MEDITAÇÕES SOBRE A SEQUÊNCIA DE PENTECOSTES XXV
Meus caros amigos,
Iniciando o último grupo de duas estrofes, a Sequência diz: Da tuis fidelibus - Dá aos teus fiéis. Já meditamos anteriormente sobre esse ser fiel, mas hoje gostaria de me aprofundar um pouco mais nesse termo, baseando-me um pouco em percepções que grandes personagens da história brasileira tiveram.
Se considerarmos os primeiros redentoristas vindos da Alemanha para o Santuário de Aparecida em São Paulo, se considerarmos o futuro Cardeal Dom Sebastião Leme, quando ainda estava no Nordeste e, um pouco mais para a segunda metade do século XX, se considerarmos Dom Antônio de Castro Mayer no interior do Rio de Janeiro, perceberemos que, mesmo em épocas distintas os três chegaram a mesma conclusão: o povo brasileiro é muito religioso, é muito crente, mas não e muito fiel.
Explico-me.
O brasileiro de ontem e também o de hoje, não tem grandes dificuldades para "acreditar", mas se esse acreditar não o tornar um autêntico fiel do Espírito Santo, que é sinônimo de ser bom e totalmente católico, esse "acreditar" se torna um problema.
Os primeiros redentoristas não tinham dúvidas de que o povo realmente cria na Virgem Aparecida, mas percebia que não levavam a sério, por exemplo, uma vida sacramental. Dom Leme percebe que a "facilidade de crer" muitas vezes associava o catolicismo a práticas supersticiosa, e à uma tibieza quase geral entre os católicos. Dom Mayer percebe que os fiéis não tinham convicções, não compreendiam a perfeitíssima concatenação de verdades que é o Credo Católico e que isso associado a uma equivocada compreensão de obediência gerava um caos doutrinal, porque para o simples fiel a Trindade Santíssima são Três Pessoas porque o "padre disse", de modo que se o padre num outro dia dissesse serem duas ou quatro, assim seria "porque o padre disse".
Diante desse quadro, tantas vezes desolador, particularmente Dom Mayer reagiu de um modo acertadíssimo: para ser fiel, é preciso crer, e a fé, como diz S. Paulo, vem pelo ouvir; logo é necessário catequizar o povo, inculcar tão fortemente neles a doutrina que, se ouvirem algo diverso - não importa quem diga - saberão que não é católico aquele ensinamento.
Meus amigos, a nossa sequência nesse verso começa com o verbo "da", Da tuis fidelibus. Esse dar, quer trazer para nós a gratuidade do Dom de Deus, o dom, embora gratuito, não é para todos, mas somente para " 'tui fidelibus", aos teus fiéis.
Que buscando conhecer a Santa Doutrina, estejamos no número dos fiéis do Espírito Santo.
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