MEDITAÇÕES SOBRE A SEQUÊNCIA DE PENTECOSTES XVI

 Meus caros amigos,

O verso seguinte que inicia uma nova estrofe, traz a seguinte frase: "sine tuo numine". A expressão numine, em alguns autores antigos sinônimos da própria divindade, aqui é compreendida como a força de Deus.

Sine tuo numine, sem a tua força divina. Não se trata apenas de um poder ou de uma força. Mas exclusivamente do poder e da força de Deus.

Nunca é demais reafirmar a divindade do Espírito Santo. E, por consequência o poder divino de suas ações. O Espírito Santo não é criatura, um ser criado, o que não resulta participação na natureza do Criador, mas é procedente, e ao proceder, participa da natureza de Quem procede, isto é do Pai e do Filho.

Por isso, embora falemos em "devoção" ao Espírito Santo, falamos no mesmo sentido de "devoção" ao Santíssimo Sacramento, ou seja, nesses casos, a devoção é coincidente com o culto latrêutico devido a Deus mesmo.

Adoramos o Espírito Santo no seio da Trindade e também no seio de nossa alma se perseveramos na graça de Deus.

Essa adoração faz crescer em nós a consciência de que, como diz S. Paulo, o Espírito Santo em habitando em nós, faz de nossos corpos o Seu Templo.

Convém criar esse costume de adorar a Deus que mora em nós, mas sem se confundir conosco. Não fazendo de nós uma emanação divina, mas um verdadeiro templo. Daqui nasce a consciência do respeito e veneração que devemos ter para com nossos corpos e os corpos de nossos irmãos, mesmo falecidos.

É nesse sentido que a Igreja venera com tanto carinho as relíquias dos Santos em cujos corpos o Espírito Santo habitou com tanto poder.

Os corpos nos quais esse "numine" se manifestou pelos sacramentos, pela vida na graça e não raramente por sinais extraordinários do mesmo poder de Deus não são apenas pobres despojos destinados à destruição, mas sementes de vida eterna e objetos da veneração do povo fiel que reconhece a graça que um dia transportaram e, das quais muitas vezes, ainda são canais 

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