CORDEIRO

No Santo Evangelho de hoje, S. João Batista ao ver Nosso Senhor diz aquelas palavras inúmeras vezes repetidas sobre a face da terra cada vez que se celebra a Santa Missa: Ecce Agnus Dei, Eis o Cordeiro de Deus.
S. João Evangelista é um dos discípulos de S. João Batista e, ao ouvir essa palavra, compreende que é a Jesus que ele deveria seguir.
Cordeiro...
Todavia, o Batista não apresentou Jesus como o novo Mestre, ou como o maior dos Profetas. Ele disse: Cordeiro.
Essa palavra não remete ao ensino, mas à morte.
Jesus-Cordeiro, significa que existe em Cristo uma dimensão fundamental que é a chave de compreensão de tudo, e para a qual tudo se remete: Ele é o Cordeiro.
Mais do que o Mestre loquaz das multidões, Jesus é a ovelha muda levada ao matadouro.
O sucesso de Jesus, especialmente no início de sua pregação, não é tão fundamental quanto o seu silêncio na cruz.
Era ali a razão de sua vida e a causa de sua encarnação.
Era o fracasso da cruz a sua vitória e o cumprimento perfeito de sua missão.
Cordeiro.
Essa palavra permeará velada ou não todo o escrito e a própria espiritualidade de S. João. Do Evangelho ao Apocalipse, a imagem do cordeiro é uma margem de sua escrita e sua assinatura.
Cordeiro.
Qualquer modo de entender a vida de Nosso Senhor que não leve em conta privilegiada o seu ser "Cordeiro" poderá ser equívoca ou mesmo mentirosa.
Quando comungamos, pouco antes, ouvimos essas mesmas palavras, que nossos corações estejam dispostos a comungarmos aquele que é antes de tudo, Cordeiro imolado, e com Ele nos imolarmos dia a dia até o céu.

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