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Mostrando postagens de julho, 2024

O ISLAM É UMA RELIGIÃO DE PAZ?

  Meus prezados amigos, Entre os cristãos, ou mesmo numa sociedade em que ainda sobrevivem ruínas do cristianismo, há um ethos, uma condição comum de que existem erros, que esses erros são sempre erros, e que se eu cometo um erro, naturalmente eu me envergonho e tento não tornar público esse meu erro. Pensemos muito claramente: um assassinato. Se uma pessoa criada no contexto acima comete um assassinato, ela sabe que (salvo em caso de legítima defesa) ela cometeu um erro gravíssimo, um pecado, um crime; não importa quem foi morto, não importa a sua religião, o seu sexo, não importa a arma usada... matar é sempre errado, sempre pecado, sempre crime. Diante disso, nos países de cultura cristã, se ocorre um assassinato, de modo geral, não se sabe quem matou. O que matou se esconde, dissimula, foge, oculta. Porém, quando vemos o noticiário do mundo, não raro ouvimos notícias assim: “Hoje em Bagdá houve um atentado terrorista e o grupo tal assumiu a autoria, os homens bomba, segundo

MARIA ANTONIETA E MARIELLE

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  Meus prezados amigos, Deus não é contra a predileção, Deus não é igualitário. A predileção de Deus não tira nada dos “não-prediletos”, mas acresce generosamente aos prediletos. Na Sagrada Escritura abundam exemplos de predileção, sejam predileções diretas de Deus, sejam predileções dos homens que Deus não apenas não condena, mas até, de certa forma, confirma. Como a predileção de Deus pelo sacrifício de Abel, a predileção de Jacó por José, a predileção de Cristo por João. Se há verdadeira caridade, a predileção de Deus causa alegria nos “não-prediletos” que se alegram em ver o amor de Deus derramado com ainda mais intensidade sobre outro, sem que isto lhe tire nada. Nesse sentido, a Santa Igreja sempre considerou a França como uma filha predileta, por ser a mais velha. E reconheceu mesmo nos desígnios de Deus uma inclinação amorosa para a França e para tudo o que se refere a ela. Muitos defensores da França foram ao mesmo tempo Santos, como Santa Genoveva, Santa Clotilde, San

BLASFÊMIA

  Meus prezados amigos, A abertura dos jogos olímpicos ontem em Paris foi, a meu ver, o maior culto satânico sobre a face da terra. Não só pela quantidade de pessoas envolvidas, pessoas presentes, e pessoas que acompanharam pelos meios de comunicação, mas também pela gravidade dos atos. Em primeiro lugar a blasfêmia da desordem. Deus criou a ordem do universo, e o homem foi posto como guardião dessa ordem. As grandes cerimônias públicas, mesmo as de ordem puramente civis, sempre zelaram pela ordem. Desfiles organizados por ordens determinadas de dignidade, de posições, as bandeiras como símbolos de respeito, o modo dos que desfilam também com garbo e ordem. Ao seguirem em barcos de restaurante, muitas delegações estavam “animadas” o que atualmente é sinônimo de histéricas. Uma parte da cerimônia aqui, outra acolá, focos aleatórios de luzes, as apresentações segmentadas, tudo em absoluta desordem. A aversão a ordem é, no fundo, uma aversão a Deus. A desordem, a espontaneidade

MEDIANEIRA

  Creio firmemente que Nossa Senhora é medianeira de todas as graças, e com isso tenho, por exemplo, a companhia de S. Bernardo e inúmeros outros santos. É preciso distinguir entre medianeira de todas as graças e medianeira das graças. A mediação das graças, é algo relativamente comum e que a Igreja nunca contradisse. Mas a mediação universal ou a mediação de todas as graças, é um ponto teológico em aberto, de modo que nem quem crê nem quem não crê poderia ser considerado herege.   A mediação das graças consiste em crer que desde a Redenção todas as graças nos vêm por Maria, a mediação universal consiste em crer que, mesmo antes da Redenção, todas, absolutamente todas, as graças nos chegaram, chegam e chegarão por ela.   Por Ela não significa dizer que Ela precisasse existir desde toda eternidade, o que seria um grave erro; mas que, desde toda eternidade, Deus só concedeu em graça tendo em conta a Encarnação do Seu Filho, e, portanto, tendo em conta Maria Santíssima.   Is

