MEDITAÇÕES SOBRE A SEQUÊNCIA DE PENTECOSTES XXXI

 Meus caros amigos, 

Chegamos ao final de nossas considerações sobre a Sequência Veni Sancte Spiritus, que pela perfeição poética de sua composição foi chamada de Sequência de Ouro. Deixamos para a conclusão algumas considerações sobre a sequência em si mesma.

Primeiro, as sequências são hinos poéticos que desenvolvem (dão "sequência") melodicamente o último Aleluia antes do Evangelho. Há uma razoável quantidade de sequências, algumas estão consolidadas no Missal Romano, outras ficaram nos "próprios" das Ordens Religiosas (como Laeta Dies beneditino), outras foram abolidas tornando-se hinos para outros fins.

A sequência em questão, como a grande maioria dos textos litúrgicos não tem nem exatamente uma data precisa, nem exatamente a certeza incontestável de um autor. Sabe-se que data entre os séculos XI e XII e costuma-se atribuir a Estêvão Langton, Arcebispo de Cantuária na época do Rei João Sem Terra. O que se sabe ao certo é que foi o Papa Inocêncio III que a introduziu na Liturgia Romana.

A Sequência, escrita na forma espondaica, apresenta sempre o ium final do terceiro verso de cada estrofe como marca em todo o seu corpo.

Por fim, termina como é natural com um Amen. Alleluia.

O Amen, palavra hebraica (a Igreja quis manter na liturgia e, particularmente na Santa Missa, os três idiomas que se fizeram presentes no Calvário - hebraico, grego e latim), significa "que seja desse modo", "assim seja", "seja estavelmente assim".

E o Alleluia, igualmente hebraico, é a junção de duas palavras o hallel, que seria louvor, louvai e Iah que simboliza o nome sagrado de Deus, o qual praticamente nunca poderia ser pronunciado, então, em vez de dizer o nome todo, diziam-se apenas a primeira sílaba. Assim, Alleluia, significa "Louvai ao Senhor."

Porém, essa palavra já usada como refrão em alguns salmos e textos no Antigo Testamento, transforma-se na vida da Igreja em expressão de um louvor pascal, a tal ponto que é omitido em todo o tempo preparatório para a Páscoa e na Páscoa é incansavelmente repetido.

Na verdade, a páscoa dos judeus foi o seu "refrão", Deus é sempre o "Deus que libertou do Egito", na Nova Lei, mais do que a libertação do Egito, a Páscoa será a recordação do "Deus que ressuscitou a Jesus". O que a libertação do Egito era na memória do povo hebreu a Ressurreição de Cristo é na mente da Igreja. Se Cristo ressuscitou podemos ter fé, esperança e amor. Se Cristo ressuscitou, tudo vale a pena por Ele, porque n'Ele está a vida.

Caros amigos, transformemos nossa vida num contínuo Hallel. Num louvor perene àqu'Ele que vive para sempre e no qual nós também viveremos.


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