O REI EUCARÍSTICO

 

Meus caros amigos,

Talvez poucos se recordem, e muitos outros talvez nem saibam que há cinquenta anos a cidade do Rio de Janeiro era o cenário escolhido pela Providência para o 36o. Congresso Eucarístico Internacional.

Nele, como já se tinha referido em outras ocasiões, o Papa Pio XII referia-se a Cristo como “Rei Eucarístico”.

Desde o início, por Suas Próprias palavras, Cristo não apenas aceitou as aclamações reais que se Lhe dirigiram (especialmente quando a Sua Santíssima Paixão já estava para dissipar uma falsa compreensão de Seu Reinado), como afirmou claramente a sua realeza diante de Pilatos: “Tu o dizes: Eu sou Rei!”.

Os primeiros cristãos, mesmo no tempo das perseguições nunca deixaram de reconhecer publicamente não apenas a Divindade de Cristo, mas que a implicação mais imediata do fato de que Cristo seja Deus é que a Ele pertencem todos os homens, ainda mais, todo o mundo, todo universo. E que de tudo e todos Ele é Rei.

Mas o seu Reinado embora naturalmente transcenda o Tempo, se dá no Tempo, neste Tempo em nosso Tempo.

Estando Cristo verdadeiramente presente no Santíssimo Sacramento, nada mais lógico que considerar que o Seu Reinado neste mundo encontra seu trono nos sacrários do mundo inteiro e que quando de suas solenes exposições era o Rei do mundo oculto sob o véu do Sacramento que ali mostrava seu Rosto Eucarístico para oficialmente conceder audiência aos seus súditos e receber deles todas as homenagens que lhes são devidas.

Desse modo, ao contrário do que muitos parecem considerar, o Reinado de Cristo não é uma realidade escatológica ou espiritual, mas imediata e real por meio de Sua Presença no Santíssimo Sacramento.

Desse modo, Pio XII desenvolvia de modo claríssimo a doutrina do Reinado de Cristo já exposta por tantos soberanos Pontífices, particularmente Pio XI, não apenas afirmando que Cristo deve reinar na sociedade, mas apontando desde onde estão seus tronos de majestade aos quais os fiéis como filhos e súditos devem acorrer: os tabernáculos do mundo inteiro.

É assim que compreendemos que um dos primeiros passos para que se concretize o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo é o culto de adoração a Ele devido no Sacramento do Altar e o cuidado para com seus ornamentos.

O grito de Viva Cristo Rei não evoca uma personalidade do passado ou um reinado passado ou futuro, mas um reinado já imediato e tão mais digno quanto o nosso amor for capaz de manifestar-se nas coisas mais simples do Santo Altar.