A IGREJA PRECISA DE MIM?

 



Meus caros amigos, 

Não poucas vezes ouvi de pessoas muito importantes na Igreja que, de algum modo, a Igreja precisava delas. 

Que em suas paróquias ou dioceses eles seriam de fundamental importância para, de algum modo, estancar a crise que sem grande esforço percebemos se lançar sobre a Santa Igreja.

Essas pessoas - ainda que não dissessem tão claramente como estou dizendo - julgavam-se importantes e não queriam deixar suas funções, sem as quais deixariam de fazer o seu suposto bem enorme à Igreja.

Era um catequista, um ministro disso ou daquilo, um músico sem os quais, em seu próprio entender, a sua paróquia cairia num abismo sem fim.

A primeira coisa que me ocorre dizer à essas pessoas é que façam um longo passeio num cemitério. 

O cemitério é o local onde estão todos os importantes, todos os essenciais, todos os fundamentais, todos os insubstituíveis.

Meus caros amigos, tudo a que nos agarrarmos nesta vida, mesmo serviços ou carreiras eclesiásticas seremos, nem que seja pela morte, obrigados a deixar.

E então, sem cargos, sem diplomas, sem jalecos, sem fitas sobre o peito, sem pastorais, movimentos ou comunidades estaremos cara a cara com o Juiz.

E aí?

Diante d’Ele não tem política, não tem argumentos, não tem boas intenções… Diante d’Ele há só a balança do que sabíamos ser o certo de um lado e do que foram nossas ações do outro.

Diante d’Ele não tem coluna do meio, conservadorismo ou moderação. 

Ou sim ou não. Ou quente ou frio.

Meus caros amigos, o trabalho que a Igreja espera de nós é que salvemos nossas almas. Se possível a dos outros também. Mas o próprio Cristo nos ensinou que não adianta ganhar os outros, mas perder-se a si mesmo.

E a questão que precisamos meditar é: sabendo o que eu sei, compreendendo o que eu compreendo, como devo proceder para salvar a minha alma?

Se eu já compreendi o que é certo e o que é errado, o que é a Igreja de Sempre e o que é a ‘outra”, eu posso me salvar cooperando com a “outra”?

Eu posso me salvar cooperando com o ecumenismo, com o laicismo, com o liberalismo, com a protestantização oficial, em seus ritos, outrora sagrados, dos sacramentos?

Eu realmente acredito que serei eu a pôr um fim na crise em que passa a Igreja? Eu realmente acredito que a Igreja, essa Igreja Conciliar, precisa de mim? 

O pior é que talvez precise, porque a minha simples presença, dá um ar de normalidade à aberração, eu sirvo como um instrumento de destruição da verdadeira Igreja anestesiando a consciência minha e dos demais fiéis com essa ideia pueril e inconsequentes de que a Igreja (minha paróquia, diocese) precisa de mim, são melhores comigo lá.

Olha, que soberba! Acho que dá empate técnico com a do diabo.

Desculpe, meu amigo, mas é exatamente assim que muitos pensam: minha paróquia ficará pior sem mim, se não for eu a fazer tal coisa, sabe lá Deus o que vai acontecer?...

Meu amigo, se o Santo David dizia de si mesmo ser uma pulga, e S. Francisco dizia ser um verme, o que você acha que é?

Eu compreendo, embora não concorde,  que, na completa impossibilidade de receber os Sacramentos em sua forma correta, um fiel recorra ao modo como eles são administrados no modernismo, garimpando talvez o menos pior, mas cooperar de qualquer modo é cooperar diretamente com o modernismo e, consequentemente com a auto-destruição da Igreja.

Você diz querer a Tradição, a Igreja de sempre, mas se faz ministro da Eucaristia, diácono permanente ou um catequista que só pode ou ensinar parte do catecismo ou contradizer o seu pároco e bispo que fazem celebrações ecumênicas…

Me perdoe, mas isso é irracional.

Você sacrifica não as suas ideias, mas a Verdade, para conseguir que um Bispo que já não guarda mais a fé lhe dê um Green Pass de super católicão?

Parabéns! Ganhou o mundo. Mas, perdeu a alma!

Quanto vale sua alma? O estar bem com o bispo? O ter a amizade de seu pároco? O ser reconhecido em sua paróquia?

Quem dera que tudo isso fosse possível e manter a Fé Católica, o desejo do Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Estado confessionalmente Católico, a conversão dos judeus e infiéis.. mas não é e você sabe.

Não estamos apenas diante de uma leve discordância sobre um ou outro tema acidental. Estamos diante de quem quer o Reinado de Cristo e quem não o quer, ou o quer de um modo distinto de como a Igreja sempre ensinou, o que dá na mesma.

E você?

Você acha que tem esse poder?

Pelo amor de Deus!

Nenhum padre, nenhum bispo, muito menos um leigo pode devolver à Igreja a sua normalidade, só um Papa.

Portanto, busque salvar sua alma e reze para que a Tradição encontre seu lugar em Roma e, a partir de Roma, no mundo inteiro.

Seja humilde. A Igreja não precisa de você. Você é que precisa da Igreja, da Igreja de sempre, da fé de sempre, do catecismo de sempre, dos sacramentos de sempre para salvar sua alma, fora isso, tudo de perde.



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