REI OU CRUZ?

 Meus caros amigos, faz pouco tempo, lia que muitas vezes quando ouvimos que Jesus disse: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas as outras coisas vos serão acrescentadas..." Nossa atenção se centra muito mais no "acrescentadas" do que o "Reino de Deus e sua justiça".

Que passamos pela Cruz, que a Cruz faz parte necessariamente da vida do cristão, todos o sabemos. Mas o quanto estamos dispostos a amar a Cruz, a viver a Cruz, a levar a nossa Cruz? E fazer isso do modo que se deve.

Celebramos hoje a Festa da Exaltação da Santa Cruz, fora o tempo da Paixão e a Semana Santa, a Cruz do Senhor é recordada particularmente em duas festas ao longo do ano, em 03 de maio a festa da invenção (descoberta) da Santa Cruz e hoje, 14 de setembro a recuperação da grande relíquia da Cruz em Jerusalém.

Conta-se que o imperador Heráclio quis entrar na cidade com grande solenidade, ornado com as vestes mais preciosas, mas na medida em que se aproximava da Cidade Santa, o peso da Cruz tornava-se cada vez maior, a ponto de não a conseguir mais carregar.

O Bispo de Jerusalém, veio ao encontro do Imperador e exortou-o a despir-se das vestes reais, trocá-las pelas vestes de penitente, que assim conseguiria levar a Cruz, e assim aconteceu.

Meus amigos, sejamos honestos, é a Cruz que nos pesa ou "as nossas vestes" que nos impossibilitam de a carregar?

Precisamos, muitas vezes fazer a escolha de sermos crucificados, e não dá para sermos crucificados com coroas, pedras preciosas, vestes finas...

Penso que quando a cruz se torna pesada demais, quando a crucificação dói demais, nem sempre o peso está no lado do Senhor, não temos por prioridade o Reino de Deus, mas estamos com os olhos no "acrescentado" e como esse "acrescentado" nem sempre chega rápido, ou melhor, é condição do buscar por primeiro a Jesus (e geralmente não o buscamos), sentimo-nos traídos por Deus, enganados por Deus.

Ah, meus amigos, teremos nós a sabedoria do Santo Bispo? "Não dá para carregar a cruz do Salvador cercado de honrarias mundanas..."

Saibamos deixar o que não é compatível com a Cruz para a abraçar como de forma tão intensa fez N. P. S. Francisco nesse VIII Centenário que estamos às vésperas de celebrar.

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