MEDITAÇÕES SOBRE A SEQUÊNCIA DE PENTECOSTES XII

Caros amigos, 
Certamente uma das mais carinhosas palavras que a nossa sequência traz é o verso que meditaremos hoje, palavras que se tornam ainda mais ternas quando consideramos hoje a Festa da Ascensão do Senhor: in fletu solatium, consolo no choro.
As lágrimas, meus amigos, são para muitos o pão cotidiano, como diz o Salmo: "vós nos destes a comer o pão das lágrimas...". Dentre esses lágrimas encontraremos razões às vezes mais, às vezes menos nobres. Há quem chore, sem necessidade e os que com necessidade, não choram. Mas, em todo caso, com ou sem lágrimas visíveis, o sofrimento é o grande companheiro do homem nesse mundo para o qual já nascemos envoltos em lágrimas.
A ação do Espírito Santo não consiste na negação do sofrimento ou numa mais ou menos contrariada aceitação dele, uma espécie de resiliência sobrenatural.
Não.
O Espírito Santo se torna consolação. Ele que não impede o que causa as nossas lágrimas, está junto a nós para enxugar as nossas lágrimas. Ele é não apenas o "Consolador", mas o próprio "Consolo".
E o seu consolo, a sua presença é a "recordação de Jesus", a recordação dos sofrimentos de Cristo e da glória de Cristo, a tal ponto que "os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados" com a glória que nos aguarda.
São dores ou doença? Acabarão.
É saudade de alguém que se foi? Reencontrarão.
É o fruto amargo de nossos pecados? Ele é perdão.
Não são consolos para essa vida, porque "se é para essa vida que colocamos nossa esperança somos, de todos os homens, os mais dignos de pena".
A esperança que o Espírito Santo suscita em nós é para a eternidade, exatamente por isso é consolo e "esperança que não decepciona".

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