O SANTO ESCAPULÁRIO

 



Meus prezados amigos,

Recordamos no dia de hoje a aparição da Santíssima Virgem à Simão Stocker, entregando a ele o Santo Escapulário como um sinal de proteção para os carmelitas e todos os que pela vestição do mesmo escapulário se associariam de algum modo à esta família religiosa.

Nossa Senhora entrega o escapulário como um sinal de predileção à Ordem Carmelita e com uma promessa, única em toda a história: quem morrer com ele não padecerá o fogo do inferno.

É uma promessa que somente a Santíssima Virgem poderia fazer, Ela é a única criatura que poderia prometer algo de tão excelso: a certeza da salvação.

Assim, desde o dia seguinte à essa aparição, o próprio S. Simão Stocker pode ver como pecadores até então às portas do inferno se converteram com o simples toque do escapulário em seus corpos, recebendo - porque certamente alguma brecha havia em suas almas - a graça de morrer com o conforto dos sacramentos ou ao menos com uma contrição perfeita.

Isso é importante, meus amigos, não se brinca com Deus ou com a sua misericórdia. Nesse sentido dizia S. Afonso que mais pessoas se condenam “por causa” da misericórdia de Deus do que pela sua justiça. Aquele que pensa de forma errônea na misericórdia de Deus e brinca com a sua salvação se perderá, porém o que considera a severa justiça de Deus se emenda e se converte; e nisso é auxiliado pelo Santo Escapulário e pelas graças que este concede.

Ah, meus irmãos… como sacerdote a quantos moribundos, mesmo sem conhecer, impus o Santo Escapulário na certeza de que garantia assim a sua salvação! Tenho eu a obrigação de usar "todas as armas" para salvar, porque o diabo ali usava "todas as armas" para condenar!

Mas também não foram poucas as vezes que após a morte de pecadores inveterados vi que seus familiares, sem saber explicar como, ao prepararem o corpo após o término da agonia final, viam que estava longe o escapulário.

Já afirmou um pregador: “se pensas que podes pecar livremente com teu escapulário, digo-te da parte de Deus e de Maria, morrerás com teus pecados, mas sem teu escapulário, nem que seja preciso que venha um anjo arrancá-lo de teu peito imundo!”

Mas que belo é pensar nessa promessa de Maria. Usando-o com devoção, não padecerei o inferno. É um sinal de predestinação, de salvação.

Portanto, todo aquele que recebeu de um sacerdote, com o rito próprio o Santo Escapulário, já vive com a esperança do céu.

E para isso, a única condição é receber o escapulário bento por um sacerdote.

Mas Nossa Senhora vai além.

Duzentos anos depois, a Santíssima Virgem confia ao Papa João XXII o chamado ‘privilégio sabatino”, isto é: quem, tendo recebido a benção e imposição do escapulário, rezar algum dos Ofícios aprovados pela Igreja (se for analfabeto observar certos dias de jejum e abstinência) e guardar a castidade própria de seu estado, se morrer com o escapulário, no sábado seguinte após sua morte, será visitado por Nossa Senhora no purgatório e irá com Ela para o céu!

Então é importante que tenhamos atenção uma coisa é o simples uso do escapulário, o privilégio sabatino requer mais.

Com o passar dos séculos vários outros escapulários surgiram na Igreja e, depois de muita insistência aprouve a Igreja reunir as graças de todos os escapulários numa medalha de metal que tivesse numa face Nosso Senhor e na outra Nossa Senhora, o decreto porém assinado pelo Papa S. Pio X concede todas as graças e indulgências, até mesmo o privilégio sabatino, mas a grande promessa de salvação ficou única e para sempre ligada ao Escapulário de pano, tal como os carmelitas sempre guardaram.

A razão é óbvia: o Santo Padre, como Vigário de Cristo, pode legislar em questões de bênçãos, privilégios, indulgências… mas não pode prometer a alguém a salvação, tal como somente Nossa Senhora o fez em relação ao escapulário “de pano”.

Por isso, S. Pio X e seus sucessores, ainda que permitindo a substituição do escapulário “de pano” pelo “de metal”, enriqueceram com ainda mais bençãos e indulgências o “de pano” para que os fiéis pudessem gozar da grande promessa que Nossa Senhora fez sobre ele.

Assim, o escapulário como Nossa Senhora deseja que se use é formado por dois pedaços de lã unidos por um cordão ou uma fita que pende dos ombros e toca o peito e as costas. É salutar que num pedaço de lã esteja uma imagem da Santíssima Virgem e na outra Nosso Senhor.

Sequer deveriam ser vendidos escapulários que não fossem assim! Plástico, papel, outros tecidos… nada! 

Apenas como a tradição carmelita sempre guardou.

Quanto à medalha de metal, é evidente que não é errado usar, porém se buscasse ao menos durante a noite, nas doenças e perigos trazer sobre o peito o escapulário verdadeiro do Carmo.

Meus caros amigos, vamos hoje agradecer muito à Santíssima Virgem. Talvez hoje possa ser um ótimo dia para pedirmos a benção e imposição do escapulário ou simplesmente voltarmos a usar (quem já recebeu o escapulário de pano, se o deixou, basta retomar o uso, sem ser preciso sequer benzer, basta a benção do primeiro), ou trocarmos um que esteja já velhinho… Enfim, de vários modos hoje busquemos honrar a Nossa Senhora, Flor do Carmelo, vinha florida, esplendor do céu, Única a ser Virgem e Mãe. E lembremos que no céu os anjos cantam diante de Deus: Santo, Santo, Santo! E diante de Maria: Virgem! Virgem! Virgem!


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