QUANDO NÃO JULGAR É PECADO?

 Meus prezados amigos,

Nosso Senhor nos disse: "Não julgueis para não serdes julgados". Sim, é isso mesmo.

Mas Ele também disse: "Bem-aventurados os pacíficos!"

No entanto, Nosso Senhor em outros momentos, exorta os seus fiéis a lutarem chegando a dizer que veio trazer não a paz, mas a espada.

Podemos crer que algumas sentenças de Nosso Senhor não podem ser consideradas num sentido absoluto, mas que deveriam ser consideradas num contexto muito preciso.

Falo isso porque muitos fiéis que conheço têm um verdadeiro pavor de "julgar". Realmente o ideal seria que nunca julgássemos, mas há situações em que somos OBRIGADOS a julgar. 

Um juiz de direito ou um membro de um júri, por exemplo, DEVEM julgar para o bem da sociedade. Seu julgamento não é infalível, podem errar e devem estar cientes disso, por isso devem buscar o juízo o mais reto possível, livre de interesses, preconceitos, atendo-se aos fatos e provas apresentados. 

Também um patrão deve julgar. Seu julgamento está na questão se seus funcionários estão trabalhando como devem. É claro que um patrão observando o constante atraso de um funcionário pode julgar que seu trabalho é insuficiente, e numa eventual conversa descobrir que a causa do atraso é que sua esposa está acidentada em casa. E assim, o julgamento do patrão, se for um bom cristão, redundará num grande bem ao funcionário que terá talvez seu horário reduzido, ou umas férias antecipadas, sem prejuízo financeiro.

Os pais devem julgar não apenas seus filhos, mas os amigos e conhecidos dos filhos e os ambientes que frequentam. Um pai católico deve julgar tudo o que se relaciona com seus filhos: roupas, companhias, namoro... E decidir baseado em seu julgamento, e obrigar pela obediência.

Também ao dar uma esmola a um pobre ou cooperar com as instituições da Igreja, aquele que o faz não está isento de responsabilidade. Não serve a desculpa: "Eu ajudei, o que vai ser feito com minha ajuda não é problema meu". Especialmente quando beira à evidência que haverá um mau uso do recurso destinado. Deve antes de dar julgar primeiro se deve ajudar e também qual a melhor ajuda, por exemplo, dar uma "quentinha" pode ser mais útil (e seguro) que dar dinheiro.

Em todos os casos acima, meus amigos, o julgamento (que realmente seria melhor que nunca precisássemos fazer...) deve se ater no que há de mais verificável, objetivo, palpável em cada situação. Um exemplo: o padre da paróquia está há sete anos fazendo campanha para construir um campanário, mas nesse ínterim ampliou a casa paroquial com piscina e hidromassagem e trocou de carro 14 vezes... não se deve cooperar nessa campanha. 

Minha filha chega em casa com uma amiga que veste uma camisa com os dizeres: "Libere a maconha já!". Meu filho anda com um grupo de amigos que são do fã clube de Wanneçça Physsura, ume cantore muite famose e ume tante suspeite e outras questões que, embora não sejam decisivas para eu conhecer o interior dessas pessoas, me devem ao menos acender um alerta que algo não vai bem ali...

Enfim, meus amigos, como seríamos felizes se não precisássemos jamais julgar, e feliz é aquele que se encontra numa posição em que não julgar não seja um grave pecado de omissão... Mas se o temos que fazer - e o temos - peçamos ao Senhor que nos inspire, que nos ajude, porque o que temos em mente é a salvação daqueles que nos foram confiados.

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