OS ASSENTOS DO PECADO

 Uma psicóloga (se quem está lendo for mulher, passe tudo para o masculino!) muito jovem e bonita desenvolveu uma técnica para saber qual dos sete pecados capitais seus pacientes têm de forma mais aflorada, e que, certamente, é uma das principais causas das dificuldades que enfrentam na vida.

Desse modo, nossa doutora pôs seis assentos em seu consultório.

A cadeira um seria a sua própria cadeira.

A cadeira dois seria uma daquelas cadeiras caras de fazer massagem.

A cadeira três estaria próxima à porta.

A cadeira quatro estaria próxima a um pote com balas e doces.

A cadeira cinco seria praticamente igual à sua.

E a cadeira seis seria reclinável, semelhante a um sofá cama.

E, seguindo em seu "experimento", nossa profissional marcou para atender as pessoas que percebia estarem dominadas pelos pecados.

O soberbo, sem pestanejar, sentou-se na cadeira da psicóloga. Afinal, o soberbo é sempre quem não se contenta com o seu lugar e quer mostrar sempre poder e superioridade.

O avarento encanta-se com a cadeira de massagem. Ele sempre quis ter uma, mas pensando alucinadamente que deve guardar dinheiro para algum imprevisto que nem ele mesmo sabe exatamente qual seria, nunca comprou.

O irascível sentou-se junto à porta, para que, na primeira palavra que a psicóloga dissesse na intenção de que ele reconhecesse um erro, ou que poderia ter feito a mesma coisa de um jeito diferente, imediatamente se levante e saia batendo a porta com raiva.

O guloso buscou a cadeira perto do pote de guloseimas, já fazendo uma piadinha se era "paver" ou "pacomer" oferecendo-se a si mesmo as balinhas.

O invejoso olhou para a cadeira da psicóloga, porém julgou que poderia "não pegar bem" sentar ali. Então buscou uma parecida e sentou-se.

O preguiçoso, entrou arrastando os pés, e perguntou a psicóloga onde estava o dispositivo que fazia a cadeira reclinar-se.

E assim, praticamente todos os vícios capitais estavam catalogados.

Mas você deve saber que os pecados capitais são sete, e só haviam seis cadeiras. Será que nossa psicóloga errou a conta?

Não. Quando o impuro entrou no consultório, o espaço encheu-se com o cheiro de seu perfume. Ele retirou seus óculos escuros, e caminhou até a mesa da doutora, sentando-se na mesa e dizendo: "Enfim, sós!"

Dizem que o prédio inteiro ouviu o tabefe que este último levou.


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