MARIA ANTONIETA E MARIELLE

 


Meus prezados amigos,

Deus não é contra a predileção, Deus não é igualitário. A predileção de Deus não tira nada dos “não-prediletos”, mas acresce generosamente aos prediletos. Na Sagrada Escritura abundam exemplos de predileção, sejam predileções diretas de Deus, sejam predileções dos homens que Deus não apenas não condena, mas até, de certa forma, confirma. Como a predileção de Deus pelo sacrifício de Abel, a predileção de Jacó por José, a predileção de Cristo por João.

Se há verdadeira caridade, a predileção de Deus causa alegria nos “não-prediletos” que se alegram em ver o amor de Deus derramado com ainda mais intensidade sobre outro, sem que isto lhe tire nada.

Nesse sentido, a Santa Igreja sempre considerou a França como uma filha predileta, por ser a mais velha. E reconheceu mesmo nos desígnios de Deus uma inclinação amorosa para a França e para tudo o que se refere a ela.

Muitos defensores da França foram ao mesmo tempo Santos, como Santa Genoveva, Santa Clotilde, Santa Joana d’Arc e muitas vezes as vitórias francesas foram no sentido mais correto da palavra, verdadeiros milagres, intervenções diretas de Deus na história humana.

Cristo não exitará em chamar ao Rei da França de “meu amigo”, e S. Miguel se apresentará como Anjo protetor da França.

Por isso, compreendemos que da mesma forma que não cessam sobre a França os carinhos de Deus, também não cessariam os ataques do demônio. Mas a França resistiu.

No pior momento de sua história, quando os ataques do demônio se tornaram mais intensos, Cristo em sua misericórdia, como remédio contra as ofensivas das hordas infernais, pediu a Consagração da França ao Seu Sagrado Coração, não foi ouvido. O Rei, seu amigo, não cumpriu o único pedido que lhe tinha sido feito, e quando finalmente se fez, já era tarde: já estávamos na Revolução Francesa.

Por todos os modos a Revolução tentou apagar tudo o que de católico havia na memória francesa: A Sainte Chapelle feita por S. Luís IX tornou-se um almoxarifado, a Notre Dame foi consagrada à Deusa Razão, relíquias e igrejas foram profanadas e queimadas.

E também buscou-se apagar com sangue tudo o que se relacionasse aquele binômio autenticamente católico: altar e trono.

O rei e a rainha, os nobres, os bispos, padres e até mesmo octogenárias freiras foram decapitados na guilhotina. Tentou-se borrar com sangue a alma católica francesa, para que os que não fossem mortos, tivessem medo da morte.

E tudo isso em nome da igualdade, da fraternidade e da liberdade.

Em nome desses ideiais para usarmos uma linguagem moderna (e equivocada), tivemos uma das maiores ondas de feminicídio da história. Mulheres foram mortas sem nenhum crime, sem nenhuma razão. Foram mortas por serem nobres, ou freiras, ou simplesmente católicas.

Que crime cometeu Madame Elizabeth, irmã de Luís XVI? O crime de ser irmã de Luís XVI.

Qual o crime das Carmelitas de Compiégne ou das Filhas da Caridade de Angers?

E as condições das prisões? As torturas? O terror psicológico feito pelos que iam cortar os cabelos das mulheres, para não serem empecilho para a guilhotina, que ficavam passando a lâmina das tesouras no pescoço delas dizendo para irem se acostumando ao frio do metal.

Imaginemos que numa cerimônia brasileira aparecesse um personagem coberto de tiros, mas fazendo piada e cantando representando a vereadora Marielle Franco? Se isso seria considerado terrível, brincar com a morte de uma mulher, porque a de Maria Antonieta pode ser piada?

Suspendendo completamente o juízo sobre ambas, pensando apenas no fato de que foram mulheres assassinadas, num tempo em que se exalta tanto os direitos femininos, porque uma é causa de piada e a outra de busca de justiça?

É nisso que a mentalidade revolucionária, tão bem retratada no livro “A Revolução dos Bichos” se mostra em toda a sua loucura: “Todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros!”.

Porque os que defendem os direitos das mulheres toleram os “feminicídios” revolucionários, mas não toleram os outros? Porque esse pensamento seletivo? Era Maria Antonieta menos mulher que Marielle? Ou todas as mulheres são iguais – “mexeu com uma, mexeu com todas” – mas Marielle é mais igual do que as outras?

Acusa-se a Igreja de oprimir as mulheres. Mas a Revolução que matou milhares delas é um símbolo de progresso. Por burrice ou má intenção os meios de comunicação falavam da grandiosa tomada da Bastilha – a prisão para onde o Rei mandava seus inimigos – onde havia o incalculável número de três prisioneiros: dois dementes e um jogador compulsivo que a família tinha pedido para ficar um tempo preso...

É isso, meus amigos, que a blasfema abertura das olimpíadas quis exaltar, quis apresentar como a França. Mas isso não é a França. Isso são os escombros de uma França que se negou a si mesma, que desprezou suas origens, que perseguiu e persegue a Cristo em sua Única e Santa Igreja e, atualmente, com a cooperação até mesmo de membros da hierarquia.

O episcopado francês atualmente não é conhecido por seu amor às origens católicas da França, até ele, manifestou sua indignação com o que foi feito.

Não importa que a organização da abertura tenha sido uma pequena equipe (inclusive composta por brasileiros) e com o apoio de poucos membros do governo francês. Foi um ato oficial da França, da França que apunhala a sua Mãe, a Igreja, mais uma vez.

Conspiram contra Deus e seu Ungido. E Deus ri. Ri deles. Deus sempre rirá por último, porque um dia olharão para quem transpassaram e nesse dia, não haverá mais a quem recorrer. O tempo da misericórdia terá passado.

Comentários