AGOSTO: MÊS DA VOCAÇÃO SACERDOTAL
Meus prezados amigos,
Estamos no mês de agosto, que pela celebração no dia 08 de
S. João Maria Batista Vianney, padroeiro dos padres, passou a ser considerado o
mês das vocações. Mas quando se pensou em dedicar o mês de agosto às vocações,
se tinha uma ideia mais estrita de vocação: a vocação sacerdotal.
É verdade que somos chamados à vida, à santidade, alguns ao
matrimônio e algumas profissões são consideradas realmente uma vocação. Mas a
palavra vocação na Igreja é praticamente um termo técnico referindo-se ao chamado
que Deus faz a um jovem para o seguir.
Na festa de ontem, de S. Afonso Maria de Ligório, o Senhor
mesmo dizia que a messe é grande e os trabalhadores são poucos. Diante dessa
questão, Nosso Senhor não disse: “A messe é grande, mas os trabalhadores são
poucos, instituí pois suplentes para os trabalhadores da messe.”, Mas o Senhor,
ao constatar que são poucos os seus sacerdotes, deu imediatamente a solução do
problema: “pedi, pois, ao dono da Messe, que envie trabalhadores”, ou seja, a falta
de sacerdotes só se resolve com a oração.
Há um livro: “Adeus, homens de Deus” que põe às claras o que
ele chama de “sequestro” do sacerdócio católico. Denunciando que as pessoas
responsáveis pela formação dos sacerdotes, elas mesmas afastam os bons
candidatos ao sacerdócio, de modo que o número de padres decai, e então essas
mesmas pessoas que geram a crise, apresentam a solução para a crise: ordenação
de homens casados, de mulheres, ministérios extraordinários, etc.
Infelizmente, a escassez de sacerdotes não têm sido
solucionada pela oração. Mas por “suplentes de padres”: diáconos permanentes, ministros
da comunhão, do batismo, das exéquias, das bênçãos, da Palavra, da visita aos
enfermos, testemunhas extraordinárias para o matrimônio, e nisso se encontra
homens e mulheres, o mesmo se aplica aos acólitos.
Ser coroinha sempre foi uma ante-câmara do seminário. Milhares
de meninos e jovens ao longo da história, ouviram seu chamado ao sacerdócio servindo
piedosamente ao Santo Altar no Santo Sacrifício da Missa, ali, mais perto que qualquer
outro fiel, podiam se encantar com a beleza e os mistérios da Santa Missa
verdadeira, ali viam o sacerdote cumprindo rigorosamente cada cerimônia da
Santa Missa, como verdadeiro pontífice, como homem elevado entre a terra e o
céu, representando perante Deus a humanidade e perante a humanidade
representando a Deus.
Hoje, infelizmente, além de se ter introduzido meninas no
serviço do altar (o que pareceria uma coisa boa, afinal, de modo geral, as
moças são muito mais dedicadas e responsáveis que os moços), o que acaba
afastando os meninos, a própria Santa Missa se mostra como um show de domingo
onde o padre faz muito mais o papel de animador popular do que sacrificador
divino.
O próprio Bento XVI alertou para o perigo das chamadas “celebrações
da palavra” que têm uma estrutura muito semelhante à da nova Missa, e que, de
certo modo “anestesiam” as pessoas da dor que deveriam sentir pela falta de
padres, dor que se transformaria em oração pelas vocações sacerdotais. Para um
católico com pouco conhecimento, essas celebrações (ainda mais se feitas por um
diácono permanente, ou alguém com um outro paramento) são uma “missa”, ou, uma
expressão da “ministerialidade da Igreja”, e por isso, a ausência de vocações é
maquiada por esse número sem fim de “ministérios”.
Para além disso, existe ainda o problema dos próprios
padres, tal como denuncia o Autor do livro: “Adeus, homens de Deus”,
particularmente a chamada infiltração homossexual nos seminários e
consequentemente no clero. Padres de modos pouco viris, afetados, esquisitos...
afastam candidatos ao sacerdócio “normais”, que não se identificam com aquele
estilo de vida que não desperta nenhuma admiração por não mostrar nenhuma
abnegação. O padre com perfil de rede social postando foto de bermuda e
camiseta comendo em restaurantes caros e dando anualmente uma volta ao mundo se
mostra mais como um gerente bem sucedido de uma empresa do que um servo de
Cristo Crucificado, e é isso, ser servo de Cristo Crucificado, que atrai um
jovem de coração grande para a vocação sacerdotal.
Mas no fundo de seu coração, o povo quer o padre. Quando vai
batizar uma criança, querem um padre; quando se casam, querem um padre; quando
vão receber a Santa Comunhão, a querem receber das mãos consagradas de um padre;
quando pedem a bênção de sua casa, querem um padre; no último momento com o
corpo de um ente querido, querem um padre.
E, nesse sentido, quanto menos contaminado pela doença do
modernismo, tanto menos entendem porque, ao invés do padre veio o seu Joaquim
ou a dona Maria, que eles gostam, são seus conhecidos, são seus amigos, mas não
são O padre. E compreendem menos ainda porque que quando a filha do prefeito
casou, ou o desembargador morreu, quem foi, foi o Padre.
Recordo de um padre velhinho que dizia que o padre têm no
mundo três lugares: a Igreja, o hospital e o cemitério. Na Igreja o padre reza
a Missa, ouve as confissões, abençoa, aconselha, alivia as angústias do povo;
no hospital conforta os doentes, acompanha-os na hora da morte, dá-lhes os
sacramentos para a vida eterna; no cemitério, tal como um padre acompanhou os
primeiros passos que levaram o bebê à piscina batismal, agora acompanha os
últimos passos que levarão aquele corpo santificado nas águas do batismo à sua
última morada terrena. E acrescentava o padre que dificilmente um padre, se não
for encontrado nesses três lugares, estará, de algum modo, traindo sua
vocação.
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