda trouxe uma novidade, também vai ter peixe! E a partir do dom de si dos Apóst

FILHO

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O Salmo II que ouvimos na Missa de hoje, nos fala de todas as nações e seus governos que se levantam contra Deus e contra o seu Cristo, diante de toda azáfama maligna, a resposta de Deus não é outra senão rir, e afirmar ao seu Rei escolhido: Tu és meu filho. É claro queridos amigos que esse Salmo se refere em primeiríssimo lugar a Nosso Senhor, mas também se refere a cada um de nós. No dia de nosso Santo Batismo o Senhor sorrindo nos disse: Tu és meu filho. Sim. Somos filhos de Deus. E o que isso significa? Ora, meu amigos, ser filho de Deus significa... bem... é.... Não sei. Sei que não sei. Sei que se soubesse o que é ser filho de Deus não me assustaria tanto com a reunião das nações e de seus príncipes, se soubesse o que é ser filho, confiaria mais, me abandonaria mais, me acalmaria mais. Hoje gostaria de sugerir que você também não sabe o que é ser filho de Deus. Talvez um dia, sei lá, num carro, num bonde ou numa Igreja "a ficha cairá" e o Pai nosso deixará d

SANTOS REIS

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Quando se vai à Catedral de Colônia, na Alemanha, se pode ver uma urna dourada na qual repousam as relíquias dos Santos Reis que a tradição nos ensina que se chamavam: Gaspar, Melchior e Balthazar. Eles simbolizam todas as nações que foram dadas por herança, como diz o Salmo II, ao Ungido do Senhor. Neles, todos os povos se prostraram diante do Rei nascido em Belém. Ao mesmo tempo, eles são, no dizer de Fulton Sheen, aqueles que sabiam que não sabiam tudo. De fato, só dois tipos de pessoas foram capazes de ir ao encontro do Menino: os pastores que nada sabiam, e os Reis que sabiam que não sabiam tudo... Sua atitude se antepõe a atitude dos sábios do palácio que sabem, mas não vão. Ou de Herodes que pretende ir depois para destruir. Eles vão. Mas não vão somente, vão com uma razão: adorar. Venimus adorare eum - Viemos adorá-lO! Essa é a postura, única, diante de Deus: Adorar. A adoração é o reconhecimento de que Ele é mais. Por isso o gesto tradicional de nos diminuirmos, ficando

OBRAS

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Na Epístola da Missa desse sábado antes da Epifania, o Teólogo nos traz de forma extremamente simples que o amor não é um sentimento, mas precisa ser uma decisão manifestada em ações. Todos conhecemos bem o provérbio do qual de boas intenções o inferno está cheio, por isso é necessário que esteja bem forte em nossa mente a necessidade de fazer o bem ao próximo, e ao próximo mais próximo... Não faltam aqueles que achem que são capazes de atravessar o Atlântico para fazer o bem numa tribo desconhecida, mas não conseguem agora ajudar a lavar a louça da casa. Obras é que são amores. Nem a Deus, nem ao próximo amamos num mundo das idéias, mas na concretude da perseverança na oração, da atenção dada a alguém que nos procura, da esmola dada a um necessitado. Obras!

HORA

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A Bíblia foi escrita ao longo de séculos e a ordem dos livros não corresponde à ordem em que foram escritos. Por exemplo, o último livro da Bíblia não foi o último a ser escrito. S. João, autor do Apocalipse, o escreveu antes de escrever o Evangelho. Sabemos, pela tradição, que S. João foi o último dos Apóstolos a morrer, e que morreu centenário, sendo assim, o seu Evangelho foi escrito cerca de 70 ou 80 anos após o acontecimento dos fatos nele narrados. Toda essa introdução veio para compreendermos melhor um detalhe do Evangelho de hoje: "Era por volta da hora décima". S. João, décadas depois se lembrava da hora do seu primeiro encontro com Jesus. Eram vivos em sua mente o olhar, o jeito, as palavras de Jesus: "Que procurais?", ditas certamente com uma ternura tão grande que despertou nos neo-discípulos a confiança de perguntar: "Onde moras?", uma confiança transformada em convivência: "e passaram o dia com Ele"... Era por volta da hora