SÃO VICENTE DE PAULO

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 Meus caros amigos, Celebramos hoje a festa de S. Vicente de Paulo, por quem tenho particular devoção, e que é um dos santos em quem o zelo por todas as ações da Santa Igreja ardeu num grau máximo, tornando-o um exemplo para os fiéis nas mais diversas circunstâncias. Quando se pensa em S. Vicente, naturalmente vem à nossa memória o seu cuidado pelos pobres, reconhecido até pelos governantes que o nomearam "ministro da caridade". Mas, sem negar que essa seja uma das grandes marcas vicentinas, não se poderia esquecer o seu ardor missionário, o seu zelo pelo Culto Divino, a sua preocupação com a formação dos padres e tudo o mais que coube no coração desse homem a quem S. Francisco de Sales considerou o maior Santo de seu tempo. Sempre pobre e endividado, passava pelas suas mãos mais dinheiro do que nas do próprio Rei da França. O qual era remitido em primeiríssimo lugar em benefício dos pobres, para os asilos, as "sopas", os abrigos, o auxílio dos recém-nascidos rejeit

18/19 de julho de 1830: PRIMEIRA APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA À SANTA CATARINA LABOURÉ

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M eus caros amigos,  Nessa véspera da festa de S. Vicente de Paulo, recordamos a primeira aparição da Santíssimo Virgem à Santa Catarina Labouré, que desembocará na entrega da medalha da Imaculada Conceição, mais conhecida como Medalha Milagrosa. A primeira aparição foi um diálogo materno entre Nossa Senhora e Santa Catarina de algumas horas na Capela da Casa Mãe das Filhas da Caridade, situada no número 140 da Rue du Bac em Paris. Nesse tempo, a Santíssima Virgem quis encher a sua mensageira com particularmente três ideias: fortaleza, esperança e confiança. Hoje gostaria de me deter apenas no que diz respeito à fortaleza. Nossa Senhora afirma o grande carinho que tem pelas congregações fundadas por S. Vicente, e justamente por isso repreende a PERDA DE TEMPO gerada particularmente por LEITURAS E VISITAS que levava à frouxidão dos religiosos. Vejam, meus amigos, que nem ler, nem receber visitas é pecado, mas se tornam pecado, ou pelo menos imperfeições, quando nos tiram dos nossos prin

O REI EUCARÍSTICO

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  Meus caros amigos, Talvez poucos se recordem, e muitos outros talvez nem saibam que há cinquenta anos a cidade do Rio de Janeiro era o cenário escolhido pela Providência para o 36o. Congresso Eucarístico Internacional. Nele, como já se tinha referido em outras ocasiões, o Papa Pio XII referia-se a Cristo como “Rei Eucarístico”. Desde o início, por Suas Próprias palavras, Cristo não apenas aceitou as aclamações reais que se Lhe dirigiram (especialmente quando a Sua Santíssima Paixão já estava para dissipar uma falsa compreensão de Seu Reinado), como afirmou claramente a sua realeza diante de Pilatos: “Tu o dizes: Eu sou Rei!”. Os primeiros cristãos, mesmo no tempo das perseguições nunca deixaram de reconhecer publicamente não apenas a Divindade de Cristo, mas que a implicação mais imediata do fato de que Cristo seja Deus é que a Ele pertencem todos os homens, ainda mais, todo o mundo, todo universo. E que de tudo e todos Ele é Rei. Mas o seu Reinado embora naturalmente transcenda o Te

