CONCILIO IMPOSSÍVEL

 Um Concílio impossível:

Quando se lê os escritos emanados da Santa Sé Apostólica, até o final da primeira metade do século passado, se pode admirar muitas coisas: em alguns sua precisão cirúrgica, em outros a riqueza teológica, em outros a admiração pelos mistérios de Deus, em outros a clareza diáfana de definições e declarações.

Porém, a partir de 1958, com o início do Pontificado de João XXIII, até mesmo críticos da Igreja, começaram a perceber uma linguagem diferente, quase que amedrontada e buscando parear com o mundo moderno, a tal ponto que houve quem apelidasse a Encíclica Pacem in terris, de Falsem in terris...

Isso se tornou ainda mais flagrante no Concílio Vaticano que certamente passa à história com uma característica única: é absolutamente inaplicável.

Eu gostaria de repetir a mesma ideia. Não estou dizendo que o Concílio Vaticano II é difícil de aplicar, estou dizendo que é impossível aplicar.

Podemos atribuir isso a três questões: primeiro as disputas intermináveis entre os que queriam se basear, como o correto com a Tradição da Igreja, versus os que queriam que o Concílio fosse um novo início da Igreja, primeira questão. Essa verdadeira batalha fez com que os redatores ora buscassem agradar um grupo, ora outro, segunda questão. E, como terceira questão, a "forma mentis" dos peritos e redatores do Concílio era aquela do modernismo, que não tem o menor escrúpulo de se contradizer na mesma página, misturando o erro com a verdade.

Desse modo a suposta aplicação do Concílio nada mais é que um self service de frases de seus documentos, feito ao gosto do freguês e gerando esse caos que vemos na Igreja.

Assim, um padre que celebra uma missa em latim, cita a Sacrossanctum Concilium e um padre que celebra uma missa com atabaque e cita o mesmo documento.

O Concílio é, em si mesmo, modernista. Não pelo que diz de correto, mas por permitir que o correto e o errado sejam postos em pé de igualdade.

Favorece por um lado, os que querem uma nova Igreja, uma nova Religião. Mas ao mesmo tempo incentiva a criatividade dos que não querem ver as flagrantes contradições, fruto do espírito modernista, e fazem malabarismos mentais para defender o indenfensável.

É curioso, perceber, e a Missa parece ser o cenário principal desse show de horrores, que muitas vezes as argumentações são as mesmas: um padre diz: "Eu usarei manípulo, afinal, não está proibido." E outro padre da paróquia vizinha diz: "Eu usarei turbante, afinal, não está proibido"... 

É necessário que se compreenda com clareza o erro que é o Concílio Vaticano II, não porque só diga coisas contrárias à fé, mas porque as diz com aquilo que é verdadeiramente a fé. O errro do Concílio e a dificuldade que ele apresenta, não é o que diz no escopo da verdadeira Tradição, mas por dizer ao mesmo tempo, palavras chaves para destruir tudo que possa restar de católico na Igreja.

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