CORDEIRO

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No Santo Evangelho de hoje, S. João Batista ao ver Nosso Senhor diz aquelas palavras inúmeras vezes repetidas sobre a face da terra cada vez que se celebra a Santa Missa: Ecce Agnus Dei , Eis o Cordeiro de Deus. S. João Evangelista é um dos discípulos de S. João Batista e, ao ouvir essa palavra, compreende que é a Jesus que ele deveria seguir. Cordeiro... Todavia, o Batista não apresentou Jesus como o novo Mestre, ou como o maior dos Profetas. Ele disse: Cordeiro. Essa palavra não remete ao ensino, mas à morte. Jesus-Cordeiro, significa que existe em Cristo uma dimensão fundamental que é a chave de compreensão de tudo, e para a qual tudo se remete: Ele é o Cordeiro. Mais do que o Mestre loquaz das multidões, Jesus é a ovelha muda levada ao matadouro. O sucesso de Jesus, especialmente no início de sua pregação, não é tão fundamental quanto o seu silêncio na cruz. Era ali a razão de sua vida e a causa de sua encarnação. Era o fracasso da cruz a sua vitória e o cumprimento perf

CONTEMPLARAM

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"Os confins do universo contemplaram a salvação de nosso Deus", rezávamos no Salmo da Missa de hoje, talvez sem nos darmos conta da grandeza dessas palavras. Contemplaram... Não se pode contemplar o invisível... a salvação de Deus não é uma realidade apenas espiritual, ou um sentimento benfazejo... A salvação de Deus é Deus feito homem: Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a salvação. Um prefácio do tempo de Natal nos dirá de uma forma tão bela que "reconhecendo a Jesus como Deus visível a nossos olhos, aprendemos a amar nele a divindade que não vemos". Quando se questionou a licitude de se ter imagens em nossa Igreja, uma das razões favoráveis, foi que Jesus mesmo é uma imagem, a imagem visível da salvação de Deus. Assim, Jesus é tudo: Ele é a nossa paz, a nossa salvação, o céu, a vida. Nele o Pai nos mostra tudo, nos dá tudo.

MÃE

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Nesse primeiro dia do ano, a Igreja nos põe no colo da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. Tal como Jesus, no oitavo dia de seu nascimento, dia de sua circuncisão, estava no nos braços de Maria ao ser ritualmente introduzido no povo judeu, nós somos colocados no colo de Maria ao sermos introduzidos nesse novo ano. A circuncisão do Senhor é como que um início oficial da nossa redenção, por ser o primeiro derramamento de seu Preciosíssimo Sangue. Aquela pequena cirurgia ainda que simples, não deixaria de causar no Menino alguma dor, certamente a criança apertaria com sua forcinha as mãos da Mãe que embora sofra também, encoraja. De modo semelhante, a Santíssima Virgem nos encoraja a entrarmos nesse ano, ainda que como todo o desconhecido cause um misto de esperança e insegurança, segurando firme as mãos d'Ela que nos unem às de Jesus. Por fim, no Santo Evangelho, ouvimos ser imposto sobre o Senhor o nome de Jesus. E S. Lucas nos fala que é o nome que Ele recebeu mesmo antes

GRAÇA SOBRE GRAÇA

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No último do ano, ouvimos o Prólogo de S. João. Nesse texto de altíssima teologia o Apóstolo Amado nos fala que "de sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça". Ao terminarmos um ano, somos convidados a agradecer, mas talvez essa gratidão não seja tão forte em alguns de nós, por, sinceramente, não encontrarmos muito o que agradecer. As vezes, temos mais o que esperar do ano que vem do agradecer pelo que termina. Graça sobre graça. Por isso, precisamos recordar que o Senhor fez um estoque de graça para cada um de nós: a fé, os sacramentos, de modo excelentíssimo a Sua Presença na Eucaristia, a Virgem Maria, a vida, a criação... É verdade que em alguns momentos todas essas graças podem nos parecer demasiado pouco, ou mesmo insuficiente. Não há problema... O Senhor é um Pai que não se aborrece com os filhos pidões. Só tomemos cuidado para não sermos pirracentos.

OBEDIENTE

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Os Evangelhos nunca intentaram ser uma biografia de Nosso Senhor. Por isso, há grandes "omissões" quanto à detalhes da vida de Nosso Senhor. Algo, interessante, por exemplo é que nenhum dos evangelistas nos dizem quando exatamente Jesus nasceu... Algo que suscita também algumas discussões é o período decorrido entre os seus doze anos e o início do seu ministério. Que fez Nosso Senhor nesse tempo? Quanto à isso encontramos uma resposta. Alias uma frase: "era-lhes obediente". Não há nenhum registro desse tempo, porque não havia nada que merecesse especial atenção. Um filho obediente, um humilde carpinteiro e uma simples dona de casa moradores de um local pobre e afastado... Era-lhes obediente... Quando lemos as estórias dos deuses pagãos chama-nos atenção que eles sempre aparecessem em situações de "grande poder" fazendo que "lhes desse na telha"... e realmente parece ser esse o "deus ideal", o deus que habita no mundo das ideias