O SANTO ESCAPULÁRIO

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  Meus prezados amigos, Recordamos no dia de hoje a aparição da Santíssima Virgem à Simão Stocker, entregando a ele o Santo Escapulário como um sinal de proteção para os carmelitas e todos os que pela vestição do mesmo escapulário se associariam de algum modo à esta família religiosa. Nossa Senhora entrega o escapulário como um sinal de predileção à Ordem Carmelita e com uma promessa, única em toda a história: quem morrer com ele não padecerá o fogo do inferno. É uma promessa que somente a Santíssima Virgem poderia fazer, Ela é a única criatura que poderia prometer algo de tão excelso: a certeza da salvação. Assim, desde o dia seguinte à essa aparição, o próprio S. Simão Stocker pode ver como pecadores até então às portas do inferno se converteram com o simples toque do escapulário em seus corpos, recebendo - porque certamente alguma brecha havia em suas almas - a graça de morrer com o conforto dos sacramentos ou ao menos com uma contrição perfeita. Isso é importante, meus amigos, não

VELAS

  Eu pago a ENEL (concessionária de luz daqui do Rio). Mesmo que fique apertado, pago e pago no prazo estabelecido. Mas, o fato de que eu pessoalmente esteja em dia com a ENEL e não tenha nada de errado na fiação elétrica de minha casa, não impede que, vez por outra, falte energia elétrica, ou como dizemos popularmente “falte luz”. Diante dessa crise elétrica, o normal é que eu acenda uma vela aqui e outra acolá, o suficiente para não tropeçar em nada. Seria uma excentricidade se eu acendesse um número de velas para manter exatamente a mesma luminosidade que eu teria se tivesse energia elétrica. Desse modo, creio que compreendemos que numa crise de eletricidade, ou de água ou qualquer outra coisa, nos mantemos com o estrito necessário. Ao reconhecer uma crise na Santa Igreja os fiéis devem buscar o estrito necessário que a Providência não deixará faltar. A oração, os sacramentos, o catecismo como sempre foram feitos são como que as velas espalhadas pela casa. A aprovação de eventuais f

SEDEVACANTISMO PRÁTICO?

Meus prezados amigos, antes de tudo, devo afirmar que não falo pela Fraternidade S. Pio X e nem sou padre da Fraternidade, o que faço é unicamente em defesa da verdade e da honestidade intelectual. Muitas vezes, e recentemente um bispo fez essa afirmação, acusa-se a Fraternidade S. Pio X de “sede-vacantismo prático”. Devo confessar que tudo nessa expressão me causa repulsa. Quando me vejo na obrigação de falar em “sede-vacantismo”, sinto o mesmo movimento interior que quando tenho que falar em pessoa “trans”, “cis”, etc. Porque a própria expressão é repulsiva por trazer para uma espécie de “posição teológica” algo que seria simplesmente a referência a um lapso temporal entre o reinado de dois papas. Mas, não quero discutir sobre o tal do “sede-vacantismo”, quero me centrar numa acusação de “sede-vacantismo prático” da Fraternidade S. Pio X. Vou tentar responder de forma bem simples a questão fazendo umas perguntas para os clérigos que acusam a Fraternidade. 1.        Os senhore

DEUS VOS VISITARÁ

 Meus caros amigos, há grandes duas festas de N. P. S. Bento no Calendário Litúrgico. Por sua própria natureza, a mais importante é aquela ocorrida no dia 21 de março que recorda seu bem-aventurado trânsito desse mundo para a glória celeste. A segunda festa é a da transladação de suas santíssimas relíquias de Monte Cassino, o mosteiro que ele mesmo fundara, para um mosteiro na França, onde hoje se chama Saint-Benoit-sur-Loire. A Igreja sempre reconheceu, e cristalizou isso na Sequência Laeta Dies, como em S. Bento se revivem os antigos patriarcas, dentre eles José. A sequência refere-se à candura dos costumes de José do Egito que revive em Bento. E a festa de hoje, com uma bela comparação feita por Frei Domingos da Transfiguração, volta ao mesmo patriarca. Pouco antes de morrer, José via o seu povo no Egito, gozando ainda de estima e de bem-estar, mas sabia que ali não era o lugar de seu povo, então o patriarca profetiza que Deus visitaria o seu povo, e o retiraria dali, e pede que, qu

