MEDITAÇÕES SOBRE A SEQUÊNCIA DE PENTECOSTES XX

 Meus caros amigos,

Continuando na consideração do Espírito Santo como água viva, além da purificação interior que meditamos ontem, a sequência pede: riga quod est aridum, "rega o que é árido".

Não poucas vezes, em nosso itinerário para Deus, temos que lidar com a aridez espiritual, que, basicamente, seria a absoluta perda de consolações, seja nos sentidos, seja no espírito.

Essa aridez, quando vinda de Deus, purifica a alma fazendo com que busque mais "o Deus das consolações do que as consolações de Deus", como recordava S. Teresa.

Porém existe uma aridez que não é essa operação divina na alma, mas que simplesmente é fruto de nossa displicência na vida espiritual e que é a mais comum.

A aridez operada pela graça fortifica o homem na sua busca de Deus, a que é fruto de nosso desleixo enfraquece a busca de Deus.

Ora, meus amigos, sabemos quem é Deus? Sabemos o que é a oração? Compreendemos o que a oração necessita de nós, como recolhimento interior (que não se alcança imediatamente), disciplina e ordem?

Como culpavelmente ignoramos isso, nossa vida se torna árida, seca, sem vida. Tudo se torna oneroso, difícil, pesado.

Por isso imploramos ao Espírito Santo que regue o que é árido. E o que fará o Espírito Santo?

Primeiro tentará nos convencer de que o"topo" da nossa vida são os sacramentos e a oração perseverante. Quando essas realidades deixam de ser periféricas e são elevadas ao seu devido lugar, elas agem como uma fonte que irrigam toda a vida do homem.

E então, dos sacramentos e da oração o homem tira a força para a sua vida, a coragem para as adversidades, a paciência nas tribulações.

A vida de oração e sacramental não pode ser o que colocamos entre os pilares da nossa vida, mas  deve ser o pilar da nossa vida. Assim, ainda que com dificuldades, não nos faltará essa água viva que jorra para a vida eterna.


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