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Mostrando postagens de novembro, 2018

ANDRÉ

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Celebramos hoje a Festa de S. André, irmão de São Pedro. Irmão não apenas pela família carnal, mas irmão também de cruz. Os dois nasceram para o céu através da Cruz, São Pedro crucificado de cabeça para baixo e Santo André numa cruz em x. Esses irmãos de cruz nos trazem também um outro ensinamento. André foi um discípulo de João Batista. Junto com São João Evangelista foi o primeiro a seguir Jesus, por indicação de São João Batista que lhes apontou Jesus como "Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo". Após o encontro com Jesus, André cheio de entusiasmo conta a seu irmão: "Encontramos o Messias!" O encontro com Cristo causou em André uma alegria tão grande que só o seu peito não podia conter, ele precisou do peito de Pedro para dividir a alegria do encontro com Jesus. Isso é ser missionário. O missionário é quem busca corações para o Coração de Jesus. Queridos amigos, como é belo pensar que o primeiro Papa não foi o primeiro discípulo, mas o primeiro

ENTRAR AGRADECENDO

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O Salmo 99 que ouvimos na Missa de hoje nos recorda: "entrai por suas portas dando graças". É importante essa atitude que o salmista diz que deve acompanhar o ingresso na casa de Deus, ou seja, a ação de graças, o agradecimento. Creio que a maioria de nós entramos pedindo, não tanto agradecendo. O agradecer é fundamental porque traz o reconhecimento de que não é devido. Deus não deve nada a nós e reconhecer isso nos leva a um coração agradecido. Chegamos à conclusão de que tudo é graça. E se é graça, devemos agradecer. A Mãe Igreja hoje nos aperta o braço e nos fala: "Como é que se diz?" Então não devemos pedir, certo? Errado! Mas todos sabemos que há uma grande diferença quando se pede agradecendo, do que quando se pede exigindo ou reclamando... Sugiro a você isso hoje, ao entrar na casa de Deus que é a Igreja ou o seu coração, comece dizendo: Obrigado!

POR QUANTO TEMPO?

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Algo realmente provocador no seguimento de Jesus é o não ter tempo. É razoavelmente fácil viver algo que tem um prazo para terminar: um tratamento de uma doença, um ciclo de exercícios, um curso maçante... Mas Jesus nunca nos propõe um prazo. No caso de hoje ele diz: permanecer firme. E isso custa. E muito. Porque não se trata de meses, ou mesmo de anos. Trata-se de sempre. E sempre assusta. Porque foge do controle, do cálculo, da logística. Sempre. O fim do sempre pode ser o próximo segundo. Ou o próximo decênio... Aproximando-se do final de mais um ano litúrgico agradecemos o sempre vivido até aqui (ainda que aos trancos e barrancos) e peçamos que o Senhor nos faça ser fiéis ao sempre que virá.

ELE VEM

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Os sinais dos quais o Senhor fala que recordarão a sua vinda, em certo sentido sempre acompanharam a humanidade: sinais no céu e na terra, eclipses e guerras, sempre marcaram a história do mundo. O que o Senhor deseja não é brincar de loteria conosco, mas tornar-nos sempre atentos, vigilantes para a sua chegada de agora. Sim, a chegado do Senhor é agora. Agora ele bate à tua porta. Por favor, abre.

SEGUIR O CORDEIRO

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No livro do apocalipse ouvimos falar daqueles que são resgatados da terra como primícias a Deus e que seguem o Cordeiro onde quer que Ele vá. O que significaria seguir o Cordeiro? O próprio texto nos responde através de duas palavras: verdade e integridade. Uma vez que Jesus é a Verdade, a mentira é exatamente o anti-cristo, a oposição a Cristo. Por isso a primeira marca do seguidor do Cordeiro  é andar na verdade. E essa verdade leva à integridade, ou seja a inteireza de caráter. O mentiroso, hora é uma coisa, hora outra. O íntegro não admite rachaduras no seu ser.

