VELAS

 Eu pago a ENEL (concessionária de luz daqui do Rio). Mesmo que fique apertado, pago e pago no prazo estabelecido. Mas, o fato de que eu pessoalmente esteja em dia com a ENEL e não tenha nada de errado na fiação elétrica de minha casa, não impede que, vez por outra, falte energia elétrica, ou como dizemos popularmente “falte luz”.

Diante dessa crise elétrica, o normal é que eu acenda uma vela aqui e outra acolá, o suficiente para não tropeçar em nada. Seria uma excentricidade se eu acendesse um número de velas para manter exatamente a mesma luminosidade que eu teria se tivesse energia elétrica.

Desse modo, creio que compreendemos que numa crise de eletricidade, ou de água ou qualquer outra coisa, nos mantemos com o estrito necessário.

Ao reconhecer uma crise na Santa Igreja os fiéis devem buscar o estrito necessário que a Providência não deixará faltar.

A oração, os sacramentos, o catecismo como sempre foram feitos são como que as velas espalhadas pela casa.

A aprovação de eventuais fenômenos misticos, a proclamação da santidade exemplar de um fiel, serão coisas importantes, mas são coisas que exigem a não-crise, ou, se preferirem, a normalidade.

Busquemos receber “toda a luz” possível, mas ao mesmo tempo, cresçamos na esperança de que um dia alguém vai ligar de novo o transformador.

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