SETE DORES DE MARIA

 


Meus caros amigos,

Há um mês atrás celebrávamos o eternal triunfo da Santíssima Virgem sobre o pecado e a morte: sua Assunção gloriosa que elevando-a em corpo e alma à glória celeste, a torna, ao mesmo tempo, mais próxima de cada filho que ainda peregrina neste mundo, como Mãe amorosa e compassiva.

Se há um mês celebramos o termo triunfal de sua Santíssima vida, no início desse mês dia 08, celebrávamos o Seu Santo Natal, o Nascimento de Maria, a aurora da salvação.

Hoje, recordamos, as Sete Dores de Maria. No Santo Evangelho, ao verem a sabedoria de Nosso Senhor, ninguém mais ousou fazer-Lhe alguma pergunta. Assim também, ao olharmos para as dores de Maria, o que mais podemos perguntar?

O que falta ser esclarecido? O que não está ali contemplado? O que não está ali já sofrido? Também nós nada temos a perguntar. Mas é a Santíssima Virgem que repetindo a profecia nos pergunta: “Ó vós, que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor igual à minha dor?”

Ainda que existisse outro ser humano que passasse exatamente pelo que a Santíssima Virgem passou, em todos os tétricos detalhes, não sofreria como a Virgem; porque, Ela sendo concebida sem pecado, possuiu uma capacidade de sofrer maior que as demais criaturas, em certo sentido, ser cheia de graça a pré-dispõe para ser cheia de dores.

Sendo a dor proporcional à caridade, e não tendo criatura amado mais a Deus do que a Santíssima Virgem, nenhuma dor física ou moral, pode ser maior do que a dor que a trespassou ao ver o sofrimento de Deus feito homem, que era, ao mesmo tempo, o seu Doce Filho concebido pelo poder do Espírito Santo.

Assim, meus amigos, pode um sofrimento nosso durar anos; porém nossa imperfeição na caridade, da qual testemunham nossos pecados, nem de longe o assemelha a um segundo das dores de Maria.

Diante disso, a Igreja cristalizou em sua Santa Liturgia a Sequência Stabat Mater. Nela, convido vocês a lerem pausadamente mais tarde, a Igreja como que não tem coragem de pedir à Santíssima Virgem a isenção das dores que a afligem, mas, ao contrário pede à Nossa Senhora que, por piedade, partilhe de suas dores com a Igreja, com cada alma fiel.

Meus caros amigos, não são poucas as dores da Igreja. E o remédio para essas dores está nas dores de Maria. Quanto mais as considerarmos, tanto mais seremos generosos em abraçarmos as dores de Maria como nossas, pelo bem da Igreja, para a glória do bom Deus e salvação de nossas almas.

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