REI

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Após a multiplicação dos pães a multidão deseja aclamar Jesus como Rei e Ele se esconde. Mas aquele título então negado, agora é acolhido solenemente pelo Senhor diante de Pilatos. "Tu o dizes: eu sou Rei". O único modo de se compreender a realeza de Jesus não é através do aparente sucesso da multiplicação dos pães, mas tendo por guia aquele sangue que começou a se derramar no jardim das oliveiras e se derramaria até extinguir-se no jardim do Calvário. A púrpura de seu manto é o sangue que lhe recobre as costas e rega o chão por onde passa. Eu sou Rei. Essa frase nesse momento é o mais insano dos delírios ou a consagração da mais suprema verdade. Eu sou Rei. Podeis beber do cálice para reinardes comigo?

ODIADOS POR TODOS

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O melhor modo de conhecer alguém é através de seus inimigos. Ao vermos quem odeia uma pessoa, podemos perceber os seus valores, as suas posturas. Nosso Senhor nos alerta de que seremos odiados por todos. É sem dúvida uma palavra forte. Esse ódio da parte de todos se deve ao fato simples de não sermos como todos. A carta a Diogneto recorda que os cristãos estão para o mundo como a alma para o corpo. E que da mesma forma que o corpo se volta contra a alma sem que ela lhe tenha provocado, o mundo odeia os cristãos sem saber exatamente o porquê... Ser odiado por um mundo podre, ser excluído de uma comunidade falsa, ser posto de lado por pessoas sem escrúpulos é a grande honra que podemos receber.

CASA DE ORAÇÃO

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Nos Santos Evangelhos encontramos uma diferença importante: em Mateus, Marcos e Lucas a purificação do Templo (a expulsão dos vendilhões) se encontra no final da vida pública do Senhor, mas no Evangelho de João é uma das suas primeiras ações. João assim faz, porque a razão da vinda de Jesus é estabelecer um novo culto, um novo Sacrifício através de Seu próprio Sangue. A ira santa que toma conta de Jesus, brota por ver os direitos de Deus usurpados, quando a sua casa se torna "covil de ladrões". Se o antigo templo se tornou covil, em que se transformam nossos templos hoje? Alcovas de fofoqueiros, salões de festa, palanques de políticos, poleiros de poderosos? Em que hoje foi transformada a Casa de Deus? Perdão, Senhor!

RECONHECER O TEMPO

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No Evangelho da Missa de hoje, Nosso Senhor chora sobre a cidade santa porque ela não reconheceu o tempo em que foi visitada. Queridos amigos, nós, como nova Jerusalém, somos continuamente visitados pelo Senhor. Mas Ele vem a nós, como entrou em Jerusalém naquele domingo antes da Páscoa: montado num jumentinho, ou seja, humilde, manso, discreto. A Imitação de Cristo, nos recorda que o Senhor nos visita especialmente através dos sofrimentos. Por isso essas lágrimas do Senhor se derramam também sobre nós, quando não sabemos reconhecer a sua presença especialmente nas horas de contradição.

ARCA DA ALIANÇA

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Na primeira leitura da festa da Apresentação de Nossa Senhora ouvimos o profeta Zacarias falar da habitação de Deus em meio aos homens. Sendo Deus espírito, essa habitação precisou ser marcada por sinais sensíveis, visíveis, palpáveis. Altares, estelas ou mesmo o Templo, eram símbolos da presença de Deus entre o seu povo. Na nova aliança, um novo templo. Na religião do Deus feito homem, essa marca da presença não podia ser outra senão a Mãe. A Mãe, é a certeza da presença do Filho. Maria é a Arca da Aliança, infinitamente mais santa que a primeira. Se os que se aproximavam da antiga Arca eram fulminados pela santidade daquela, esta nova Arca é capaz de gerar para a Vida. Diante de tanta grandeza, como lembrou Zacarias, silêncio!

ÂNIMO!

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Somos todos peregrinos. E o ano litúrgico é uma imagem de toda a vida cristã, à medida em que se aproxima do fim, a Igreja sabe que a proximidade do fim é acompanhada por um cansaço. Só experimenta o cansaço quem se cansou, quem se esforçou. Por isso a Igreja nessas últimas semanas nos recorda no Introito da Missa que os pensamentos de Deus são de paz e não de aflição. Nós não sabemos como será o caminho, mas sabemos com toda a paz qual é o fim do caminho: Deus.

