MEDITAÇÕES SOBRE A SEQUÊNCIA DE PENTECOSTES XXIII

 Meus caros amigos, a nossa sequência traz em seguida um novo pedido ao Espírito Santo: "fove quod est frigidum", ao meditarmos nesse verso, a primeira doce dificuldade que temos é bem traduzir esse verbo: "fove", porque ele não significa apenas um aquecer, semelhante a botar fogo novamente, mas também é o verbo que usaríamos para dizer a ação da mãe que afaga o filho, aquecendo-o com o calor do seu próprio corpo.

É assim que nós, frígidos, frios, somos tratados pelo Espírito Santo. Somos acalentados por Ele.

O Espirito Santo vem aquecer os corações em que a vida espiritual tornou-se difícil, monótona, até mesmo dura. Ele sabe que para nós é mais difícil perseverar no bem que deixar de fazer o mal, que rezar a cada dia, com perseverança, com atenção, elevando realmente nossa mente a Deus nos custa. E Ele vem nos aquecer.

Esse acalanto do Espírito Santo se soma também a nossa ação. Quando nos falta o gosto na oração mais demorada, mais substanciosa, não neguemos a Deus as "varetinhas" das breves orações, das pequenas jaculatórias, das saudações brevíssimas às imagens da Santíssima Virgem e dos Santos...

Esses pequenos gestos de piedade, acalentam nossa alma, deixando-nos à disposição de Deus para se e quando Ele nos desejar conceder o dom de uma oração mais intensa.

Se nos falta gosto na oração, se faltam consolações não reclamemos, não desistamos: é para Deus que rezamos, se Ele quisesse uma oração cheia de arroubos místicos, Ele nos daria essa graça. Contentemo-nos em dar a Deus a nossa pobreza, a nossa perseverança por vezes vacilante. Quando fazemos isso, como que abrimos os braços para o alto, pedindo colo... E o Espírito Santo virá nos acalentar.

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