O CORDEIRO SEJA PERFEITO

 



Meus caros amigos,

Quando Deus estabelece os sacrifícios com o qual devia ser honrado pelos judeus, Ele prescreve que “a vítima seja perfeita”. Essa prescrição, vêm de encontro a uma espécie de instinto mal que o homem poderia ter de considerar a oferta a Deus uma perda; se a oferta a Deus é uma perda, seria uma ótima ideia ofertar algo imperfeito, algo que eventualmente seria descartado, mas que, numa obra de religião, seria ofertado a Deus.

Um cordeirinho doente, uma pomba de asa quebrada, uma medida de azeite cujas azeitonas já estavam um tanto passadas...

Porém, Deus exige que a vítima seja perfeita.

Isso se grava tão forte na mente dos fiéis que, muitas vezes, quando falamos dos sacrifícios de Caim e Abel, imaginamos e dizemos que Caim teria ofertado a Deus coisas imperfeitas, enquanto que o relato bíblico em nenhum momento afirma isso.

Em nossa mente, seguindo uma santa lógica – tal como a de S. Maria de Bethânia –  existe uma equação: perfeito = digno de Deus.

Sabemos também que há graus de perfeição, usando um exemplo bem banal, de modo geral todos os legumes postos num mercado “estão bons”, porém, quando vamos escolher os que consumiremos, escolhemos o que nos parece o “melhor”. De modo que, não basta para nós que uma batata esteja 97% boa, vamos procurar alguma que a nossos olhos esteja 100% boa. Não precisamos ser botânicos ou agrônomos para distinguir uma batata de outra, o fazemos pelo senso comum, pela vista, pelo tato e pelo que de mais imediato podemos perceber.

Se assim somos nas coisas que vamos usar em nosso favor, quanto mais às que serão usadas em honra de Deus. E, nesse campo material, não nos espantamos que quanto mais uma coisa é boa, tanto mais é rara, tanto mais é cara, tanto mais é preciosa.

Um exemplo que darei, sem me certificar totalmente, por isso, de antemão peço desculpas se estiver errado, é que, no tempo do Brasil colônia, a maioria dos ornamentos das igrejas eram em prata. E qual a razão disso já que se encontrava tanto no ouro no Brasil? Exatamente por isso, sendo o ouro mais comum que a prata, decidia-se dar a Deus o que fosse mais raro, e consequentemente mais difícil de encontrar e, por isso, mais caro.

Bem, meus amigos, compreendemos então o quanto a perfeição, a raridade e o verdadeiro espírito da religião eram confirmados pela determinação divina de que “o cordeiro fosse sem defeito”.

No século XVI o Papa S. Pio V, diante de várias formas do Rito da Missa, reúne um grupo de homens sábios, católicos, para promulgar um Rito que, fosse o mais perfeito possível. E consegue isto.

Olhemos a Missa que S. Pio V promulgou, desde o seu ordinário até cada oração de cada missa, não há nada que se possa pensar de mais perfeito, ou seja algo que fosse superior em beleza, bondade e verdade. Assim, o Santo Padre têm autoridade para promulgá-la para sempre. Porque é de uma perfeição que seria muito difícil imaginar como poderia ser superada.

Essa perfeição, é claro, não é como a perfeição do mamão que escolhemos para nós, quando um dia podemos querer um verde e no outro dia um maduro. Mas é uma perfeição direcionada a Deus, que sendo sempre o mesmo, merece um rito que seja sempre o mesmo.

Porém, todos sabemos que esse rito não foi mudado, não é que tenha sofrido uma alteração aqui ou ali, foi substituído por OUTRO RITO. Para esse novo rito, o Papa da época também escolheu um grupo de peritos, no qual estavam protestantes e maçons (o que foi um dado público, com direito a foto oficial dos “peritos” protestantes com o Papa), e promulgaram uma Missa que poderia ser compreendida, com algum esforço, como expressão do perene dogma católico, mas que também poderia ser “com-celebrada” com “ministros” de “outras igrejas" que rechaçam o dogma católico.

Aqui, como já repeti, o problema não é ter alguma parte de verdade, mas de colocar a verdade e o erro juntos, sem os distinguir, ao contrário apresentando-os como legítimas opções.

E por que a necessidade de um número sem fim de “opções”? Porque o centro da Missa não é mais o Deus imutável, mas o homem volúvel.

Quando o centro da Missa é Deus, a mesma Missa que se reza na Alemanha se reza no Brasil; mesmo que os povos sejam tão diferentes, com jeitos tão diferentes, Deus é o mesmo. E como a Missa se dirige a Ele, pouco importam as variantes dos povos.

Mas se o centro da missa é o homem, então o Alemão, o Inglês e o Brasileiro precisam ter cada um a sua Missa, que seja uma expressão de sua identidade, de sua cultura, de seu jeito.

E essa é a “Nova Missa”, Nova porque constantemente precisa ser refeita; o Brasil, por exemplo, está na sua terceira versão da missa. Onde mudam as palavras, o que era permitido torna-se proibido, o que era proibido agora pode ser feito sob determinada circunstância etc.

Meus caros amigos, aqui não estamos julgando, nem proibindo ou promulgando nada. Estamos nos baseando apenas na realidade, no que a negação seria um distúrbio mental.

Como disse, a participação de protestantes na fabricação da Missa Nova, a intenção de que ela fosse ecumênica, um ou outro expediente para burlar os meios oficiais do Vaticano, o Episcopado mundial e mesmo o Papa não são segredos, nem teorias de conspiração, estão registrados, inclusive em livros e entrevistas dos responsáveis pela Missa Nova.

Dom Clemente Isnard, responsável pela implantação da Missa Nova no Brasil e pela sua tradução nunca escondeu que usou para o Brasil a mesma tradução do Cânon que os franceses tinham feito e que tinha sido rejeitada pelos oficiais do Vaticano; já que nenhum dos oficiais sabia português, aprovaram para o Brasil o que tinham proibido para a França...

Isso está no You Tube.

Nada há de mal que não venha a ser revelado...

Meus amigos, rezemos pela Santa Igreja, rezemos para que Deus suscite mais padres que se dediquem, talvez à custa de muitos sacrifícios, a celebrar exclusivamente o Santo Sacrifício daquele modo que S. Pio V promulgou e que é perfeito, dentre tantas outras razões, porque a sua identidade sacrifical é evidentemente apresentada.

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