CAMINHOS

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O Salmo I que ouvimos na missa de hoje nos apresenta os dois caminhos que se põem diante de cada pessoa: o caminho dos malvados e o caminho dos eleitos. Esses dois caminhos retratam as escolhas que precisamos tomar para crescermos na amizade com Deus. A idéia dos dois caminhos nos recorda que não existe um terceiro, ou seja, no dizer de S. Inácio, ou estamos sob a bandeira de Deus ou sob a do diabo. Esse radicalismo provoca em muitos uma repulsa, porque perseverar sempre no bem é mais difícil que deixar de cometer o mal. Peçamos ao Senhor que não nos deixe cair na tibieza própria das almas que até querem ser de Deus, mas não muito...

SACRIFÍCIO

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Uma das vantagens de ser carioca, ou de pelo menos conhecer um pouco o Rio de Janeiro, é ouvir várias vezes, desde pequeno a expressão "Cristo Redentor". De fato, essa expressão é um compêndio de todo o mistério de Cristo. Cristo é essencialmente nosso Redentor, ou seja, é o fato de ser Redentor que nos leva a reconhecer a sua divindade, porque se não fosse Deus não poderia oferecer ao Eterno Pai um sacrifício de valor infinito que nos redimiria; é porque é Redentor que é verdadeiro homem, novo Adão capaz de resgatar o gênero humano da desgraça para o qual o primeiro nos colocou. E essa Redenção foi feita, comprada, adquirida através de seu único e eterno sacrifício que se renova sobre nossos altares. Compreender o Cristo como mestre é importante, mas a razão de sua vida e o que acompanhou em cada instante de sua vida terrena não foi a cátedra magistral, mas o altar da cruz. Mestres, muitos se consideraram ao longo da história da humanidade, mas Redentor só Ele se fez as

MEDIDAS

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No Santo Evangelho do Sábado da XXXII Semana do Tempo Ordinário, Nosso Senhor nos trouxe o segredo da misericórdia de Deus sobre nós: a nossa misericórdia sobre os outros. Ó Deus... Não poderia ser outra coisa mais fácil: domar um leão, escalar o Pão de Açúcar pelas costas...? A medida nossa sobre os outros será a medida de Deus sobre nós. Ou seja, a nossa devoção não será tanto a fonte da misericórdia de Deus sobre nós, mas através da oração precisamos implorar a Deus que tenhamos misericórdia sobre os outros, para que Ele a tenha sobre nós. S. Francisco de uma forma muito simples dizia que os frades deviam ser mães uns dos outros. Ser mãe... Penso que isso significa uma profunda verdade e misericórdia andando juntas. A boa mãe não esconde as faltas dos filhos, ao contrário, ela será a primeira a corrigir, mas ao corrigir já perdoou. E, se precisamos ser mães uns dos outros, peçamos o olhar de Nossa Senhora. S. João Paulo II dizia que rezar o Rosário é olhar Jesus com o olhar

CREDO

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Na Santa Missa da sexta-feira da XXXII Semana do Tempo Ordinário, nesse ano, ouvimos a Espistola Segunda de S. João. Nela, o Teólogo nos traz uma sentença que o mundo moderno não pode suportar:  "Todo o que não permanece na doutrina de Cristo,  mas passa além,  não possui a Deus.  Aquele que permanece na doutrina  é o que possui o Pai e o Filho" Permanecer na doutrina. O verbo permanecer tem uma importância grande nos escritos joaninos, lembremos por exemplo de quantas vezes Jesus usa esse verbo, por exemplo, no discurso do Pão da Vida e na Última Ceia. João aqui nos fala de permanecer na doutrina, como condição da posse de Deus. Aquela belíssima expressão dos Cânticos: "Eu sou do meu amado e o meu amado é meu" se cumpre naquele que permanecer na doutrina de Cristo. O mundo no qual se instaurou a "ditadura do relativismo", onde todos são livres para pensar o que quiserem, desde que não queiram pensar com o pensamento de Jesus, não suporta a dout