O CASO DE MONS. VIGANÓ

 Chegou ao conhecimento do mundo todo que por um processo extra-judicial o Arcebispo Viganó foi excomungado. Basicamente as acusações contra o Arcebispo foram de negar o pontificado de Francisco, opôr-se ao seu magistério e não aceitar o Concílio Vaticano II. Gostaria de aqui apresentar uma reflexão que possa contribuir à discussão de pessoas mais aptas para esse tipo de controvérsia. Indo na ordem que apresentei, acusa-se o Arcebispo de negar o papado de Francisco. Se isso é verdadeiro, o Arcebispo naturalmente caiu em cisma e, sim, estaria excomungado. Não sou perito no caso Viganó e devo confessar que não tive muito ânimo para ler todas as suas declarações, mas nas que li, ou nas partes que li, sendo bem honesto, não identifiquei uma afirmação clara que negasse o papado de Francisco. Poderíamos considerar palavras duras e talvez inoportunas e ambiguas como “indignamente sentado no Trono de S. Pedro”, que poderia significar uma indignidade fruto de pecados etc ou a indignidade de ser

QUAL BEM A IGREJA DEVE FAZER?

  Imaginemos um padre que ao chegar em sua paróquia constata um número sem fim de infiltrações e outros problemas de ordem estrutural. Ele chamará um pedreiro, para fins profissionais a religião do pedreiro não importa, mas se esse pedreiro – pensemos que seja protestante – se, ao final de  um mês  ou dos meses trabalhando numa paróquia católica, convivendo com o padre e com os demais fiéis não cogita sequer a possibilidade de deixar o protestantismo e tornar-se católico, ele fez um bem à Igreja, ao consertar o edifício paroquial, mas a Igreja (o pároco e os fiéis) não fez um bem a ele, deixando-o no erro. Se um padre resolve oferecer aulas de reforço gratuitas para os paroquianos mais pobres, e dentre os professores há também um espírita. E no final de um ano de curso esse professor continua muito confortável em sua religião, e talvez até mais seguro em permanecer nela, ele fez um bem à Igreja, mas a Igreja não lhe fez um bem. Aliás o único bem. A Igreja existe para salvar as al

VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

  Meus caros amigos, Celebramos hoje a Festa da Visitação da Santíssima Virgem Maria. A ideia do Calendário Romano era como concluir a oitava do Nascimento de S. João Batista com a Festa da Visitação, para recordar a presença de Maria Santíssima junto ao Precursor do Senhor. Por meio de Maria, por sua Mediação, S. João é santificado no ventre materno o que é manifestado na sua exaltação no seio de sua mãe quando esta escuta a voz da saudação de Maria. Uma Mãe saúda a outra, um Filho santifica o outro. Sabemos que a ideia do serviço (e talvez para nós, brasileiros, isso seja ainda mais acentuado) é uma ideia de diminuição. Tanto que costumamos nos referir aos que trabalham nas coisas mais simples como “pessoas humildes”. A humildade, porém, não é uma condição imposta, mas uma virtude a se adquirir. É semelhante à pobreza. Quando falamos em pobreza precisamos distinguir a situação financeira difícil e o coração absolutamente desapegado dos bens materiais, o que nem sempre coincid

JULHO E O SANGUE DE CRISTO

  Meus prezados amigos, Começamos hoje o mês dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Relativamente novo é esse costume. O Papa Pio IX fez um voto de estender à toda Igreja a Festa do Preciosíssimo Sangue de Cristo, posteriormente a instituiu para o Primeiro Domingo de Julho. S. Pio X a fixa no primeiro dia do mês e João XXIII estende a devoção para todo o mês e aprova a Ladainha do Precioso Sangue, assim vivemos nós.   Pouco tempo depois, porém, a Festa foi suprimida, ou unida ao Corpo de Cristo que passou a ser chamada como Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. O mês não se mencionou mais, e a comemoração específica do Precioso Sangue se reduziu à uma missa votiva.   Porém, embora o culto de adoração ao Preciosíssimo Sangue se dê de modo excelente no Santo Sacrifício da Missa, particularmente na elevação do cálice. A compreensão sobre o Sangue de Cristo ultrapassa a perspectiva da “verdadeira bebida” que Ele é para os cristãos, mas também é o preço d