VOCAÇÃO?

 Meus queridos amigos,

O mês de agosto é o mês das vocações. O problema que surge é que na Igreja conciliar tudo é considerado, de modo que a palavra vocação se gasta, semelhante ao que acontece com a palavra amor, e se perde o sentido mais restrito que, no caso da vocação significa a vocação sacerdotal.

O mês de agosto, por nele celebrarmos o Santo Cura de Ars, S. João Maria Vianney, se tornou o mês em que a Igreja particularmente ora ao Senhor da Messe que envie mais trabalhadores para sua messe.

Mas, pouco adianta pedir, se não se coopera com Deus: o aluno que pede a Deus para tirar uma boa nota deve estudar.

Se a Igreja deseja que Deus lhe conceda padres, deve salvar a identidade do sacerdócio católico, que nos últimos anos se perdeu.

Se o sacerdote é apenas alguém que dedica sua vida aos outros, que coordena um grupo de pessoas e anima certas celebrações, o Sacerdócio se torna caduco e totalmente prescindível.

A dessacralização e a perda da identidade do próprio Sacrifício da Missa, o aumento desordenado de "ministérios", a compreensão de tudo como vocação, geram a perda da identidade do Sacerdote.

E como se pode desejar ser o que se desconhece, ou se conhece de forma equivocada?

Há, de fato, e creio que nisso tocamos levemente na misteriosa essência do Sacerdócio, um "ser-para-Deus", infinitamente maior que um "ser-para-os-outros".

Nos Atos, o Senhor numa liturgia diz: "Separai PARA MIM Barnabé e Saulo". 

É na medida que se compreende o Sacerdócio como "separação para Deus" que se entende a sua grandeza que a fraqueza humana não poderia suportar sem um especial auxílio da graça, ou, como no dizer de S. Paulo: "o grande tesouro carregado em vaso de argila".

É justamente para destruir as falsas concepções do sacerdócio que S. Pio V deu ao mundo católico a Missa Tridentina.

Nela, o Sacerdócio se compreende como Cristo erguido na cruz, entre o Céu e a Terra, Pontífice de Deus para os homens e dos homens para Deus.

A solidão do padre na missa, mostra a particular posição em que, sem méritos de sua parte, foi posto por Deus.

Deus é a razão do Sacerdócio; se for o caso, se houver necessidade, esse sacerdócio se volta também para os fiéis distribuindo-lhes as graças recebidas de Deus.

Mas Deus em primeiro lugar.

"Todo sacerdote é constituído para oferecer" diz o Apóstolo.

É nessa consciência que está a identidade sacerdotal, que pode num primeiro momento assustar quem ouvir em si o chamado de Deus, mas que pode consolar-se no que diz o mesmo Apóstolo aos Tessalonicenses: Aquele que vos chamou é fiel, Ele realizará".

Por fim, meus irmãos, rezemos pedindo a Deus a santidade do clero e o aumento das vocações.

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