CRUZ E GLÓRIA

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No Evangelho da Missa de hoje, Nosso Senhor fala do seu "dia", dia em que se manifestará a todos como um relâmpago ilumina o céu na noite. Todavia, toda essa glória será precedida pela sua Paixão. O demônio, o mundo e a nossa carne nos prometem alegrias que terminam em tristezas. Nosso Senhor nos promete cruz, mas essa cruz é fonte de ressurreição. A ressurreição não vem apesar da cruz, vem por causa da cruz. Nesse sentido, as cruzes da nossa vida, são ensaio de ressurreição. Precisamos crer nisso. O Arcebispo Sheen, escreveu certa vez que um comunista ateu está mais próximo de Deus do que um fiel devoto que só quer proteção. Deus quer que o amemos, mesmo quando não nos protege. Como seres humanos normais, só conseguiremos amar a Deus se acreditarmos que a cruz precede a vida feliz em abundância. Nunca conseguiremos amar quem nos fere, ou simplesmente permite nossa ferida, se não reconhecermos que essa ferida terá o poder de curar. Não amamos um mutilador, mas ama

ETIAM IGNOTIS

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No Evangelho de hoje 10 leprosos pedem a compaixão do Senhor. Eles estão à certa distância do Senhor. À distância, Nosso Senhor lhes ordena: Ide mostrar-vos aos sacerdotes. Essa frase de Jesus já era a certeza da cura, porque havia uma prescrição mosaica de que quando um leproso ficasse curado, deveria ir mostrar-se aos sacerdotes que comprovariam a cura e permitiriam que retornasse ao convívio social. No caminho, a cura pedida e anunciada acontece. Nove continuam o seu caminho e vão aos sacerdotes, mas um volta para agradecer. Ele vai além. Os outros que continuaram não estavam errados, mas esse fez melhor: voltou para agradecer. Precisamos, também nós, ir além. Não ficarmos na mediocridade, no mínimo de práticas de piedade, mas ir além, na nossa gratidão ao Senhor. E talvez nos fizesse bem acrescentar na nossa gratidão o "etiam ignotis" ou seja "também os desconhecidos", ou seja: tantas graças que recebemos de Deus e desconhecemos. Nós vos agradecemos, S

A LAMA

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A lama: para quê serve a lama? Para um adulto, geralmente serve para escorregar ou atolar, para uma criança serve para brincar, sujar e se sujar. É algo inútil, quase detestável... Mas, na mão de Nosso Senhor, a lama serve para curar um cego. Assim sou eu, e talvez você. Sem Jesus não servimos para nada, somos servos inúteis e menos que inúteis. Sem Jesus só servimos para atolar e sujar. Mas nas mãos d'Ele... como Nossa Senhora poderemos dizer que Ele fez em nós maravilhas.

AUMENTA A NOSSA FÉ

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Muitas vezes Nosso Senhor no Santo Evangelho diz aos seus discípulos coisas que lhe exige uma fé grande. Fala-lhes da cruz, da ressurreição, da vida eterna, do juízo final, da Santíssima Eucaristia... Mas a única vez que os discípulos pedem ao Senhor que lhes aumente a fé é justamente quando Ele fala do perdão. Jesus fala de um jeito que parece até divertido: "se sete vezes ele vier a ti dizendo: Estou arrependido..." Mas os Apóstolos compreendem a grandeza e a densidade desse ensinamento que vai além de um preceito moral, é uma questão de fé: "Aumenta-nos a fé!" Penso que três verdades de fé podem nos inclinar mais ao perdão:  1. A filiação divina: somos todos filhos do mesmo Pai. Como dói no coração dos pais as ofensas trocadas entre irmãos e o clima pesado que reina na família em que falta a reconciliação. Se as nossas famílias - tão imperfeitas - sofrem tanto com a falta de perdão, quanto mais não sofre o coração de nosso perfeitíssimo Pai do Céu. 2

NÃO ACABOU

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Na Primeira leitura da Missa de hoje, vimos aquela cena do Profeta Elias com a viúva de Sarepta. O profeta se apresenta como um pedinte aquela pobre mulher cuja perspectiva mais positiva era comer o último pão com seu filho e esperar a morte. A visita do profeta muda o suficiente: ela não receberá nenhum tesouro, não comerá nada de suntuoso, continuará comendo o seu pão de azeite, mas não precisará mais esperar a morte, porque nem o azeite secará, nem a farinha acabará. Assim percebemos a ação de Deus de fazer o suficiente. Deus nos dá exatamente o que necessitamos, o que temos a mais, não vêm de Deus. O azeite não transbordou, apenas não secou; a farinha não superabundou, apenas não acabou. Tal como o maná, o suficiente para cada dia. Talvez seja por isso que não reconhecemos os muitíssimos benefícios que recebemos de Deus: queremos reconhecê-lo na abundância, quando o seu costume é nos dar o suficiente.

S. LEÃO MAGNO

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Fonte:  http://coisasdesantos.blogspot.com/2014/11/papa-leao-magno-e-atila-o-huno.html Átila, Rei dos Hunos, era um chefe bárbaro temido. Cruel e implacável com seus adversários. Ele mesmo se auto intitulava o "Flagelo de Deus". Destruiu, e saqueou praticamente toda a Europa. Sua sanha destruidora voltou-se para o norte da Itália, destruía tudo que podia a ferro e fogo. Quem conseguia, fugia de suas incursões destruidoras. Muitos se refugiaram nas pequenas ilhas existentes nas lagunas do Mar Adriático, onde deram origem à cidade de Veneza. Átila atacou e saqueou Milão. O imperador Valentiniano III, não se julgou protegido em Ravena e fugiu para Roma. Mas, a meta de Átila era dominar Roma, capital do Império, sede do Papado, centro da Igreja Católica. E não demorou muito para o bárbaro chegar às portas da Cidade Eterna. Invasão, morticínio, destruição e saques era o que se esperava da ação iminente do "Flagelo de Deus". Sem condições de se livrar

PERFUME SUAVE, SACRIFÍCIO ACEITO

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O Apóstolo S. Paulo no trecho da Carta aos Filipenses que ouvimos na Missa de hoje nos fala de uma oferta que os Filipenses fizeram para suprir as suas necessidades no apostolado. O modo como se refere ao dinheiro é único: para S. Paulo, o dinheiro se torna um florescimento da estima devida a ele. Os donativos são perfume suave, sacrifício aceito e agradável a Deus. Nesse ponto necessitamos compreender que a fé não nos tira da realidade, mas nos confere um novo modo de ver a realidade. Não se pode fechar os olhos para a importância do dinheiro na vida quotidiana. Nada se faz sem dinheiro: para morar, para nos movermos de um lado ao outro, para nos alimentarmos, para tudo necessitamos do dinheiro. Todavia, o dinheiro não pode ser divinizado, mas colocado ao serviço de Deus. Quando os cristãos de Filipos, que certamente tinham também as suas dificuldades, se reúnem e juntam do pouco de cada um para socorrer as necessidades do Apóstolo, eles podem oferecer não ao Apóstolo, mas a De

O TEMPLO

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Celebrando a Dedicação da Basílica Laterana, dedicada a Cristo Salvador e a S. João Batista e S. João Evangelista, ouvimos nas leituras da Missa muitas referências não tanto ao templo de pedras, mas a um templo do qual do lado direito jorra uma fonte de vida. No Santo Evangelho nos é revelado que templo é esse: "Jesus estava falando do Templo do seu Corpo". O que é o Templo? O Templo é o local de encontro com Deus. Cristo, Verbo feito carne, é o "local" do encontro do homem com Deus. É nele que se realiza a plenitude do Culto Divino, a glorificação de Deus e a redenção e santificação do gênero humano. A partir daí, compreendemos o que são as nossas igrejas, nossos templos. Não são apenas lugares destinados à celebrações ou ao encontro das pessoas entre si. São casa de Deus! Uma jovem judia, naquele momento ateia, Edith Stein, certa vez entrou como turista num templo católico e ficou muito tocada ao ver uma senhorinha que entrou naquela igreja, num horário

QUAL O VALOR?

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No texto da Carta aos Filipenses que ouvimos na Santa Missa de hoje o Apóstolo S. Paulo elenca o que poderia ser considerado como grandes valores da sua vida, mas diante do conhecimento de Jesus Cristo, todas essas vantagens foram consideradas como lixo, ou até mesmo como esterco, no dizer do Apóstolo. Aqui o Apóstolo compreendeu algo que nos custa compreender. Não precisamos ter aquela crise de valores, onde nos custa muito abrir mão de coisas para termos a Jesus. A reação de uma alma que realmente ama o Senhor é naturalmente largar tudo, como quem segura um saco de lixo. Mas, honestamente, não ficamos calculando, pensando, ponderando e tentando encontrar um jeito de termos Jesus, mas de também termos as nossas "preciosidades"? Quando olhamos demais o que deixamos é porque o que vamos ganhar não nos é tão importante.

SEM RECLAMAR

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Na Epístola da Missa de hoje, S. Paulo nos faz uma exortação bem simples: fazei tudo sem reclamar. Meu Deus! Nem reclamar a gente pode? Não!!!! A reclamação, a murmuração, são como uma erva daninha que nos corrói de fora para dentro. Quando reclamamos ou murmuramos, aparentemente só estamos desabafando. Às vezes fazemos isso sozinhos, quase que escondidos, de modo que pode parecer uma coisa inocente, mas não é. A reclamação impede que estejamos realmente presentes naquilo que estamos fazendo e nos leva a perder a alegria, de modo que abrimos o coração ao mau humor e permitimos que a nossa imaginação repasse vários momentos da nossa vida que vêm a confirmar a amargura que aquele momento nos proporciona. A solução não é apenas não reclamar, mas buscar encontrar Deus em todas as atividades de nossa vida, por mais simples, ou mesmo desagradáveis que possam ser. Ou melhor, especialmente nessas. Posso imaginar como Deus Nosso Senhor se alegrou com uma oração que fez um jovem univers

O DESEJO DE DEUS

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No Evangelho da Santa Missa de hoje Nosso Senhor nos contou a Parábola do homem que fez um grande banquete, mas recebeu em troca apenas as excusas dos convidados para os quais bois e terrenos eram mais importantes que estar no banquete. Diante disso, o homem ordena aos servos que convidem os que encontrarem e até que forçassem as pessoas a entrar para o banquete "para que a minha casa fique cheia". Na Capela do Santíssimo do Mosteiro de S. Paulo está escrita essa frase: ut impleatur domus mea: para que a minha casa fique cheia. Esse é o desejo de Deus. Deus quer que sua casa fique cheia. E para isso conta conosco. Através de nosso apostolado pessoal, começando pelo mais difícil: os de nossa casa. Como é difícil transferir os de nossa casa para a casa de Deus. Eles nos conhecem, e nossos discursos geralmente não surtem efeito do portão para dentro... Por isso, precisamos recordar que a alma de nosso apostolado é a oração. Não deixar nunca de rezar pelos nossos, pedir

O OUTRO

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Na epístola da Missa de hoje o Apóstolo nos exorta a considerarmos o outro mais importante. Essa frase tão simples não é tão fácil de ser vivida. Na realidade, muitos de nós nos consideramos tão altos -embora geralmente neguemos isso - que não conseguimos distinguir muito entre uma ofensa feita contra nós e um pecado que brade aos céus. Aliás, hoje, talvez não saibamos mais quais são os pecados que bradam aos céus, mas sabemos os que bradam ao nosso ego... A exortação do Apóstolo não nos leva a nos considerarmos pequenos, mas a considerarmos o outro maior. Assim, não é que não mereçamos coisas boas, mas, sabendo que as merecemos livremente as damos ao outro. É verdade que isso não é fácil, e muitos de nós em algum momento já poderemos ter pensado como Sartre que "o inferno são os outros"... Mas atentos à Palavra de Jesus, somos chamados a descobrir nos outros a presença de Deus.

O QUÊ NOS DEIXOU O SENHOR?

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Celebrando a Solenidade de todos os Santos, ouvimos o Evangelho das Bem-aventuranças. Muitos consideram as bem-aventuranças como a "Carta Magna", a "Constituição" do Reino de Deus. Em certo sentido, elas traçam um auto-retrato do Senhor, mas há algo ainda mais profundo que precisamos na solenidade de hoje considerar. O Senhor em momento algum escreveu ou ordenou que se escrevesse algo. Diferente de muitos mestres antigos, Jesus nunca ditou um livro. Quando o Batista apontou Jesus a João e André não se referiu a Ele com um novo mestre a seguir, mas como o Cordeiro de Deus. Há algo na vida de Cristo que é um princípio irrenunciável para o compreendermos adequadamente, e isso é mais que suas próprias palavras, em certo sentido é a única herança que nos deixou: trata-se da Cruz. Sem a ótica da cruz não compreendemos o Senhor adequadamente. E tudo o que o Senhor nos dá têm a marca da cruz. As bem-aventuranças não são uma cruz. Mas todo aquele que as viver receber

VER A FACE

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No Salmo da Missa de hoje, ouvimos o salmista ansiar: "Quando terei a alegria de contemplar a face de Deus?" Esse é o anelo mais profundo que se faz presente na alma de cada ser humano: contemplar a face de Deus. É um desejo tão forte, posto por Deus mesmo em nós, que não poderia ser apenas saciado após esse exílio em que vivemos. Por isso o Senhor se deixa contemplar por nós. Primeiramente na Santíssima Eucaristia: o Papa S. João Paulo II, no entardecer da vida, chamou a Eucaristia de "Face Eucarística de Jesus". Quando contemplamos a Hóstia Consagrada, contemplamos esse rosto que nos aguarda há vinte séculos. Mas esse Rosto contemplado e adorado na Santíssima Eucaristia, nos leva a contempla-lo também naqueles que ocupam os últimos lugares nesse mundo. Os pobres precisam ser tocados pelo nosso amor a Jesus Sacramentado. Quem sabe, poderíamos criar o costume de todos os sábados - pelo menos - fazer um bem a um pobre, contemplando nele o Rosto de Jesus e em

LICÕES

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Dizem que numa cidade da Espanha há uma praça com um nome bem curioso: Praça do Alívio. A razão do nome é que essa praça fica próxima a um cemitério, e quando os enterros passavam pela praça, só continuavam no cortejo aqueles mais próximos ao defunto, de modo que os demais voltavam para casa "aliviados" por não serem tão próximos daquele que tinha morrido... Mas no dia de hoje, não existe essa praça para nós. Amorosamente a Santa Mãe Igreja nos conduz a todos nesse dia ao confronto com a realidade da morte, e o faz, não tanto pela dor que esse confronto gera, mas para mais uma vez recordarmos as lições que essa mestra - a morte - nos dá. A primeira lição é a de que estamos juntos. A aparente separação da morte potencializa uma presença ainda maior. Não experimentamos isso? Quantas vezes aquele que se foi se torna mais presente em nossa vida a partir do momento em que nos foi tirado... E essa união precisa gerar em nós essa comunhão de orações, no dia de hoje especialmente

EU QUIS...

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No Santo Evangelho de hoje, Nosso Senhor lamenta a negativa de Jerusalém em se deixar aninhar pelo Senhor. Eu quis reunir-te... mas tu não quisestes. Assim, irmãos e irmãs, dirige-se Nosso Senhor também a nós quando lhe somos infiéis: Eu quis, mas tu não quisestes... Nosso Senhor que é, no dizer de S. Francisco "o bem, todo o bem, o sumo bem", só nos quer o bem. Todo o bem que nos acontece é vontade expressa de Deus. E todo o mal, embora não desejado por Deus, nos é permitido por Ele unicamente por que desse mal Ele - e nós com Ele - tirará um bem. Isso é a fé. A fé não será apenas um pensamento positivo, uma ideia de que as coisas vão melhorar, de que "vamos sair dessa"... A fé é a certeza de que nos dias de sol ou de tempestade, podemos sempre nos aninharmos sob a sombra das asas de Deus.